A-03. Os Três Fatores da Revolução da Consciência

OS TRÊS FATORES DA REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA

Conferência de Samael Aun Weor

O Quinto Evangelho

A Revolução da Consciência, vocês já sabem, tem três fatores bem definidos:  Morrer, Nascer e Sacrifício pela Humanidade. Nascer é um problema completamente sexual. Morrer requer também a função sexual. O Sacrifício pela Humanidade se faz através do trabalho esotérico em benefício de todo o mundo.

Comecemos pelo Primeiro Fator: Nascer. Certamente, o ser humano ainda não é um ser completo. Todas as criaturas nascem completas, exceto o ser humano. Um cachorro nasce sendo um cachorro e como tal está completo; uma águia nasce completa com suas enormes asas e capacidade de visão muito apurada que lhe permite caçar as menores cobras a longas distâncias. Quanto ao pobre “animal intelectual”, equivocadamente chamado de “Homem”, nasce incompleto…

Nasce sem os corpos que deveria ter: nasce sem o “corpo astral”, sem o “corpo mental” e sem o “corpo causal”. Então, nasce com que corpos? Nasce com um corpo físico, um “corpo planetário” como um “assento vital” e nada mais. E o que tem além disso? Tem o ego, que é de natureza animal. O pobre “animal intelectual” possui uma Consciência? Sim, não obstante, está evidentemente aprisionada no ego.  Uma consciência adormecida, ou seja, condicionada por seu próprio engarrafamento ou aprisionamento.

Assim que, concretamente, nasce incompleto. O germe que penetra, diríamos, em uma matriz para o seu conveniente desenvolvimento, pelo fato de nascer, não significa, de forma alguma, que ele já tenha concluído seus processos completos de desenvolvimento.

O gérmen desenvolvido no ventre materno nasceu e veio ao mundo, porém, permanece incompleto em todos os sentidos. Primeiro, porque não possui os corpos existenciais superiores do Ser. Segundo, porque não chegou nem a desenvolver completamente o seu corpo físico.

O corpo físico se desenvolve completamente, em etapas, com o passar dos anos.  Primeiro até sete anos, daí até os catorze e depois até chegar aos vinte e um anos. GRAÇAS À ENERGIA CRIADORA, o corpo físico pode ser gerado no ventre materno; graças à energia criadora, o corpo físico continua seu desenvolvimento até os sete, daí aos catorze e até os vinte e um anos de idade. De forma que o próprio corpo físico, pelo fato de não estar completo, necessita de desenvolver-se.

Desgraçadamente, vemos   como   os   adolescentes   que   ainda   não   desenvolveram completamente seu corpo físico já estão fornicando.  Isso é manifestamente absurdo, uma vez que a energia sexual que estão desperdiçando seria necessária, indispensável para completar o desenvolvimento do corpo físico.

De modo que a função sexual só DEVERIA COMEÇAR AOS VINTE E UM ANOS, NÃO ANTES, porque o gérmen que penetrou no ventre materno não completou ainda o seu processo de desenvolvimento. Portanto, submeter-se à cópula sexual antes dos vinte e um anos resulta absurdo.

Olhando as coisas por este ângulo, meus estimados irmãos, vale a pena refletir um pouco. Dos vinte e um anos em diante, a energia sexual fica livre para ser empregada em outras atividades.  Antes dos vinte e um anos, a energia sexual tem um só objetivo:  completar o desenvolvimento do corpo físico.

Depois dos vinte e um anos, a energia sexual fica livre para ser utilizada na construção dos corpos existenciais superiores do Ser, viabilizando o SEGUNDO NASCIMENTO.

Lamentavelmente, as pessoas não sabem utilizar essa energia criadora que fecundou o ventre materno, permitindo o desenvolvimento do feto que nasceu e passou pelas idades de sete, catorze e vinte e um anos…

As pessoas não sabem utilizar essa energia. Quando já está liberada, em vez de utilizá-la para a sua autorrealização e ir completando sua construção, porque o ser humano nasce incompleto, acontece o pior: a eliminação e o desperdício da energia sexual. Sabemos que as pessoas que extraem do seu organismo o EXIOHEHARI, ou seja, o ESPERMA SAGRADO, incorrem em um gravíssimo erro.

Quando falamos nesta questão relacionada com o Nascimento (Primeiro Fator da Revolução da Consciência) devemos compreender que toda a humanidade, em todos os sentidos, segue involutivamente.

Bem sabemos que os adolescentes não só gastam o material sexual, a energia criadora, o esperma sagrado, com a cópula sexual, como ainda adquirem vícios como o da MASTURBAÇÃO.  Este vício, hoje em dia, infelizmente é mais comum do que lavar as mãos.  Os jovens, sejam homens ou mulheres, mantêm o desgraçado vício da masturbação e assim arruínam miseravelmente seus cérebros e se tornam idiotas.

Quantas vontades que poderiam ser tão poderosas se esgotaram! Quantos rostos lindos murcharam, e tudo por falta de conhecimento! Porque, certamente, tanto os rapazes como as moças não recebem nos colégios a necessária e correta orientação sobre as questões sexuais. É claro que o impulso sexual é muito estimulado e passam a fazer uso do sexo; como não têm orientação adequada, habitualmente, os rapazes conversam com seus amiguinhos, e as moças com suas amiguinhas, iniciando, assim, o repugnante vício da  masturbação. […]

Os vícios sexuais que existem, atualmente, são degradantes. Se os homens e as mulheres pudessem crescer puros, com uma educação sexual completa e perfeita, tudo seria diferente. Se realmente os jovens, homens e mulheres, pudessem chegar à idade de vinte e um anos, respeitando o sexo, mantendo uma pureza real, seria admirável, teríamos uma geração de seres melhores.

Desgraçadamente, a pobre humanidade não recebe educação sexual quando mais precisa, e as pessoas chegam aos vinte e um anos degeneradas. O normal é que chegassem aos vinte e um anos de idade com os corpos sãos, fortes. Seria maravilhoso se aos vinte e um anos, quando a energia sexual fica liberada para outras atividades, as pessoas a utilizassem para a formação dos corpos existenciais superiores do Ser, seria formidável.

