A-20. A Lei do Karma
A LEI DO KARMA
Extratos do Trabalho de
Samael Aun Weor
…De qualquer forma, precisamos tomar consciência de nós mesmos, de nossos próprios defeitos.
Devi Kundalini Shakti, pode eliminar sim. Tem esse poder. Mas, é necessário nos conscientizarmo-nos disso que queremos que ela elimine.
Imagine, por exemplo, irmãos, que esse copo é um Eu. Se dentro deste Eu há Essência, então teríamos que liberar essa Essência, tirá-la de lá, para que então, já vazia, a mãe pode jogá-lo no abismo. Porque se ela o jogasse com a Essência lá dentro, ela jogaria também a nossa consciência para o abismo, e em vez de nos fazer um bem, nos faria um mal.
COMO LIBERAR A ESSÊNCIA, essa consciência, presa lá em um Eu? Somente através do MEDITAÇÃO INTERNA PROFUNDA. Apenas se tornando ciente do erro.
Uma vez que adquirimos consciência de um certo defeito, do defeito preso aqui entre este Eu do meu exemplo, então a Divina Mãe pode se dar ao luxo de eliminá-lo; jogar a casca no precipício (é uma casca vazia, não vale mais nada.)
A parte mais difícil é nos conscientizar dos nossos próprios erros. Aparentemente é fácil, mas, quão difícil é no fundo! Que trabalhoso!
ESTABELECER AS LEIS É VITAL. Estas existem, mas devemos esclarecê-las. A repetição de um mesmo fenômeno nos permite estabelecer uma lei. Assim é em tudo!
Se o mesmo fenômeno psicológico é sempre repetido em nós, então podemos estabelecer uma lei. Conhecendo essa lei, devemos agir de acordo com ela. É claro!
Então, devemos conhecer uma infinidade de leis que existe em tudo. Conhecendo-as, aja de acordo com elas…
Na vida, existem três tipos de ação.
Primeiro: AÇÕES QUE SÃO O PRODUTO DO ACIDENTE, ou simplesmente correspondendo à Lei de Acidentes
Segundo: AÇÕES QUE SÃO O RESULTADO DO KARMA.
Terceiro: AÇÕES PRODUZIDAS PELA VONTADE CONSCIENTE; estas são verdadeiramente própria dos Iniciados, dos Mestres, daqueles que já têm Vontade Individual Consciente.
Inquestionavelmente, não podemos jogar a culpa toda no Karma. Como eu disse, a Lei dos acidentes existe. Se não formos prudentes, por exemplo, pode ser que um carro termine conosco na rua, e esse não é o resultado do karma.
Se exageramos na comida, como não é mais indicado, obviamente podemos ficar doentes; o karma não é culpado disso.
Se tomássemos algumas bebidas e ficássemos bêbados, o karma não é responsável por isso, somos nós mesmos, que nos dedicamos a beber.
Se machucamos, eles podem nos machucar; se insultar, então eles nos insultam.
Então, meus caros irmãos, se distinguem entre o que é a Lei dos Acidentes e a Lei do Karma.
Existem ações do karma. Sem dúvida, ele regula nossas vidas. Mas, nunca devemos protestar contra o Karma.
Há coisas que queremos que sejam de uma certa maneira e não são como gostaríamos Deixe-os ir. Então protestamos contra o Karma, em lugar de agradecer ao Karma.
Realmente, O KARMA É UM MEDICINA, meus caros irmãos. Medicina extraordinária! Uma medicina com o qual querem nos curar. Por que protestamos contra a medicina? O tolo é o homem doente que protesta contra o remédio que está sendo dado. Se esse remédio for chamado para nos curar, por que protestamos contra o remédio?
BENDITO O HOMEM A QUEM DEUS CASTIGA! Obviamente, o Criador quer nos curar e a medicina se chama: “Karma”. Quando não temos escolha, quando nem mesmo a medicina nos ajuda, quando nos tornamos tão cínicos que nem “isso” podem realmente nos curar, obviamente devemos entrar na Involução Submersa nos mundos infernais; aí concluímos com a “Segunda Morte” (como está escrito nos Evangelhos): É claro, a aniquilação dos Egos.
A Essência é outra coisa, ela escapa do “precipício” para reiniciar um novo dia evolutivo.
