A-21. A Roda do Samsara

A RODA DO SAMSARA

Extratos do Trabalho de

Samael Aun Weor

P. O que se entende por retorno?

R. As pessoas comuns e correntes entendem por retorno o regresso a uma nova matriz. Isso significa que nós podemos reincorporar em um novo organismo humano. Não será demais acrescentar que ao regressar voltamos a nascer e a viver na mesma forma e do mesmo modo vivido na existência precedente.

 

P. Por que não recordamos nada de nossas vidas passadas?

R. As pessoas não recordam suas vidas anteriores porque têm a consciência adormecida. Se a tivessem desperta, logicamente se lembrariam de suas vidas passadas.

 

P. Quem são os que retornam?

R. Enquanto alguém tenha possibilidade de salvação, poderá regressar a uma nova matriz para se revestir com um outro corpo físico. Porém, quando o caso já for perdido, quando o sujeito se tornou um malvado definitivamente, quando nenhum castigo produz mais resultados úteis, então não volta mais, não lhe é dado mais outro corpo e assim ele entra nos mundos infernais onde somente se ouve o pranto e o ranger dos dentes.

 

P. Como podemos comprovar que regressamos a este mundo novamente?

R. O retorno a este mundo depois da morte para uns é uma teoria, para outros um dogma, uma anedota, uma superstição ou uma crença. No entanto, para aqueles que recordam suas vidas passadas, o retorno é um fato. Isto significa que somente se lembrando de suas vidas anteriores, poderá alguém evidenciar a crua realidade da reincorporação ou regresso a este Vale de Lágrimas. Porém repetimos: só é possível se recordar as existências anteriores quando se desperta a consciência.

 

P. Para que voltamos a este mundo?

R. Voltamos a este mundo com o propósito de nos aperfeiçoar, pois infelizmente somos pecadores e precisamos acabar com nossos erros.

 

P. O que é que regressa a este mundo dos seres humanos?

R. O que retorna a este mundo é a alma do falecido.

 

P. Os animais e as plantas também regressam a este mundo?

R. As almas das plantas, dos animais e das pedras são os elementais da natureza. Eles retornam a este mundo de maneira contínua. Por exemplo, se uma planta seca e morre, o elemental desse vegetal renasce em outra planta. Se um animal morre, o elemental dessa criatura regressa a um novo organismo animal, etc., etc., etc.

 

P. Existe a predestinação?

R. Cada alma é o artífice de seu próprio destino. Se alguém pratica o bem, ganha uma boa sorte. Se faz o mal, renasce neste mundo para sofrer e para pagar tudo o que deve. Assim se explica porque uns nascem em um leito de plumas e outros na desgraça.

 

P. Gostaria de recordar as minhas vidas passadas, mas como tenho a consciência adormecida, que devo fazer para despertá-la?

R. Seguindo a senda da santidade. Eis o caminho para se despertar a consciência. Acabe com os teus erros, arrependa-se de suas más ações, torne-se puro em pensamento, palavra e obra e eu te garanto que quando alcançar a verdadeira santidade, despertarás a consciência.

 

P. Por que muitos não creem que tiveram vidas anteriores?

R. Alguns não creem simplesmente porque não recordam suas vidas passadas e de fato não se lembram porque tem a consciência totalmente adormecida.

 

P. Senhor, você se lembra de suas vidas passadas? Você constatou de fato que existe o retorno?

R. É claro que se não recordasse minhas vidas passadas não me atreveria a defender com tanta ênfase a doutrina da reencarnação. Felizmente, lembro-me com bastante clareza todas as vidas que tive no planeta Terra.

 

P. Quantas vezes alguém pode retornar?

R. Está escrito com letras de ouro no livro da vida que se regressa 108 vezes a este mundo.

 

P. Por que uns reencarnam como homens e outros como mulheres?

R. Tudo depende dos acontecimentos da vida. Às vezes, temos que voltar em corpo feminino e outras vezes em corpo masculino. Sempre de acordo com as ações de nossas vidas anteriores.