Obviamente, creio que todos vocês já conhecem a chave da Alquimia e não ignoram o adágio latino que diz: “Immissum membrum virile in vaginam feminae sine eiaculatione seminis”. Em síntese, diríamos: “Conexão do LINGAM-YONI sem derramar, jamais, o VASO DE HERMES TRISMEGISTO, o Três Vezes Grande Deus Íbis de Thot”.

Como vocês estão escutando, estou dando a chave, de forma clara e sem rodeios, mas numa linguagem decente, porque para instruir os estudantes e falar sobre os MISTÉRIOS DO SEXO, devemos agir recatadamente, porém de forma clara, nunca com vulgaridade, porque isso seria muito grave, seria desdizer a nós mesmos, escandalizaria às outras pessoas e formaria opiniões errôneas sobre os nossos Ensinamentos Gnósticos.

Obviamente, o desejo refreado transmutará, completamente, O ESPERMA SAGRADO EM ENERGIA CRIADORA.

É conveniente que vocês saibam que a energia sexual, (da qual se fala tanto hoje nos estudos de Fisiologia, Psicologia e Psicanálise etc.; etc.) é o mesmíssimo MERCÚRIO dos alquimistas medievais. Essa energia criadora transmutada é o mesmo “mercúrio dos sábios”.

Obviamente, o mercúrio se condensa ou se cristaliza mediante as notas Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, numa oitava superior, na forma maravilhosa e esplendorosa do Corpo Astral.

Assim que o CORPO ASTRAL não é um implemento essencial para a vida do ser humano. As pessoas vivem sem o “corpo astral”. O “corpo vital” assegura e garante completamente a vida do corpo físico sem necessidade de se ter um Corpo Astral.

O Corpo Astral é um luxo que poucos podem pagar, mas esse luxo vale a pena. Você sabe que tem um corpo astral quando pode usá-lo, quando pode andar com ele, quando pode se mover no espaço com ele. Com esse veículo, então, adquire-se a IMORTALIDADE no mundo astral, torna-se imortal nessa região.

Em uma segunda oitava, um pouco mais acima, com as notas Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, cristaliza-se o “mercúrio dos sábios” no famoso e resplandecente CORPO MENTAL. Quando se tem o “corpo mental” recebe-se a ILUMINAÇÃO direta. Com o “corpo mental” podemos apreender e compreender todos os ensinamentos do Universo.

Posteriormente, teremos o CORPO DA VONTADE CONSCIENTE. Ninguém nasce com o “corpo da vontade consciente”, mas através da transmutação da libido sexual, o “mercúrio dos sábios”, em uma oitava mais alta, se cristaliza, com as notas Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, de forma extraordinária, no “corpo causal”, no “corpo da vontade consciente”. Já com esses “veículos”: Físico, Astral, Mental e Causal, o indivíduo recebe ainda os PRINCÍPIOS ANÍMICOS E ESPIRITUAIS e converte-se em HOMEM.

Como vocês perceberam, o Primeiro Nascimento foi o do corpo planetário, o corpo físico. O Segundo Nascimento é o NASCIMENTO DO FILHO DO HOMEM, o nascimento do Homem, porém o Homem Completo.

De maneira que um dos Três Fatores da Revolução da Consciência é Nascer (nascer como Homem). No Primeiro caso, nasce o “animal intelectual”. No Segundo Nascimento, nasce o Homem, o Filho do Homem, o Verdadeiro Homem.

Se diz que o Homem verdadeiro é o HOMEM CAUSAL. Porque se chama o “Homem Causal” de Homem verdadeiro? Simplesmente porque fabricou o Corpo Causal, que é o último dos corpos necessários para tornar-se Homem. Então, seu centro de gravidade fica estabelecido no Mundo Causal onde passa a viver. O MUNDO CAUSAL tem uma tonalidade azul intensa, profunda, elétrica. Essa é a sua cor fundamental ou básica: A do ÉTER ou AKASHA PURO. Ali se descobre que tudo reflui e flui, vai e vem, sobe e desce, cresce e diminui.

No Mundo das Causas Naturais conhecemos todo o encadeamento de efeitos e causas, de causas e efeitos. Toda causa tem um efeito e, por sua vez, todo efeito se transforma em uma causa. Cada palavra que proferimos pode originar muitos efeitos, toda uma série de efeitos…

Numa ocasião, estando no Mundo Causal, escutava um homem que ministrava uma conferência.   Interrompi-o,   intencionalmente,   para   fazer   uma   objeção   a   uma   de   suas observações. Aquele Homem Causal ficou em silêncio, no que fez bem, porque, logo em seguida,  vi  como  apareciam  os  resultados  das  minhas  palavras,  as  minhas  objeções.

Aquela reunião terminou de imediato, porque o Homem Causal se retirou, e cada pessoa saiu falando algo,   dando   suas   opiniões   que,   por   sua   vez,   produziram   outros   resultados   e   assim sucessivamente. No final, compreendi que a interpretação que eu havia feito originara uma série de  consequências.  Fiz  isso  intencionalmente,  para  investigar  a  Lei  da Causa  e  Efeito  e  obtive esse resultado

No mundo das causas naturais, chega-se a saber o que é a lei de causa e efeito. Claro, ali os SENHORES DA LEI se movem. Com seus pesos e balanças, eles estão sempre ativos, anotando, nos ARQUIVOS AKASHICOS, o débito e o crédito de cada um de nós.