Assim, “Cinismo” é a última palavra dos perdidos. O cínico (a quem a medicina já não vale mais) é um caso perdido… Obviamente, não pode continuar a existir; tem que marchar para a sua destruição final e ninguém pode parar com isso; sua Involução se precipita para o centro de gravidade da Terra, de onde ao pó se volta…
Mas, enquanto a Medicina do Karma puder corrigir, existem possibilidades.
O que devemos fazer é cooperar com o inevitável; isso é óbvio! Mas sempre protestamos, não gostamos de cooperar. Que esse Karma é doloroso? Sim é! Mas é inútil protestar, melhor é cooperar com essa dor e tirar dela, o melhor partido…
No aparentemente difícil estão as melhores oportunidades: devemos tirar proveito, digamos, vantagem de as adversidades mais graves; devemos aprender a extrair o melhor do karma. E em vez de protestar pela nossa amargura, ficarmos agradecidos ante ao Pai, que com seu remédio doloroso ainda que seja, mas está nos curando, está tentando eliminar nossos erros, para o nosso bem; assim é!
Há situações tão difíceis…, tão embaraçosas.., que não vemos um lugar de fuga, de saída; nós gostaríamos de fugir para um mundo melhor, gostaríamos de mudar de ambiente, nos colocar em outra dimensão, nos colocar em outra lugar e com outras pessoas, mas tudo isso é um absurdo!: Isso é como o paciente que quer fugir da clínica onde ele eles estão curando; ou como o garoto bobo que falta, que sai da escola ou protesta contra seus professores.
No fundo, às vezes, nós somos, certamente um pouco lentos compreensão. Quando as coisas ficam difíceis, devemos intensificar o estado de Alerta-Percepção, Alerta-Novidade e extrair dessas dificuldades o melhor. Aprenda com elas, consciência, o que com elas querem nos ensinar.
Então, meus caros irmãos: não protestem, APRENDAM! Não busquem evasivas, COMPREENDAM! Não fujam, ENTENDAM!
Esse é o caminho reto. Sai do intrincado labirinto do Karma, mas sai! E isso nos leva, é claro, para onde devemos ir…
Nós estamos aqui por algo e para algo; isso é óbvio! As pessoas lembram-se de Deus quando estão em grande amargura; mas quando estão bem, quando não lhes falta pão, abrigo e refúgio, quando gozam entre seus leitos de prazeres, ou na orgia, quando levantam o copo de um fino vinho…
Extrato da Conferência
Mais Além da Mente
P. Que se pode responder ao profano quando, ao se lhe falar do retorno, ele declara não poder acreditar nele, já que ninguém foi e voltou para contar o que viu?
R. Os dias vão e vem. Os sóis regressam ao seu ponto de partida depois de milhares de anos. Os anos se repetem e as quatro estações (primavera, verão, outono e inverno) sempre voltam. Portanto, não há necessidade de se acreditar no retorno já que é tão evidente que todos o estão vendo diariamente. Assim também as almas retornam, regressam, a este mundo. Esta lei existe para toda a criatura.
P. Como podemos demonstrar a existência do retorno?
R. Podemos evidenciar todos a lei do eterno retorno despertando a consciência. Nós temos sistemas e métodos para o despertar da consciência. A pessoa desperta pode recordar todas suas vidas passadas. Para quem se lembra das vidas anteriores, a lei do retorno é um fato.
P. Por que há algumas pessoas que são bem preparadas, que mesmo trabalhando e lutando muito por uma posição não o conseguem, em troca, outras, com menos preparo e esforço, conseguem o êxito desejado?
R. Tudo depende da lei do Karma. Esta palavra (KARMA) quer dizer “ação e consequência”. Se em vidas passadas agimos muito bem, triunfamos e somos felizes na presente vida. mas, se em vidas anteriores praticamos o mal, na atual fracassamos.
P. Por que existem famílias que por mais que se esforcem não conseguem ter amigos de modo algum, enquanto para outros é tão fácil conquistá-los aonde quer que vão?