 

P. Por que se diz que se tratarmos mal os animais pode alguém reencarnar como cavalo, cachorro ou gato?

R. As almas perdidas ingressam nos mundos infernais. Ali, como dizem as sagradas escrituras, passam pela Segunda Morte. Somente depois de tal morte é que as almas condenadas ficam limpas de toda mancha. Então podem voltar a este mundo. Evoluem como elementais minerais, ascendendo depois ao estado vegetal, a seguir reincorporam em organismos animais para finalmente reconquistar o estado humano que outrora perderam. Ao chegarem a estas alturas, se lhes concede 108 vidas a fim de que se façam perfeitas. Porém, se fracassam, voltam a repetir todo o processo de novo.

 

P. A que se deve ao fato de alguém estar em certos lugares e ter a sensação de que já os conhece tão bem a ponto de poder descrevê-los com detalhes?

R. Esse fenômeno se deve ao fato de que em vidas anteriores já esteve nesses lugares.

 

P. Quantas vezes se pode reencarnar em corpo humano, quantas vezes em corpo animal, quantas em vegetal e quantas em mineral?

R. O retorno dos seres humanos já está devidamente calculado em 108 vezes, porém o retorno em organismos animais, vegetais ou simplesmente minerais não tem um número exato.

 

P. É possível se passar do reino vegetal ao humano ou do animal para o mineral?

R. Do reino vegetal se passa para o humano, mas através do reino animal. Isto significa que não podemos saltar porque a natureza não dá saltos. Se o elemental animal degenera, involui, retrocede para o estado mineral, passando antes, naturalmente, pelo estado vegetal.

 

P. Em que dimensão se encontram os elementais do reino vegetal e mineral?

R. As criaturas elementais vivem na quarta dimensão da natureza.

 

P. Somos nós os mesmos seres humanos dos tempos antigos que estamos nos reencarnando ou alguns desapareceram definitivamente?

R. A humanidade atual é muito velha. Está retornando a este mundo há muitos milhares de anos.

 

P. Quanto tempo um ser humano espera depois de morto para receber um novo corpo?

R. Isso depende do destino de cada um. Uns renascem imediatamente e outros levam muito tempo para voltar.

 

P. Um estudante que haja começado a despertar sua consciência, ao morrer, pode dar-se conta do processo de retorno?

R. Quem desperta a consciência não precisa aguardar o momento da morte para recordar as vidas passadas. Ele pode recordá-las em vida, aqui e agora.

 

P. A Gnose considera justo o fato de que milhões de seres humanos vivam na mais completa ignorância sobre a evolução, a reencarnação, a realização e o despertar da consciência?

R. Nós gnósticos consideramos injusto que não haja pregadores suficientes, melhor diríamos missionários em quantidade para levar estes ensinamentos a todas as partes, mas não temos culpa disso. Acontece que à humanidade só lhe interessa se divertir, ganhar dinheiro e entregar-se aos prazeres. Se as pessoas fossem mais compreensivas, se preocupariam por estes ensinamentos e os divulgariam.

 

P. O que é a Segunda Morte e o que tem a ver com o retorno?

R. A Segunda Morte marca o fim de nossas paixões animais nos mundos infernais. Isto significa que no fim, os condenados, os perdidos, chegam à pureza original. Quando isso acontece, saem dos abismos infernais que existem no interior da terra. Então, como já dissemos, tais almas tornam a evoluir da pedra até o homem.

 

P. Quando a humanidade irá entender o porquê dos retornos?

R. A Humanidade somente poderá entender o porquê das reencarnações no dia em que conseguir despertar a consciência.

 

P. Por que as pessoas nascem, morrem e voltam sempre a repetir o mesmo disco?

R. De fato, as pessoas repetem, como você disse, sempre o mesmo disco. Refiro-me à Lei de Recorrência. Em cada vida, tornamos a repetir tudo o que fizemos na anterior, sofrendo as consequências do bom e do mau praticados na vida passada. Isto é um círculo vicioso: repetição de dramas, de cenas, de amores, reencontro com as mesmas pessoas etc.