Em algumas reuniões do Mundo das Causas Naturais, fica-se bastante surpreso quando se encontra os vários Adeptos encarnados no Mundo, reunidos na assembleia e todos vestidos civilizadamente, como nos vestimos aqui no Mundo Físico. Não quero dizer que este seja sempre o caso. Certamente, dentro dos Templos, os Adeptos vestem suas Vestes Sagradas, mas em certas reuniões, em certas assembleias, diríamos, todos esses Mestres que no Mundo Físico têm corpos, frequentam com roupas comuns, como cavaleiros, decentemente, como se estivessem no mundo físico: muitas gravatas (a propósito, eu nem tenho gravata), muitos ternos, muito bem arrumados, muitos relógios de pulso, etc., etc., etc., e outros tantos adornos… A que se deve isso? Bem, essa é a região do homem, do homem real, do homem verdadeiro, a Região do Homem Causal…

Em nome da verdade, digo-lhe, ques TENHO MEU CENTRO DE GRAVIDADE NO MUNDO CAUSAL. Para falar aqui com vocês, tenho que fazer um grande esforço, pois estou me projetando do Mundo das Causas Naturais; com todos os meus veículos vivos no Causal, incluindo o Mental e o Astral.

Se quero penetrar no mundo mental, tenho que me projetar do causal para o mental (com o corpo mental).

Se eu quiser viajar pelo Astral, tenho que me projetar do Causal para o Astral para entrar no Corpo Astral.

E para estar aqui com vocês, eu tenho que entrar no corpo físico e conversar com vocês. E, obviamente, usando este aparato que me permitirá falar com vocês, mas normalmente moro no Mundo das Causas. E todo Homem Causal vive nessa região.

Assim, o Segundo Nascimento é nascer como um Homem Causal, isto é, como um Homem verdadeiro. E esse é o Primeiro Fator da Revolução da Consciência: Nascer…

SEGUNDO FATOR: MORRER. “Se o germe não morre, a planta não nasce.” É necessário morrer. Em outras palavras, o EGO ANIMAL deve deixar de existir em nós, em nossa psique, se queremos desfrutar de uma iluminação autêntica.

Normalmente, os irmãos gnósticos, os aspirantes, nossos afiliados, sofrem muito pela falta de iluminação. Eles gostariam de se mudar para as Regiões Inefáveis, visitar o NIRVANA ou o MAHAPARANIRVANA e ouvir a “Música das Esferas” etc. etc., mas quando se veem imersos, escravizados nesta Região Tridimensional de Euclides, incapazes de perceber qualquer uma dessas maravilhas dos Mundos Superiores, eles sofrem o indizível. E é claro que seus sofrimentos são lógicos, eles estão certos em sofrer.

Alguns querem se antecipar aos fatos. Falando em linguagem vulgar, eu diria que “alguns querem colocar o carro na frente dos bois” ou “ordenhar a vaca antes de comprá-la“; eles tentam ser exploradores espaciais, sem ainda terem adquirido as faculdades para isso. Às vezes eles entram no ESPIRITUALISMO e acabam se tornando médiuns etc. (E entre parênteses, o resultado da mediunidade é a EPILEPSIA. Todos os epiléticos que investigamos eram médiuns do Espiritismo em existências passadas. Portanto, não é agradável se tornar epilético; isso é muito difícil, muito difícil).

Bem, continuando em frente, direi que a Iluminação não é possível se o Ego não se desintegrar. Normalmente, a CONSCIÊNCIA (ou digo anormalmente, porque não chamaria isso de “normalmente”) ESTÁ ENGARRAFADA entre o mim mesmo, entre o Eu da Psicologia Experimental.

É claro que, enquanto a Consciência continuar engarrafada entre o Ego, engarrafada entre o mim mesmo, pois estará adormecida, funcionará em virtude de seu próprio condicionamento, será subjetiva, incoerente, imprecisa…

Tenho ouvido falar a respeito de ATAQUES DOS TENEBROSOS em Guadalajara e afirmo que tudo isso SE DEVE AO SUBJETIVISMO, ao ego…

Que alguns irmãos fiquem possessos por demônios e que as “bruxas da meia-noite”, montadas em suas vassouras, venham atormentar os “bons irmãozinhos”; que os ataquem incessantemente e os ameacem de morte, além de muitas outras incoerências, parece muito mais relacionado com esta seita dos Haitianos. Como se chama isso?

– Vodu?

Vodu, vodu (agora me lembro). Naturalmente, isto no fundo é muito nefasto. Não obstante, nenhuma dessas questões incoerentes, imprecisas e vagas (bruxas, vampiros e cinquenta mil coisas desse tipo) existiria se os aspirantes não tivessem ego. São questões pertinentes ao ego.

Quando vocês ouviram falar que um Ser como Gautama Sakyamuni foi atacado por um clã de bruxas, que invadiram e possuíram o seu corpo de forma desvairada para que Buda ferisse mortalmente outra pessoa, dizendo: “Eu te mato, te mato, vou te matar”? Isso nunca se viu entre os iniciados. Isso acontece entre pessoas que têm ego. Não havendo ego, não ocorre nada disso.

Destruindo-se o ego, acaba-se com toda essa problemática. Quando se destrói o ego e se passa pela ANIQUILAÇÃO BUDISTA, a Consciência se emancipa, liberta-se, fica DESPERTA e torna-se objetiva, eliminando todas as incoerências. Com isso advém a iluminação absoluta, imaculada, sem imprecisão de nenhum tipo.

Quando se tem a Mente Objetiva, a Consciência Objetiva tudo o que se manifesta é com a absoluta claridade do Espírito: a pessoa se movimenta no Mundo das Matemáticas com perfeição. No mundo da música com harmonia, no mundo das cores com a verdadeira estética; ela não sofre mais de questões subjetivas, as frases que dizemos inconsistentes, mórbidas, subjetivas brilham por sua ausência (da consciência). Somente o esplendor do Ser permanece em nós, a Essência do Espírito, a Aristocracia da Inteligência, a Nobreza do Coração. Você se torna um ADEPTO PERFEITO.

Mas as questões dos clãs, ameaças de morte, vampiros da meia-noite, bruxas em suas vassouras e todas essas questões pertencem ao mundo, digamos, de inconsistências, do subjetivo. E essa é a base.

É necessário que todos os nossos irmãos cheguem à Iluminação Real, que despertem da letargia milenar em que vivem; mas isso não seria possível se eles antes não passarem pela Aniquilação Budista.