R. Em vidas anteriores tivemos muitos amigos e inimigos e ao voltarmos ou regressarmos a este mundo, tornamos a reencontrar essas amizades ou esses adversários, então tudo se repete como já ocorreu. Mas, também, há gente difícil que não gosta de ter amigos, são os misantropos diríamos, gente que se oculta, que se afasta, que se distancia da sociedade, são solitários por natureza e por instinto. Quando tais pessoas voltam a este mundo, costuma ver-se sós, ninguém simpatiza com elas. Em troca, há outras pessoas que souberam cumprir com seus deveres para com a sociedade, para com o mundo e até trabalharam por seus semelhantes, em vidas passadas. Logicamente, ao retornarem a este mundo vêm-se rodeadas por aquelas almas que formaram seu ambiente e agora gozam naturalmente de muita simpatia.
P. A que se deve que algumas donas de casa não encontrem quem lhes ajude fielmente, ainda que tratem bem suas empregadas, enquanto outras, em troca, não encontram dificuldade alguma neste sentido?
R. Aquelas donas de casa que não contam com servidor fiel e sincero foram, em vidas anteriores, déspotas e cruéis com seus criados e agora não encontram quem lhes sirva, pois que não souberam servir no passado. Eis a conseqüência.
P. Por que há pessoas que desde o nascimento trabalham sem descanso, como se sofressem uma condenação e só param ao morrer; em troca, outras vivem bem e sem tanto trabalho?
R. ISSO SE DEVE À LEI DO KARMA. As pessoas que trabalham muito e não progridem, em vidas passadas fizeram seus semelhantes trabalharem demais. Exploraram seus súditos impiedosamente e agora sofrem a conseqüência, trabalhando inutilmente pois não progridem.
P. Meu filho contraiu um matrimônio que lhe foi sumamente mal. As empresas onde trabalhava faliram. Uma vez pediu um empréstimo bancário para pôr um negócio e fracassou rotundamente. Tudo o que empreendia fracassava. Teve de divorciar-se da esposa devido aos tantos desgostos que tinham. Depois de algum tempo contraiu novas núpcias e aquele homem a quem só faltou pedir esmola, agora se acha muito bem e seu sucesso aumenta a cada dia. A que se deve isto?
R. Existe três vínculos matrimoniais: o primeiro Cármico, o segundo Dármico e o terceiro Cósmico. Os primeiros são de dor, miséria, fome, desgraça, nudez… Os segundos são de êxito, felicidade, amor, progresso econômico … Os terceiros são para as almas selecionadas, puras e santas. Trazem naturalmente felicidade inesgotável. Sobre o caso que você me relata devo dizer que ele pertence à primeira ordem de vínculos matrimoniais. Não há dúvidas que seu filho e a esposa dele sofreram bastante pagando as más ações de suas vidas passadas. Naturalmente, já haviam sido marido e mulher antes e agiram mal, não souberam viver juntos e o resultado foi a dor. O segundo matrimônio de seu filho lhe foi benigno do ponto de vista econômico. Podemos catalogá-lo como de boa sorte, dármico. Diríamos que resultou das boas obras de vidas anteriores. Sua segunda esposa também conviveu com ele antes e com ela se comportou melhor, o resultado foi que agora o favoreceu melhorando sua sorte. Isso é tudo.
P. Meu filho está doente há cinco anos. Gastamos já muito com médicos que não encontram a causa exata de sua enfermidade. Uns dizem que talvez seja um choque nervoso, outros supõem que foi vítima de trabalhos de bruxaria, já que era um rapaz bastante inteligente nos estudos. Qual é a sua opinião?
R. Ressalta a todas as luzes com inteira claridade meridiana um castigo, um Carma mental pelo mau uso de sua mente em vidas anteriores. Se você quer que seu filho cure, lute por curar outros enfermos mentais a fim de modificar a causa que produziu a doença. Lembre-se que somente se mudando a causa se altera o efeito. Infelizmente, os enfermos têm uma acentuada tendência a se encerrar em seu próprio círculo, rara vez na vida se vê o caso de um doente preocupado em curar a outros doentes. Se alguém o fizer, com isso aliviará suas próprias dores. Eu a aconselho, já que neste caso preciso, seu filho não poderia se dedicar a cuidar de ninguém, faze-lo você mesma em nome dele. Não se esqueça das obras de caridade. Preocupe-se com a saúde de todos os doentes mentais que encontre no caminho. Faça o bem às toneladas. Tampouco esqueça que no mundo invisível há muitos Mestres que podem ajudá-lo nesse caso específico. Gostaria de me referir especialmente ao glorioso ANJO ADONAI, o anjo da luz e da alegria. Esse Mestre é muito sábio. Se você se concentrar intensamente, rogando a ele em nome de Cristo para que cure seu filho, estou seguro de que de forma alguma se negará a fazer esta obra de caridade, porém não se esqueça a Deus rogando e com o malho dando. Faça o bem às toneladas e suplique; este é o caminho .