 

P. Como faremos para sair de tantas repetições?

R. Conseguimos nos livrar da lei da Recorrência somente através da santificação.

 

P. Quem nos obriga a tomar um novo corpo físico?

R. A este mundo nos mandam os Anjos do Destino. Eles têm anotado em seus livros as nossas boas e más ações.

 

P. Se depois de morto o corpo, a alma vai para o céu, como afirmam muitas religiões, por que não ficam lá então?

R. O céu é um prêmio, uma recompensa pelas nossas boas ações, mas quando a recompensa se esgota, temos de voltar para este mundo.

 

P. Será certo que existe inferno?

R. O inferno com chamas, aquele fosso com carvões em brasa viva e diabos com garfos, é um símbolo que corresponde a uma tremenda realidade. Existe mundos infernais, mundos inferiores, regiões de amargura no interior do planeta Terra. Nesses abismos vivem as almas perdidas.

 

P. Se algumas almas vão para o inferno, que poderão fazer para se livrar dessas chamas?

R. Ensinar a doutrina para tais almas é nosso dever e seria injusto, como já disse em uma pergunta anterior, não levar o ensinamento gnóstico a todas as regiões do mundo.

 

P. É verdade que as almas caem em um poço cheio de chamas e não se queimam?

R. No interior da terra existe fogo e água. As almas fracassadas se identificam com esses elementos da natureza e sofrem, mas o fogo não pode queimá-las, nem a água afogá-las, porque as almas são incorpóreas, sutis. Olhando de outro ângulo este assunto de chamas, quero lhe dizer que tais chamas simbolizam nossas paixões animais.

 

P. Quem viu essas almas e se deu conta que ali estavam as almas?

R. Qualquer pessoa inteligente sabe que no interior da terra existe fogo líquido. Os vulcões assim o indicam. Não se necessita ser sábio para ver as chamas. Qualquer um pode vê-las nas crateras misturadas com lavas e gases inflamáveis.

 

P. O que é a região do purgatório?

R. As religiões falam do purgatório e da região do purgatório. Na realidade, existe zonas moleculares inferiores, submersas, situadas além da quarta dimensão. Em tais zonas, muitas almas que aspiram a luz se purificam eliminando seus pecados.

 

P. É certo que acreditando em Deus, se pode escapar do inferno?

R. Muitas pessoas acreditam em Deus e não escapam do inferno. Se alguém quiser escapar da região das trevas, terá de tornar-se santo.

 

P. Será verdade que alguém aprendendo de memória os capítulos da Bíblia consegue se livrar do inferno?

R. No inferno há muita gente que conhece a Bíblia de cor com pontos e vírgulas.

 

P. Poderia alguém se salvar apenas acreditando no que está escrito na Bíblia?

R. A fé sem obras é fé morta. Precisamos de uma fé viva e esta deve se fundamentar nas boas obras. Urge que vivamos de acordo com os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

P. O retorno é obrigatório?

R. Enquanto não atingirmos a perfeição, os Anjos do Destino nos mandarão para este mundo.

 

P. O retorno será favorável para que paguemos por nossas más ações?

R. Todos os sofrimentos que temos neste mundo são devidos às más ações de nossas vidas passadas.

 

P. Sempre regressamos na mesma família?

R. O Eu continua em sua própria semente. Isso significa que continuamos em nossos descendentes, isto é, regressamos à mesma família.

 

P. Qual a diferença entre retorno e reencarnação?

R. Os Egos “RETORNAM” incessantemente, para repetir dramas, cenas, eventos aqui e agora. O Ego retorna para pagar Karma e satisfazer desejos.

A palavra REENCARNAÇÃO é muito exigente. Ninguém poderia reencarnar sem antes eliminar o Ego. Absurdo seria confundir reencarnação com retorno.