Poderíamos  sintetizar  para vocês  toda  a  didática  para  a  Aniquilação  Budista em pouquíssimas  palavras:  NECESSITAMOS  VIVER  ALERTAS  E  VIGILANTES  COMO  VIGIAS  EM  ÉPOCA  DE GUERRA. É no terreno da vida prática, nos relacionamentos com nossos amigos, em casa, na rua, no  trabalho,  que  os  defeitos  que  levamos  escondidos  aparecem  de  forma  espontânea.  E se permanecermos  alertas,  é  claro  que    descobrimos  e  vemos  os  defeitos.

Defeito descoberto, deve ser PROCESSADO de imediato e submetido à ANÁLISE imediatamente. Através da AUTORREFLEXÃO EVIDENTE DO SER podemos conhecer diretamente qualquer defeito. Uma vez COMPREENDIDO este ou aquele erro psicológico, sem dúvida, podemos nos dar ao luxo de DESINTEGRÁ-LO.

Agora,  chegamos  a  um  ponto  crítico  e  difícil  desta  palestra  que  ministramos aqui. Gurdjieff,  Ouspensky,  Nicoll,  Collins  e  muitos  outros  autores  da  Quarta  Via,  gnósticos também  como  nós  (porque  nós  somos  da  Quarta  Via,  do  Quarto  Caminho)  pensaram  que poderiam  desintegrar  qualquer  agregado  psíquico  inumano,  ou  seja,  qualquer  defeito  ou qualquer ego através da simples Compreensão Criadora e nada mais.

Gurdjieff cometeu um erro imperdoável que, naturalmente, gerou um terrível carma para si mesmo: pronunciou-se contra a Divina Mãe Kundalini.

Que o fez por  ignorância… Não o nego, assim é.  De  qualquer maneira, “a ignorância da lei não exclui o seu cumprimento”. CONFUNDIU A SAGRADA SERPENTE KUNDALINI COM O ABOMINÁVEL ÓRGÃO KUNDARTIGUADOR, atribuindo à Devi Kundalini todos os defeitos esquerdos e tenebrosos do abominável Órgão Kundartiguador.

Para que vocês me entendam melhor, direi que existem duas Serpentes: a que sobe e a que desce. Uma é a SERPENTE DE BRONZE, que curava os israelitas no deserto, enroscada no Lingam, Gerador, no Tao. Outra é a SERPENTE PÍTON, que com as suas sete cabeças se arrastava pelo lodo da Terra e que Apolo, irritado, feriu com seus dardos.

A Serpente que sobe pela Vara de Esculápio, o Deus da Medicina; e a Serpente que se arrastava no lodo: a Serpente Tentadora do Éden. Aqui temos o duplo pé do GALO dos ABRAXAS gnósticos.

Assim, pois,  quem  sobe  é  Sagrada, é o Kundalini.  A que desce é  o Kundartiguador.

O erro de Gurdjieff foi atribuir à Serpente Ascendente, os efeitos hipnóticos, tenebrosos e abomináveis da Serpente Descendente. Esta foi a grave falha de Gurdjieff (No entanto, Samael Aun Weor disse em outras conferências que Gurdjieff havia criado os Corpos Existenciais e tinha 60 a 70% da Consciência Desperta).

Então, olhando as coisas de frente, é preciso um Poder que é superior à mente e este não é senão o KUNDALINI, a SERPENTE ÍGNEA de nossos mágicos poderes. Somente ela poderia pulverizar qualquer agregado psíquico inumano, seja raiva, ganância, luxúria, inveja ou ódio etc., etc., etc.

Temos que, naturalmente, primeiro DESCOBRIR o defeito que queremos eliminar e logo  trabalhar  para  COMPREENDÊ-LO,  como  segundo  requisito;  em  terceiro  lugar,  ELIMINÁ-LO.

E pode ser eliminado com o Poder da Divina Mãe Cósmica, com o Poder da Divina Mãe Kundalini. Mas é preciso apelar para a Kundalini, para Devi Kundalini Shakti. Apelar no exato momento em que precisamos remover o agregado psíquico que descobrimos e compreendemos. Sim, você precisa apelar para ela e implorar que ela pulverize esse defeito, e ela o fará.

Agora, o PODER MÁXIMO da Víbora Sagrada, da Cobra Divina dos Templos, é encontrado na FORJA DE CICLOPES. Se um casal (trabalhando na Forja de Ciclopes) realmente invocasse a Víbora Divina, em pleno trabalho SEXUAL-ESPIRITUAL, eles receberiam a resposta e é óbvio que Devi Kundalini… […]

É preciso, portanto, apelar para esse Poder maravilhoso e transcendental da Cobra dos Mistérios Antigos, da Víbora Divina.

Aqueles sem companheiro, ou a mulher sem companheiro, também podem apelar para a Cobra Sagrada; ela ainda funcionará e desintegrará quaisquer defeitos. Eu só quero dizer que o máximo de seu poder está na forja de ciclopes, na chama forjada de Vulcano.

Falo com vocês nesta língua que acho que entendem, já que são irmãos que já fizeram o curso, certo? E, portanto, vocês devem estar preparados para entenderem essa língua. Porque quando se fala de MISTÉRIOS SEXUAIS, é preciso falar com decência, com dignidade, nunca em linguagem vulgar; sempre em uma linguagem esotérica, edificante e essencialmente digna…

Se vocês puderem passar pela Aniquilação Budista, se puderem morrer Radicalmente, despertarão absolutamente, aqui e agora; então se tornarão conscientes da vida nos mundos superiores.

Mas DEVE-SE MORRER PARA DESPERTAR, repito: aqui e agora! Quando alguém realmente acorda, o problema da divisão deixa de existir. Já está consciente, tanto no mundo físico quanto nos Mundos Superiores.