P. Tive a oportunidade de presenciar o caso de um matrimônio em Santa Marta, Colômbia. Tinham um grande negócio que de um momento para outro pegou fogo. Depois o marido adoeceu e morreu tuberculoso; 20 anos mais tarde, encontrei sua esposa que também estava a ponto de morrer tuberculosa. A que se deveria isso?
R. É bom que você saiba que a tuberculose se deve à falta de religião em vidas anteriores, ao materialismo e a uma vida sem devoção e sem amor a Deus. Se o marido morreu tuberculoso, esta foi a causa. Se perdeu seus bens, foi porque terminou com as propriedades de outras pessoas em sua vida passada. Queimou e lhe queimaram! Danou e lhe danaram! Isso se chama Karma, castigo. A tuberculose não afetou tanto a esposa porque sua falta de religiosidade em vidas anteriores não foi tão extremada. Houve ainda um pouco de espiritualidade.
P. Tenho um filho muito bom que me entregava tudo o que lhe rendia seu trabalho. Um dia enamorou-se de uma mulher mais velha que ele, amiga minha, e que tivera três filhos com um senhor casado. Não se casaram, mas passaram a viver juntos. Apesar de continuar trabalhando, o dinheiro não lhe rendia de maneira suficiente a ponto de recorrer a mim exigindo uma certa quantidade de dinheiro. Disse que ia empreender um negócio, coisa que nunca o fez e quando terminou a quantia que lhe dei, a mulher o abandonou. Agora vive sozinho, trabalha, mas está completamente arruinado. A que se deve isso?
R. A simples vista análise ressalta o adultério com todas as suas dolorosas conseqüências: perda de dinheiro, má situação, sofrimentos morais intensos, etc. Eis o resultado do erro.
P. Gostaria que me informasse se poderia melhorar a sua situação?
R. Se em um prato da balança cósmica colocamos boas ações, no outro as más e este último pesa mais, é claro que a balança se inclinará contra nós e o resultado serão as amarguras. Porém, se colocamos boas obras no pratinho do bem, podemos inclinar a balança em nosso favor e assim melhorarmos nossa sorte notavelmente. Se esse seu filho se dedicar a fazer o bem, a sua sorte melhorará.
P. Tenho um filho de vinte anos que desde os dezoito não quis mais viver no seu lar, passando a morar na casa de amigas minhas. Não quer estudar nem trabalhar. Vem nos visitar por um mês, sente-se feliz por uns dias e depois começa a se aborrecer com todos, terminado por ir-se embora sempre. Gostaria que me dissesse o porquê de tudo isso?
R. Esse filho só lhe criou problemas. É claro que o resultado da desordem será a dor. Não há dúvida que ele não sabe nem quer aprender a viver, porém tem de ser tratado da melhor maneira possível com amor e paciência. Não há dúvida que no futuro dará fortes tropeções, cujas conseqüências lhe serão amargas. Só então começará a compreender a necessidade de colocar ordem em sua vida.
Mais Além da Morte
Capítulo IV – A Lei do Karma
Chegam-me à memória nestes instantes cenas de uma passada reencarnação minha na Idade Média.
Vivia na Áustria, de acordo com os costumes da época. Não posso negar que era membro de uma ilustre e rançosa família da aristocracia. Naquela época, meus familiares, minha estirpe, julgavam-se demasiado sangue azul, devido aos notáveis antepassados e nobres descendentes. Causa-me pena confessá-lo, e isso é o grave, eu também estava metido nessa garrafa de preconceitos de sociedade. Coisas da época!
Um certo dia, não importa qual, uma irmã minha enamorou-se de um homem pobre. Claro que isso tornou-se o escândalo do século. As damas da nobreza e seus néscios cavalheiros, janotas, empertigados, engomados, esfolaram vivo o próximo, escarneceram da infeliz. Diziam que ela havia manchado a honra da família, que poderia ter se casado bem melhor, etc. Não demorou muito tempo e a pobre mulher ficou viúva. Como resultado de seu amor restou-lhe um menino.