O humanoide da consciência adormecida retorna. Professores como Jesus, Buda, Krishna etc., reencarnam à vontade.

Mais Além da Morte
Capítulo III – A Lei do Retorno

 

Resulta patente e evidente que nem todos os seres humanos querem trilhar a senda que há de conduzi-los à Liberação Final.

Os distintos mensageiros que vem do alto, Profetas, Avataras, Grandes Apóstolos, quiseram sempre sinalizar-nos, com precisão exata, a pedregosa senda que conduz à autêntica e legítima Felicidade.

Desgraçadamente, as pessoas nada querem com a Sabedoria Divina. Encarceraram os Mestres, assassinaram os Avataras, banharam-se com o sangue dos justos, odeiam mortalmente tudo o que tenha sabor de divindade.

Não obstante, todos, como Pilatos, lavam as mãos. Creem-se santos, supõem que marcham pelo Caminho da Perfeição.

Não podemos negar o fato contundente e definitivo de que existem milhões de equivocados sinceros que, muito honradamente, se presumem de virtuosos e pensam de si mesmos o melhor.

No Tártaro vivem anacoretas de toda espécie, místicos equivocados, sublimes faquires, sacerdotes de muitos cultos, penitentes de toda espécie, que tudo aceitariam, menos a tremenda verdade de que estão perdidos e que marcham pelo caminho da maldade.

Com justa razão disse o Grande Kabir Jesus: “De mil que me buscam, um em encontra; de mil que me encontram, um me segue; de mil que me seguem, um é meu.”

O Bhagavad-Gita diz, textualmente, o seguinte: “Entre milhares de homens, talvez um intente chegar à perfeição; entre os que intentam, possivelmente um logra a perfeição; e, entre os perfeitos, quiçá um me conhece perfeitamente”.

Jesus, o Grande Kabir, põe ênfase na dificuldade para entrar no reino: “Mas, ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Porque cerrais o Reino dos Céus diante dos homens, pois não entrais vós, nem deixais entrar os que estão entrando. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Porque devorais as casas das viúvas e, como pretexto, fazeis longas orações. Por isto recebereis maior condenação.”

Referindo-se, o Grande Kabir Jesus, a tantos falsos apóstolos que andam por aí fundando diversas seitas, que jamais conduzirão a liberação final, diz: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Porque percorreis mar e terra para fazer um prosélito e, uma vez feito, o fazeis duas vezes mais filho do Inferno que vós.”

O grave, distintos amigos, nobres irmãos, respeitáveis damas, é que aqueles que estão perdidos, os equivocados sinceros, pensam sempre que vão muito bem.

Como fazer as pessoas compreenderem que vão mal? Como fazer-lhes entender que o caminho que conduz ao Abismo está pavimentado de boas intenções? De que forma poderia demonstrar às pessoas de Consciência adormecida que a seita à qual pertencem ou a escola tenebrosa à qual se afiliaram há de conduzi-los ao Abismo e à “Morte Segunda”?

É inquestionável que ninguém pensa de sua seita o pior. Todos estão convencidos com as palavras dos cegos guias de cegos…

Certamente e em nome da verdade, temos que dizer, com grande franqueza, que só despertando a Consciência poderemos ver o caminho angusto, estreito e difícil que conduz à Luz.

Como poderiam ver a senda aqueles que dormem? Acaso a mente poderia descobrir a verdade?

Escrito está, com palavras de ouro, no Grande Livro da Vida Universal, que a mente não pode reconhecer o que jamais conheceu.

Vocês por acaso, acreditam que a mente conheceu alguma vez isso que é o Real, a Verdade?

É ostensível que o entendimento vai do conhecido ao desconhecido, move-se dentro de um círculo vicioso, e sucede que a verdade é o desconhecido de instante em instante.

Rogo a vocês, queridos irmãos, nobres amigos, distintas damas, que reflitas um pouco.