E se seu corpo está dormindo, se você está acordado, ele sempre vive consciente. O problema do dobramento ASTRAL desapareceu definitivamente e para sempre. Porque se seu corpo dorme, permanece consciente, é consciente no mundo astral. Vive conscientemente, age conscientemente e retorna a seu corpo físico à vontade, sempre que quiser. Então, onde está o problema da divisão? Como um problema, ele deixa de existir. O importante seria acordar…

O terceiro fator é o do sacrifício pela humanidade. É necessário amar nossos semelhantes, mas o amor deve ser demonstrado com fatos concretos, claros e definitivos. Não basta dizer que amamos nossos semelhantes, não; você precisa demonstrá-lo com fatos, deve estar disposto a subir ao Altar do Supremo Sacrifício pela Humanidade, precisa erguer a Tocha da Sabedoria, iluminar o caminho dos outros, deve estar disposto a DAR ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE por todos os nossos semelhantes, com amor verdadeiro, desinteressado e puro…

Portanto, o Terceiro Fator da Revolução da Consciência é o do Sacrifício pelos nossos Companheiros. Nascer, morrer e nos sacrificar pela humanidade são os três fatores que nos tornam verdadeiras encarnações do CRISTO CÓSMICO. Esses três fatores vêm para nos tornar deuses, mesmo que tenhamos o corpo dos homens. Esses três fatores vêm para nos tornar algo diferente: eles nos transformam em DEIDUSOS ou DEUSES INEFÁVEIS, ELOHIMS, DIVINOS DAIMONS etc.

Se trabalhássemos apenas com o Primeiro e o Segundo Fator (Nascer e Morrer), mas não amássemos nossos companheiros, nada fizéssemos para levar a Luz do Conhecimento a outras pessoas, povos e idiomas, cairíamos em uma AUTO-ESPIRITUALIDADE, muito refinada, que impediria qualquer progresso interior. Bem, se apenas nos importamos com nós mesmos e nada além de nós mesmos, esquecendo tantos milhões de seres que povoam o mundo, inquestionavelmente nos calamos em nosso próprio egoísmo. Dessa maneira, o Eu do egoísmo não nos permitiria a Iluminação.

O egoísmo pode ser apresentado de formas altamente refinadas e deve ser eliminado. Porque enquanto tivermos egoísmo dentro de nós mesmos, a Iluminação não será possível.

O egoísmo é constituído por múltiplos Eus nos quais a Consciência foi engolida. Que essa multiplicidade de Eus egóicos deve ser desintegrada, é verdade! Bem, se não fizermos, a Consciência continuará sendo engarrafada, estreita, limitada, condicionada e qualquer possibilidade de Iluminação será anulada.

Devemos entender que toda humanidade é uma grande família. Infelizmente, estamos envolvidos em muitos afetos e consideramos apenas como família algumas pessoas à nossa volta, o que é egoísmo; porque todos os seres humanos, sem exceção de raça, credo, casta ou cor, são uma família; e essa família chama-se “Humanidade”.

Se olhamos apenas como irmãos aqueles que nos cercaram desde o berço, estamos indo muito mal. Se queremos apenas servir a essas pessoas que se autodenominam “nossos parentes”, seguimos egoisticamente. É essencial ver em cada pessoa um irmão.

Isto não é por sentimentalismo… … mas porque somos todos realmente irmãos. Não é uma mera frase sentimental; é real, como ouviram: somos uma única família, uma única família numerosa que não deve ser dividida, uma família enorme que habita a Terra e se chama “Humanidade”.

Para aqueles de nós, nossos irmãos, precisamos trazer o Conhecimento, mostrar-lhes o Caminho, para que um dia eles também possam segui-lo e alcançar a LIBERAÇÃO FINAL.

Se queremos a Felicidade, devemos lutar pela Felicidade dos outros. “Quanto mais alguém dá, mais recebe, mas quem não dá nada, mesmo o que não possui será levado”…

Como podemos alcançar a verdadeira felicidade NIRVÂNICA ou PARANIRVÂNICA, aqui e agora, se não trabalhamos pela felicidade dos outros? A felicidade autêntica do Ser não pode ser egoísta; isso é alcançado apenas pelo sacrifício para nossos semelhantes.

Assim, aqueles que alcançaram, por exemplo, estágios muito elevados do Ser, que entraram nos mundos Paranirvânicos, Mahaparanirvânicos, Monádicos ou Ádicos, ou que finalmente conseguiram se fundir ao ETERNO PAI CÓSMICO COMUM, obviamente se sacrificaram de alguma forma por seus semelhantes no mundo, e isso lhes deu méritos suficientes para alcançar, realmente, a felicidade que não tem limites nem fronteiras. […]

Devemos pensar no bem comum, que devemos amar, sim, de maneira extraordinária, todos os seres que povoam a face da Terra. Amar não apenas aqueles que nos amam (porque isso seria feito por qualquer um), mas também aqueles que nos odeiam. Para aqueles que nos amam, porque nos entendem, e para aqueles que nos odeiam porque não nos entendem…

NÃO DEVE EXISTER EM NÓS isso que se chama “ÓDIO”. Há pessoas que destilam e bebem seu próprio veneno, e sofrem o indizível; e isso é sério. Não se deve ser tão tolo. Aquele que está destilando e bebendo seu próprio veneno é um tolo. Aquele que forjou um “inferno” em sua mente e o que carrega o tempo todo esse “inferno” em sua mente, é um tolo. É preciso pensar que a melhor coisa é amar, porque se você faz da sua mente um inferno, nunca é feliz.

As pessoas estão cheias de ressentimentos e isso é muito sério, porque ONDE EXISTE O EU DO RESSENTIMENTO, O AMOR NÃO PODE FLORESCER. Não há ninguém que não tenha ressentimento; todo mundo guarda em seu coração palavras, ações ou eventos dolorosos, naturalmente acompanhados de suas consequências ou corolários, que são os ressentimentos conhecidos que não levam a nada.

O ressentido, não sabe amar, é um vingativo, não sabe amar. Quem odeia está muito perto da maldição.

Você precisa saber entender outros, aprender a olhar do ponto de vista da outra pessoa, se quiser saber amar. As pessoas são incompreensivas, as pessoas não querem entender as outras pessoas; simplesmente porque eles não podem ver o ponto de vista de outra pessoa. Se alguém se coloca no ponto de vista dos outros, aprende a PERDOAR. Quando você sabe perdoar, aprende a amar; se alguém não é capaz de perdoar alguém, não sabe amar.