E se quisesse voltar ao seio da família? Porém, isso não era possível. Ela conhecia demasiado a língua viperina das elegantes damas, sua enfadonha disciplina, seu desdém… e preferiu a vida independente.
Que eu ajudei a viúva? Seria absurdo negá-lo. Que me apiedei do meu sobrinho? Isso foi verdade. Porém, infelizmente, há vezes que alguém, por não lhe faltar a piedade, pode se tornar impiedoso.
Este foi o meu caso. Compadecido do menino, o internei em um colégio (dizia para que recebesse uma educação firme e rigorosa), sem me importar, nem um pouco sequer, com os sentimentos de sua mãe. Até cometi o erro de proibir a sofrida mulher de visitar seu filho. Pensava que assim meu sobrinho não se prejudicaria e mais tarde poderia ser alguém, chegar a ser um grande senhor, etc.
O caminho que conduz ao abismo está empedrado de boas intenções. Não é VERDADE? Pois, assim é. Quantas vezes, querendo fazer o bem, fiz o mal. Minhas intenções eram boas, mas procedia equivocadamente e, no entanto, acreditava firmemente que estava agindo corretamente.
Minha irmã sofria demasiado com a ausência do seu filho. Não podia vê-lo nem no colégio porque fora-lhe proibido. A todas as luzes salta aos olhos que houve de minha parte amor para com meu sobrinho e crueldade para com minha irmã. Mas, eu acreditava que, ajudando o filho, estava ajudando também a mãe.
Felizmente, dentro de cada um de nós, nessas regiões íntimas onde falta AMOR, surge como por encanto a polícia do CARMA, o KAON. Não é possível fugir dos agentes do CARMA. Em cada um de nós está a polícia do Carma, a qual nos conduz inevitavelmente para os tribunais. Passaram-se muitos séculos desde aquela época. Todos personagens daquele drama envelheceram e morreram. Mas, a lei da RECORRÊNCIA é terrível. Tudo se repete da mesma maneira com o acréscimo das conseqüências.
Século XX. Reencontro de todos atores daquela cena. Tudo se repetiu, de certa forma, porém com suas conseqüências. Desta vez fui eu o repudiado pela família, eis a lei. Minha irmã encontrou-se outra vez com seu marido e eu voltei a me unir com a minha antiga esposa sacerdotisa conhecida como LITELANTES.
Aquele tão amado e discutido sobrinho renasceu entre nós, mas desta vez em corpo feminino. É uma menina (minha filha) muito formosa, seu rosto parece uma deliciosa noite e em seus olhos resplandecem as estrelas.
Há algum tempo, não importa a data, vivíamos perto do mar. A menina (o antigo sobrinho), não podia brincar, estava gravemente enferma. Tinha uma infecção intestinal.
O caso era bastante delicado, porquanto vários meninos de sua idade tinham morrido naquela época devido a mesma causa. Por que seria minha filha uma exceção?
Os numerosos remédios que se lhe aplicaram foram francamente inúteis. Em seu rosto infantil já começava a se desenhar com horror o perfil inconfundível da morte.
O fracasso era evidente. O caso estava perdido e não me restava outra solução senão a de visitar o DRAGÃO DA LEI, esse gênio terrível do Carma, cujo nome é ANÚBIS.
Felizmente…! Graças a Deus! LITELANTES e eu sabemos viajar consciente e positivamente em CORPO ASTRAL.
Assim pois, juntos nos apresentarmos no palácio do Grande Arconte, o qual se acha no Universo Paralelo da quinta dimensão não era um problema para nós.
Impressionante, majestoso, grandioso, aquele templo do CARMA.
Lá estava o imponente HIERARCA, sentado em seu trono terrivelmente divino, qualquer um se espantaria ao vê-lo oficiar com a sagrada máscara de chacal, tal como aparece em muitos baixos-relevos do antigo Egito Faraônico.
Por fim, foi me dada a oportunidade de lhe falar e não a deixei passar, dizendo−lhe: Tu tens uma dívida para comigo – lhe disse – Qual? Replicou assombrado. Satisfeito, nomeei a um homem que em outros tempos fora um perverso demônio. Refiro−me a ASTAROTH, o Grande Duque.