A mente pode aceitar ou rechaçar o que queira, crer ou duvidar etc., etc., etc., porém, jamais poderá conhecer o Real.

Observai cuidadosamente o que acontece nos distintos rincões do mundo. É ostensível que por todo lugar circulam os livros sagrados e eles servem de fundamento a muitos cultos religiosos.

Não obstante, quem entende os conceitos de conteúdo desses livros? Quem tem plena Consciência do que em cada versículo está escrito? As multidões só se limitam a crer ou a negar, e isso é tudo.

Como prova disto que estou afirmando, veem quantas seitas se formaram com os versículos maravilhosos dos Quatro Evangelhos Cristãos.

Se os devotos tivessem plena Consciência do Crístico Evangelho pregado pelo Grande Kabir Jesus, é óbvio que não existiriam tantas seitas. Em verdade, haveria uma só Religião Crística de tipo cósmico, universal. Não obstante, os crentes não conseguem pôr-se de acordo, porque têm a Consciência adormecida. nada sabem, nada lhes consta, nunca conversaram pessoalmente com um anjo, jamais entraram consciente e positivamente nas regiões celestes. Andam, porque outros andam; comem, porque outros comem; dizem o que os outros dizem e, assim, marcham, desde o berço até o sepulcro, com uma venda nos olhos.

Desgraçadamente, o tempo passa com uma rapidez que aterra. Acaba o ciclo de existências humanas e, por último, convencidos os devotos de que vão pelo caminho reto, ingressam na morada terrível de Plutão, onde “somente se escuta o pranto e o ranger de dentes”…

O descenso das ondas humanas no interior do organismo planetário realiza-se baixando pelas escalas animal e vegetal, até ingressar definitivamente no estado mineral, no próprio centro do planeta Terra.

Quero que saibam, quero que compreendam que é no próprio centro deste planeta onde milhões de humanoides passam por essa morte segunda de que falara o “Apocalipse” de São João.

É evidente que a destruição do Si Mesmo, a aniquilação do Ego, a dissolução do Si Mesmo nas regiões submersas do Averno é absolutamente indispensável para a destruição do mal dentro de cada um de nós.

Obviamente, só mediante a Morte do Ego é possível a liberação final da Essência. Então esta ressurge, sai à superfície planetária, à luz do Sol, para reiniciar um novo processo evolutivo dentro da Roda Dolorosa do Samsara.

A nova subida se verifica sempre atravessando os estados mineral, vegetal e animal, até reconquistar o estado de humanoide que outrora se perdera.

É claro que, com o reingresso a este estado, novamente nos são atribuídas outra vez 108 existências que, se não as aproveitamos devidamente, nos conduzirão pelo caminho descendente de regresso ao Averno. Em todo caso, queridos irmãos, nobres damas que me escutam, é bom que saibam que a toda Essência, que a toda Alma, são atribuídas sempre 3.000 destes Ciclos de Manifestação Cósmica.

Quem fracassa definitivamente, aqueles que não sabem aproveitar as inumeráveis oportunidades que estes 3.000 períodos nos deparam, nos conferem, ficarão para sempre excluídos da Maestria. Neste último caso, aquela chispa imortal que todos levamos dentro, a Mônada sublime, recolhe sua Essência, quer dizer, seus princípios anímicos, absorve−a em si mesma e submerge, logo, no Espírito Universal da Vida para sempre.

Assim, pois, as Mônadas sem maestria, aquelas que não a lograram ou não a quiseram definitivamente, ficaram excluídas de toda escala hierárquica. Aclaro: nem todas as chispas imortais, nem todas as Mônadas sublimes querem a Maestria.

Quando alguma Mnada, quando alguma chispa divina quer de verdade alcançar o sublime estado de Mônada Mestre, é indubitável que trabalhe então a sua Essência, despertando, nesta alma, infinitos anelos de Espiritualidade Transcendente.