Agora, perdoar mecanicamente é inútil. Alguém poderia perdoar, simplesmente porque aprendeu na Doutrina Gnóstica que é preciso perdoar, mas isso é automático, não funciona. No fundo, ele continua com o mesmo ressentimento, com o mesmo ódio e até com o mesmo desejo de vingança sufocado ou reprimido.

Não se pode perdoar se não se elimina o ego do ressentimento, se não anula o ego do rancor, se não reduz a poeira cósmica o ego da vingança, o ego que quer “satisfazer-se na vingança” (expressão sacarse el clavo ) etc. Enquanto não os tiver eliminado (através da compreensão e com a ajuda de Kundalini Shakti), não é possível que realmente perdoe. E se você perdoa de maneira automática, o perdão automático não é perdão.

Temos que ser honestos conosco mesmos, se queremos saber como amar. Se você não é honesto consigo mesmo, se não é honesto consigo mesmo, nunca poderá amar. Amar implica trabalho, trabalho dispendioso sobre si mesmo. Como alguém poderia amar o outro se ele não trabalha sobre si mesmo, se ele não elimina de seu interior os elementos da discórdia, vingança, ressentimento, ódio etc.? Quando tais elementos infra-humanos existem em nossa psique, a capacidade de amar é anulada.

Precisamos amar, sim, todos os nossos semelhantes. Mas, repito, isso envolve trabalho. Não se pode amar enquanto os elementos do ódio existirem em nós mesmos. Se queremos amar, devemos ser sinceros, AUTO-EXPLORAR, AUTO-INVESTIGAR para descobrir aqueles elementos que nos tornam incapazes de amar.

Há muito amor fingido nas diferentes escolas pseudo-esotéricas e pseudo-ocultistas; isso não funciona. Nós, gnósticos, não devemos aceitar o amor fingido; Devemos exigir de nós mesmos: amaremos nossos semelhantes ou não os amaremos? Sejamos honestos. Não se trata de nos deixarmos levar por sentimentalismos sublimes. Podemos acreditar que amamos, quando na verdade não estamos amando.

AMOR é algo muito sublime. Deixe-me dar um exemplo ou alguns exemplos sobre o amor: o fundador de Nova York era um homem muito inteligente. Então ele tinha uma esposa, e uma esposa muito digna. Quando ele fundou Nova York, isso parece um absurdo: mas não havia nada além de vegetação, árvores, montanhas etc., etc…

Ele concebeu a ideia de uma grande cidade, contemplando aquela região. Essa foi a “era de ouro”, a época em que as pessoas tinham sede de ouro nos Estados Unidos (embora sempre tenham, mas naquela época a ganância pelo ouro físico, pelas minas de ouro etc.) era muito evidente…

E ele foi-se pelo mundo, cometeu um erro que considero muito sério: abandonar a esposa no meio da montanha. Ele não a abandonou por nenhuma outra mulher, não; mas pelo ouro, para procurar as minas…

Por fim, ele ouviu falar dela: alguém lhe disse que ela já havia morrido. Ele não se preocupou muito com isso, porque não tinha nada além de fome, uma sede insaciável de ouro.

Mais tarde, com o tempo, ele encontrou uma mulher e se casou com ela (com outra mulher). Fez ferrovia, estabeleceu bancos. Quando ele já era um grande homem, falando na frente de uma plateia, de repente descobre (entre as pessoas que estavam lá) aquela à qual havia abandonado… Aquele homem não podia mais falar, ele tentou se trancar, ele estava confuso, porque ele pensou que ela estava morta. E ela fora informada de que ele se casara novamente, que tinha seis filhos.

E quando ele deixou a plateia, então, ele se viu “frente a frente” com ela; ele não sabia o que fazer.

– “Não se preocupe, eu sei que você se casou”…

Ele ficou intrigado, porque, é claro, quando a viu, lembrou-se de seu primeiro amor. E ele a amava, só que a sede de ouro o fizera abandoná-la… Ele não conseguia encontrar o que fazer. Ela disse: – “Você pode seguir seu caminho”. Ela também o adorava.

Quando ele tentou se afastar e não conseguiu, sentiu que era difícil deixá-la. Mas ela lhe deu coragem: – “Não olhe para trás”, disse ele, “vá em frente, não pare por mim. Você deve ter sucesso, eu te amo muito e quero o seu sucesso”…

Ele andou como um sonâmbulo, até que ela saiu. Ela o amava demais. Ele poderia ter deixado a outra mulher imediatamente e escolhido esta, mas ela preferia a felicidade dele. Isso é amor…

Qual de vocês se sente capaz de fazer isso? Ser capaz de renunciar aos mais amados, pela própria Felicidade dos mais amados. É que o amor não quer recompensas, é um dom de si mesmo, trabalha com renúncia aos frutos, só quer o bem dos outros, mesmo à custa da própria felicidade.

Compreender o amor é um pouco difícil. Se definido, ele será desfigurado. É como uma emanação surgida, diríamos, do fundo da Consciência, um funcionalismo do Ser.

Devemos entender, compreender, portanto, a necessidade de saber amar nossos semelhantes. Porque, através do amor, podemos ser transformados e amados, distribuir bênçãos; leve o Ensinamento a todos os povos da Terra, direcione outros com o máximo de paciência; saiba perdoar os defeitos dos outros.

Inquestionavelmente, quando alguém leva o Ensinamento a outros, ele encontra muitas resistências. Sem dúvida, chove (em muitas ocasiões) pedras; Mas você tem que saber amar e perdoar a todos, NÃO REAGIR TANTO.

As pessoas vivem reagindo aos impactos que vêm do mundo exterior. […]

Existe essa tendência do mundo inteiro, de reagir contra o mundo inteiro. Quão engraçadas são as pessoas! Basta apertar um botão e “trovejam” e “relampejam”. E se apertar outro botão, eles sorriem docemente.