Ele era um filho perdido para o PAI – continuei explicando – e, no entanto, o salvei. Mostrei−lhe a senda da luz e o tirei da LOJA NEGRA. Agora é um discípulo da FRATERNIDADE BRANCA e tu ainda não me pagaste esta dívida.
O caso era que aquela menina devia morrer, de acordo com a LEI. Sua alma devia penetrar no ventre da minha irmã para nascer em novo corpo físico. Eu entendia tudo aquilo e foi por isso que acrescentei: “peço que vá Astaroth para o ventre da minha irmã ao invés da alma da minha filha”.
A solene resposta do HIERARCA foi definitiva: “Concedido. Que vá Astaroth para o ventre da tua irmã e que tua filha fique curada”.
Resta ainda dizer que aquela menina (meu antigo sobrinho), curou-se milagrosamente e minha irmã concebeu a um formoso varão.
Eu tinha com que pagar essa dívida, possuía o capital cósmico necessário. A LEI DO CARMA não é uma mecânica cega como supõem muitos PSEUDO ESOTERISTAS e PSEUDO OCULTISTAS.
Da maneira como estavam as coisas, torna-se bem evidente compreender que, com a morte de minha filha, eu deveria sentir a dor do desprendimento, aquela amargura que, em épocas anteriores, sentira minha irmã com a perda de seu filho.
Assim, perante a GRANDE LEI ficaria o dano compensado. Repetiram-se cenas semelhantes às passadas, porém desta vez a vítima seria eu mesmo.
Felizmente, o CARMA é negociável. Nada tem que ver com essa mecânica cega dos astrólogos e quiromantes de circo.
Tinha capital cósmico e com ele paguei a velha dívida. Graça a Deus, consegui evitar a amargura que me aguardava.
Quando será que as pessoas compreenderão todos os mistérios da RUNA RITA? Certamente essa é a RUNA da LEI.
RITA recorda-nos a palavra Razão, Religião, Roda, Recht (justo, equitativo em inglês).
O Direito Romano tem como símbolos da Justiça a balança e a espada. Portanto, não estranhem que no palácio de ANÚBIS, o GRANDE ARCONTE da lei haja balanças e espadas por toda parte.
O GRANDE JUIZ é assessorado em seu trabalho por 42 juízes da lei. Jamais falta diante dos tribunais do CARMA os ilustres advogados da GRANDE LEI, que nos defendem quando temos capital cósmico suficiente para cancelar as velhas dívidas.
Também é possível conseguir crédito junto aos Senhores da Lei ou ARQUIVISTAS do Destino, porém tudo se paga com boas obras, trabalhando pela humanidade, ou à base de suprema dor.
Não somente se paga Carma pelo mal que se faz, como pelo bem que se deixa de fazer, podendo-se fazê-lo.
PRÁTICA
Os mantras fundamentais da RUNA RITA são: RA… RE… RI… RO… RU…
Na Runa F (Fá) tivemos de levantar os braços. Na Runa U (Ur), abrimos bem as pernas. Na D (Dorn) colocamos um braço na cintura. Na Runa O mantivemos as pernas abertas e os braços em cima da cabeça. Agora, na RUNA RITA, devemos abrir uma perna e um braço. Assim, nestas posições, os nossos estudantes GNÓSTICOS verão que eles são em si mesmos as mesmas letras RÚNICAS tal como se escrevem.
Esta prática RÚNICA tem o poder de libertar o JUÍZO INTERNO. Necessitamos nos converter em JUÍZES DE CONSCIÊNCIA, é urgente DESPERTAR O BUDATA, A ALMA.
A presente RUNA possui o poder de DESPERTAR A CONSCIÊNCIA DOS JUÍZES. Recordemos que essa voz chamada de REMORSO, de fato é a VOZ acusadora da CONSCIÊNCIA.
Aqueles que nunca sentem remorso, estão muito longe de seu JUIZ Interior, comumente são casos perdidos.
Gente assim deve trabalhar intensamente com a RUNA RITA para libertar seu juízo interior.
Precisamos com URGÊNCIA aprender a nos guiar pela voz do silêncio, isto é, pelo juiz íntimo.
Manual de Magia Rúnica
Capítulo XXXI – Runa Rita