 

P. Querido Mestre, por tudo o que o senhor acaba de expor, parece ser, se não me equívoco, que isso é precisamente o que quis dizer o Senhor Krishna, quando falou da transmigração das almas, e também o Mestre Pitágoras, quando se referiu à metempsicose. É isto mesmo?

R. Escuto a palavra do cavalheiro que fez a pergunta e é claro que me apresso a responde-la. Amigos, senhoras! Certamente isto que estou afirmando esta noite tem documentação na Índia e na Grécia. A primeira, com a maravilhosa doutrina exposta por aquele antigo avatar Indostão chamado Krishna e, na segunda, a doutrina de Pitágoras.

Obviamente, a metempsicose daquele grande filósofo grego e a doutrina da transmigração das almas, ensinada pelo avatar hindu, são idênticas na forma e no fundo.

Desafortunadamente, as pessoas deturpam o ensinamento e, por último, o rechaçam de forma arbitrária.

 

P. Ilustre Mestre, o que não compreendo é a razão pela qual distintas figuras reconhecidas como Mestres, tais como a senhora H.P.B. e Charles Leadbeater, assim como Annie Besant, fundadores da Sociedade Teosófica, e pessoas com faculdades de clarividência, clariaudiência e outros poderes nunca repararam nos fatos que tanto o Grande Kabir Jesus como Krishna, Pitágoras e o senhor, Mestre Samael, ensinaram, senão, pelo contrário, preconizaram, em vastos tratados de grande reconhecimento no mundo das escolas pseudo esotéricas, que o homem, inexoravelmente, caminha pela via ascendente da evolução, até que algum dia, no decorrer dos tempos, chega à Perfeição e a ser Um com o Pai. Pode explicar-nos tal incongruência?

R. Escuto a um senhor que faz uma pergunta muito importante e é inquestionável que me apresso a responder-lhe da melhor forma.

Certamente, as leis da evolução e da involução trabalham de forma harmoniosa e coordenada em toda a Natureza.

É indubitável que “a toda subida lhe sucede uma descida”, a todo ascenso, um descenso. Seria, pois, absurdo supor que a lei da evolução fosse algo diferente.

Se ascendemos por uma montanha, indubitavelmente chegaremos ao cume, depois haveremos de descer. Assim é a lei da Evolução e de Involução, meus queridos irmãos…

Estas duas grandes leis constituem o eixo mecânico de toda a natureza. Se qualquer destas duas leis deixasse de funcionar sequer um momento, paralisariam, de fato, todos os mecanismos naturais.

Há evolução no grão que germina, cresce e se desenvolve; existe involução no vegetal que murcha e morre.

Há Evolução na criatura que se desenvolve dentro do ventre materno, na criança que nasce, no adolescente, no jovem; existe involução naquele que envelhece e morre.

Os processos Evolutivos e Involutivos se acham completamente ordenados dentro desta Grande Criação.

Desgraçadamente, aqueles que se engarrafaram no “Dogma da Evolução” não são capazes de compreender os infinitos processos destrutivos e decadentes de tudo o que é, de tudo o que foi e de tudo o que será.

Nem a Evolução nem a Involução poderão levar-nos jamais à Autorrealização Íntima do Ser.

Se nós de verdade queremos liberar-nos, se de forma séria anelamos a autêntica felicidade, necessitamos, de forma urgente e inadiável, entrarmos pela “Senda da Revolução da Consciência”.

Não é demais enfatizar a ideia transcendental e transcendente de que não é possível chegar à grande realidade enquanto giremos incessantemente com a roda do Samsara.

De que serve, senhores e senhoras, retornar incessantemente a este Vale de Lágrimas, evolucionar e involucionar constantemente e baixar uma e outra vez aos Mundos Infernos?

É nosso dever Despertar a Consciência, para ver o caminho que nos conduzirá, com precisão absoluta, à Liberação Final…

Inquestionavelmente, muitas inteligências ilustres do saber oculto transmitiram à humanidade, no final do século passado e princípios do presente, um ensinamento elementar, simples.