Os “humanoides” são máquinas que todos operam à vontade; eles são como um instrumento musical, onde todos tocam sua própria música. Se alguém quiser que você sorria, basta dizer palavras doces e dar um tapinha no ombro (sorri docemente). Se você deseja que “trovejam” ou “relampejam” diga apenas algumas palavras duras e elas já estão franzindo a testa e reagem imediatamente.

Eu mesmo, aqui estou falando com você e vejo vocês sorrindo um pouco. Se eu os repreendesse agora, o que aconteceria? Mudariam imediatamente, não estariam mais tão sorridentes e as sobrancelhas estariam franzidas. Que tristeza, mas é assim! Por quê? São máquinas, um instrumento que todo mundo toca ou instrumentos como o violão. Quem quiser vê-los felizes, dirá algumas palavras doces, e aí estamos felizes. Mas quem quiser vê-los zangados, diga algumas palavras duras e seremos terríveis.

Portanto, dependemos de outros, não temos liberdade, NÃO SOMOS DONOS DE NOSSOS PRÓPRIOS PROCESSOS PSICOLÓGICOS, cada um faz o que quer conosco. Algumas pequenas palavras de elogio e imediatamente: Ah, nos sentimos importantes; outra pequena palavra de humilhação, e quão tristes e pequenos nos sentimos! Se todos nos fazem o que querem, onde está nossa autonomia, quando deixaremos de ser máquinas? Acontece que, para aprender a amar, você precisa adquirir o AUTONOMIA, porque se você não possui seus próprios processos psicológicos, jamais pode amar, como? Se outros são capazes de nos tirar do estado de paz para o estado de discórdia, quando poderíamos amar? Enquanto alguém depende psicologicamente dos outros, não é capaz de amar. Dependência dificulta o amor. Precisamos acabar com a dependência, nos tornarmos donos de nossos próprios processos psicológicos.

Quando eu reencarnei como TOMÁS DE KEMPIS, escrevi em meu livro “Imitação de Cristo” (naquela antiga reencarnação), uma frase que diz: “Não sou mais porque me elogiam, nem menos porque me desaprovam, porque eu sempre sou o que sou”…

Portanto, devemos permanecer impassíveis ante o elogio e a desaprovação, ante o triunfo e ante a derrota; sempre sereno, impassível, sempre dono de nós mesmos, de nossos próprios processos psicológicos.

Então, sim, marchando por esse caminho, sempre estaremos estáveis ​​nisso que se chama “AMOR”. Precisamos nos estabelecer no Reino do Amor, mas não poderíamos fazê-lo se não fôssemos donos de nossos próprios processos psicológicos. Bem, se outros são capazes de nos fazer sentir raiva sempre que querem, se outros são capazes de nos fazer sentir ódio, se outros são capazes de nos fazer sentir o desejo de vingança, obviamente não somos donos de nós mesmos. Nessas condições, nunca poderíamos nos estabelecer no Reino do Amor. Estaríamos no Reino do Ódio, no da Discórdia, no do Egoísmo, no da Violência, mas nunca no Reino disso que se chama “Amor”. Nós devemos permanecer estáveis ​​no Reino do Amor; temos que nos tornar donos de nossos próprios processos psicológicos.

Se batermos em uma porta, por exemplo, e somos recebidos com pedras porque vamos dar o Ensino Gnóstico, e se nos afastarmos dali, digamos, com o desejo de vingança, ou terrivelmente confusos pela dor, não serviríamos para Missionários Gnósticos. Se chegarmos a uma cidade para pregar a palavra e o Senhor “sacerdote” nos manda embora, e então ficarmos cheios de terror, serviríamos, por acaso, para missionários gnósticos?

O MEDO NOS INCAPACITA DE AMAR. Do que temos medo? Da morte? Se para morrer nascemos, e então o que? Que alguém morra, alguns dias antes ou alguns dias depois, qual a diferença? Você sempre tem que morrer. Então, do que temos medo? Além disso, a morte é tão natural quanto o nascimento. Se temos medo da morte, também devemos ter medo do nascimento, pois são os dois extremos do mesmo fenômeno chamado “vida”.

Ter medo da morte? Por que, se tudo que fazemos tem que morrer? Plantas nascem e morrem, mundos nascem e morrem. Essa mesma Terra nasceu e um dia será um cadáver, se tornará uma nova lua.

Então, temer a morte, por quê? “A MORTE É A COROA DE TODOS”, e certamente é mesmo muito bonita. Nunca se deve olhar a morte com horror; você tem que olhar para ela como é…

Ver um cadáver em um caixão (no meio de uma sala), não é compreender o Mistério da Morte. O MISTÉRIO DA MORTE é muito sagrado. E você nunca poderia entender a origem da vida, o MISTÉRIO DA VIDA, se antes não compreender completamente o Mistério da Morte. Quando se entende verdadeiramente o que são os mistérios da morte, entende-se os mistérios da vida. E a morte nos traz, então, momentos deliciosos. Com a morte vem a PAZ.

Vale a pena, então, não ter medo de morrer. E se alguém morresse no cumprimento de seu dever, trabalhando pela humanidade, esse alguém seria mais do que recompensado nos Mundos Superiores.

ALGUÉM DAR A SUA VIDA PARA O SEU SEMELHANTE É ALGO SUBLIME. Foi o que o Divino Rabino da Galileia fez, foi o que todos os santos, mártires, fizeram: São Estevão, apedrejado por ensinar a palavra; Pedro, crucificado com a cabeça para baixo e as pernas para cima, para indicar o trabalho na Forja do Ciclopes. São eles: verdadeiros mártires. Esses são os que se destacam, são os que emergem mais tarde, entre o Maha-Manvantara, como Deuses.

Então, o medo é absurdo. O máximo que poderia acontecer conosco é ser levado para ao paredão de fuzilamento, e daí? Afinal, o que? Alguém morrer alguns dias antes ou alguns dias depois, é algo que não importa nem um pouco. Vale a pena pensar em todas essas coisas…

Por medo, os homens se armaram para matar os outros; por medo há guerras entre as nações, pois cada nação teme que outra a invada e se arme, e vem o desastre; por medo existem ladrões, que têm medo da vida; por medo existem prostitutas, que têm medo da fome; por medo, um homem mata outro. O medo, então, é a raiz de muitas maldições na Terra.