É claro que tais pessoas só se propuseram a ensinar publicamente as primeiras letras da “Doutrina Secreta”. Então, não se detiveram demasiado na análise das leis Evolutivas e Involutivas.

Já Rudolf Steiner, em 1912, asseverou que “eles, os iniciados daquela época, só haviam entregado um ensinamento incipiente, elementar; porém que, mais tarde, se daria à humanidade uma Doutrina Esotérica Superior, de ordem transcendental”.

Agora nós estamos entregando este tipo de Doutrina Esotérica Superior.

É, pois, indispensável não condenar ou criticar aqueles que no passado trabalharam de alguma forma pela humanidade. Eles fizeram o que puderam. Agora nós devemos elucidar e esclarecer…

 

P. Mestre, o senhor dizia que algumas Mônadas têm interesse em se autorrealizar e outras não, apesar de todas emanarem do Absoluto. Eu achava que todas tinham o dever de buscar sua Autorrealização. Poderia explicar-me um pouco mais sobre isto?

R. Escuto a palavra de um jovem e com o maior gosto vou responder. Antes de tudo, amigos, quero que vocês compreendam que O Divino, Deus, o Espírito Universal de Vida, não é ditatorial.

Se isso que é o Real, se isso que é a Verdade, se isso que não é do tempo fosse de tipo ditatorial, que sorte nós poderíamos aguardar?

Amigos, Deus respeita a si mesmo, a sua própria liberdade. Com isto quero dizer-lhes que no seio do Divino não existem ditaduras. Toda Chispa Virginal, toda Mônada tem plena liberdade para aceitar ou rechaçar a Maestria. Entendido?

 

P. Com isto que nos acaba de explicar, Mestre, poderíamos dizer que a Mônada é a responsável que a Essência vá ao Inferno?

R. Vejo no auditório uma dama que, com toda sinceridade, me fez uma pergunta e é evidente que alegra responder-lhe. Senhores e senhoras! Quando uma Mônada Divina quer a Maestria, é ostensível que a consegue trabalhando incessantemente a Essência desde dentro, desde o mais profundo.

Resulta evidente e manifesto que, se a Mônada não está interessada pela Maestria, jamais despertará, na Essência incorporada, nenhuma aspiração íntima. Obviamente, neste caso, a Essência, desprovida de todo anelo, enfrascada no Ego, embutida entre o Mim Mesmo, ingressará nos Mundos Infernos. Assim, pois, respondo de forma enfática, dizendo: A Mônada, sim, é culpada pelo fracasso de toda Essência…

Se a Mônada trabalhasse a Essência realmente, profundamente, é inquestionável que esta última jamais desceria fracassada ao Tártaro.

 

P. Mestre, aterra-me pensar que minha Essência tivesse que passar por um sofrimento durante 108 vidas multiplicadas por 3.000, ou seja, 324.000 existências humanas, para que, no final das contas, chegue a viver no Absoluto na forma de uma Mônada fracassada, ou seja, sem Autorrealização. Nestas circunstâncias, bem vale a pena fazer todos os esforços e sacrifícios possíveis para me autorrealizar, por mais sofrimentos que isto implique, já que não são absolutamente nada em comparação com o que a natureza determinará se escolho o caminho do fracasso. O senhor não crê assim também?

R. Distinto senhor, grande amigo! Permita-me lhe dizer, de forma enfática, que toda Chispa Divina, que toda Mônada pode eleger o caminho.

É indubitável que, no espaço infinito, existem trilhões de Mônadas absolutamente inocentes, mais além do Bem e do Mal.

Muitas destas tentaram lograr à Maestria. Desafortunadamente fracassaram. Milhões de outras jamais quiseram a Maestria. Agora submergidas no seio do Espírito Universal de Vida, gozam da Autêntica Felicidade Divina, porque são centelhas da Divindade. Desafortunadamente, não possuem a Maestria.