É preciso ACABAR COM O MEDO. No limiar do templo, devemos deixar o medo. Mas, infelizmente, existem diferentes tipos de medos…

Aquele que tem medo nunca poderá enfrentar a prova do GUARDIÃO DA IMENSA REGIÃO. Como você pode enfrentá-la se teme? Quem tem medo, vendo-se fora do corpo físico, acaba “gritando”… “Que parece que já morreu, que deixou sua mãe e seu pai, seus irmãos mais novos, seu avô. Que, enfim, agora o que eu faço… ”

Você pode ter certeza de que estamos sozinhos (cada um de nós) e que a única família que temos é chamada de “Humanidade”.

Alguém, após a morte, tem que chegar à conclusão de que o sobrenome que ele carregava, a boa reputação de pai e mãe, o amor de seus irmãos mais novos, de seus amigos, tudo ficou para trás. Ele descobre que é apenas outra criatura da Natureza, e isso é tudo; sem nomes ou sobrenomes terrestres, terrivelmente sozinho, porque mamãe e papai e os irmãos mais novos eram apenas o fascínio de um dia; não temos nada disso, estamos terrivelmente sozinhos.

A longo prazo, a única coisa que temos que buscar dentro é o PAI QUE ESTÁ EM SEGREDO, e nossa MÃE ETERNA e SEMPRE DIVINA (KUNDALINI) e o SENHOR CRISTO.

E família? Todos os milhões de seres humanos! Não estou dizendo apenas aqueles na Terra, mas os de todos os mundos no espaço. Somos uma grande família; E essa é a realidade. E é a dura realidade o que estou lhe dizendo, mas é a realidade. Dura porque você ama muito sua família, certo? Agora, se eu não tivesse família, eles diriam: “Bem, já que você não possui, bem, o que importa para ele?” Não, eu também tenho, e percebo que tudo isso é em vão. Não quer dizer que não amo meus familiares. Eu os amo, como vocês amam, mas já experimentei diretamente a realidade do que é a família e cheguei à convicção de que a família é toda a humanidade.

Não tenho ressentimentos contra a minha família. Não vão crer que estou falando com algum ressentimento, não. Quando digo que “experimentei a realidade do que a família é”, quero me referir, de maneira transcendental, ao Ensinamento. (* Samael Aun Weor disse em outra conferência: “É claro que, para trilhar o Caminho que deve levar à Transformação Íntima do Ser, é necessário, antes de tudo, ser um bom senhor [ou senhora] de casa, para cumprir os deveres, para com a esposa [ou marido], para com os filhos, para com os seus.”)

Fora do corpo físico, me ensinaram os mistérios da vida e da morte. Em uma ocasião, me fizeram sentir a morte antecipadamente. Me fizeram sair do corpo físico. Já fora da forma, fui obrigado a ir em frente no tempo para me ver morto. O que vi? Um cadáver. O que havia naquele caixão? Um corpo. Qual? O meu. Quem estava diante daquele caixão, na sala cheia de flores e grinaldas dos mortos? Os familiares. Entre meus parentes, minha mãe terrena estava lá. Eu me aproximei dela, beijei sua mão e disse: “Obrigado pelo corpo que você me deu; Esse corpo me ajudou muito, foi maravilhoso, obrigado!” Aproximei-me de todos os outros parentes, dizendo adeus a eles. Abandonei aquela morada e mergulhei no seio da natureza, convencido de que estava desencarnado…

O que havia? Natureza: vales, montanhas profundas, oceanos, nuvens, ar, sol. E meus parentes, o que? Isso tinha sido no passado, não tinha mais parentes. Os nomes e sobrenomes, minha linhagem, minha cidade, minha língua, onde eles estavam? Coisas do passado! Agora eu estava imerso em uma natureza selvagem, absolutamente sozinho. E então minha querida família, o que? Só pude exclamar: “Não tenho mais família!” E os seres que me cercavam? Isso foi no passado; Agora estou sozinho, terrivelmente sozinho. Eu sou apenas uma criatura da natureza, uma natureza selvagem. Existem vales, montanhas, uma terra úmida de chuva! “E minha casa? Qual casa? Você não tem mais uma casa. E mercadorias? Muito menos bens terrenos. De onde eu vou tirá-los? Então quem é você? Uma partícula da natureza, uma natureza selvagem que não tem nada a ver com questões familiares”… “Conclusão: Minha família é toda a humanidade ou todas as humanidades, ou todos os mundos das humanidades do planeta, e isso é tudo”…

No entanto, senti um pouco de tristeza, ao perceber que o Cordão de Prata ainda não havia rompido. Eu gostaria de rompê-lo, mas ele permaneceu intacto. Não tive escolha a não ser voltar. Eu pensei que já estava completamente desapegado da forma física, disse a mim mesmo, e tive que voltar novamente… E voltei, sim, entrei no meu corpo.

Essa é a realidade, então, em relação a familiares, parentes, primos, irmãos, tios, sobrinhos, netos, bisnetos, bisnetos e, enfim, tudo o que no fundo nos fascina.

Precisamos elevar um pouco nossos corações com a frase “SURSUM CORDA!” (“CORAÇÕES AO ALTO!”) E saber que todos somos uma grande família; ver em cada pessoa um irmão, sentir a cada um de nossos irmãos como a carne de nossa carne, como o sangue de nosso sangue; não ver os outros como estranhos, como indivíduos, como pessoas diferentes, porque isso é um absurdo.

Somos todos uma família enorme e imensa chamada “Humanidade”. Então, devemos nos sacrificar por essa família imensa, com verdadeiro Amor. Se o fizermos, marcharemos de forma plena, com o Terceiro Fator da Revolução da Consciência. (* A conferência continua com outros tópicos e depois vem uma longa seção de perguntas e respostas, muitas vezes inaudíveis.)

Samael Aun Weor