O cavalheiro que faz a pergunta é claro que tem enormes inquietudes; isto se deve a que sua Mônada interior o anima e o trabalha incessantemente. Seu dever é, pois, marchar com firmeza pela Senda do Fio da Navalha, até alcançar a Autorrealização íntima do Ser.

 

P. Mestre, é por isso que muitas pessoas que são informadas sobre os Ensinamentos Gnósticos, apesar de captarem perfeitamente o que explicamos a elas, não decidem continuar no Caminho da “Revolução do Consciência”? Quer dizer que sua Mônada não trabalha para que continuem no Caminho da Autorrealização?

R. Ao jovem que faz a pergunta, vou responder-lhe. Necessitamos de reflexão profunda para focar esta questão de diversos ângulos. Acontece que para muitas Mônadas agrada marchar lentamente, com o risco de que suas Essências fracassem em cada ciclo de existências humanas; outras preferem trabalhar suas Essências de forma intermitente, de quando em quando; e, por último, temos Mônadas que definitivamente não trabalham sua Essência jamais.

É, pois, este o motivo pelo qual nem todas as pessoas que escutam o ensinamento o aceitam realmente. Não obstante, é conveniente saber que alguém que, por exemplo, na presente existência, não aceitasse o Evangelho da Nova Era de Aquário poderia aceitá-lo em vidas subsequentes, sempre e quando não tenha chegado ainda às 108.

 

P. Mestre, estas Mônadas que jamais estão interessadas em trabalhar a sua Essência pertence nada mais que ao planeta Terra ou também existem em outros planetas?

R. Jovem, amigo recordai a Lei das Analogias Filosóficas, a Lei das Correspondências e da Numerologia; tal como é acima, é abaixo…

A Terra não é o único planeta habitado do espaço estrelado. A pluralidade dos mundos habitados é uma tremenda realidade. Isto nos convida a compreender que as Mônadas de outros planetas também gozam de plena liberdade para aceitar ou rechaçar a Maestria.

Personalidade, é diferente. Com isto quero dizer, de forma enfática, o seguinte: Nem todas as Personalidades Humanas existentes nos outros mundos habitados do espaço infinito caíram tão baixo como nós, os habitantes da Terra.

Amigos nas diversas esferas do infinito existem humanidades planetárias maravilhosas que marcham de acordo com as grandes leis cósmicas. Porém, repito, nem todas as Mônadas querem a Maestria.

Infernos existem em todos os mundos, em todas as galáxias; mas nem todos os infernos planetários estão habitados.

O Sol, por exemplo, é um astro maravilhoso que, com sua luz, ilumina a todos os planetas do Sistema Solar de Ors. Resulta interessante saber que os mundos infernos do Astro Rei estão completamente limpos. Obviamente, neste brilhante Sol não é possível encontrar fracassos cósmicos; nenhum de seus habitantes marcha na Involução Submersa. As criaturas que vivem no Astro Rei são completamente Divinas, Espíritos Solares.

É conveniente não esquecer que qualquer unidade cósmica que surge à vida possui, inevitavelmente, um Reino Mineral Submerso nas Infra dimensões naturais.

Existem mundos cujo reino mineral submerso está densamente povoado; entre eles, nosso planeta Terra. Isto indica, assinala o fracasso de muitas Mônadas.

Necessitamos, não obstante, aprofundar um pouco mais nesta questão e entender, com plena caridade, que o descenso de qualquer Essência à morada horripilante de Plutão nem sempre significa fracasso definitivo.

É ostensível que o fracasso final só é para as Essências, para as Mônadas que não conseguiram a Autorrealização Íntima em 3.000 ciclos ou períodos de existências, melhor diríamos, em 3.000 voltas da Roda do Samsara; pois, ao chegar à última destas, como já disse tantas vezes, as portas se fecham…

Sim Há Inferno, Sim Há Diabo, Sim Há Karma
Capítulo IV – Mônadas e Essências