C-06. O Sacro Ofício
O TERCEIRO FATOR
Extratos do Trabalho de
Samael Aun Weor
Extratos da Conferência:
OS TRÊS FATORES
DA REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA
O terceiro fator é o do SACRIFÍCIO PELA HUMANIDADE. É necessário AMAR nossos semelhantes, mas o Amor deve ser demonstrado com fatos concretos, claros e definitivos. Não é suficiente dizer que amamos nossos semelhantes, não; Você tem que demonstrar isso com fatos, você tem que estar disposto a galgar o Altar do Supremo Sacrifício pela Humanidade, você tem que erguer a Tocha da Sabedoria, para ILUMINAR O CAMINHO DOS OUTROS, você tem que estar disposto a DAR ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE por todos os nossos semelhantes, com amor verdadeiro, desinteressado, puro…
De modo que o Terceiro Fator da Revolução da Consciência é o do Sacrifício por nossos semelhantes. Nascer, morrer e nos sacrificar pela humanidade são os três fatores que nos tornam verdadeiras encarnações do CRISTO CÓSMICO. Esses três fatores vêm para nos transformar em deuses, embora tenhamos corpos de homens. Esses Três Fatores vêm para nos tornar algo diferente: Eles nos transformam em DEIDADES ou DEUSES INEFÁVEIS, ELOHIMS, DIVINOS DAIMONS, etc.
Se trabalhássemos apenas com o Primeiro e o Segundo Fator (o do Nascimento e Morte), mas não amássemos nossos semelhantes, não fizéssemos nada para levar a Luz do Conhecimento a outros povos, povos e línguas, cairíamos em um EGOISMO ESPIRITUAL, muito refinado, QUE IMPEDIRIA QUALQUER AVANÇO INTERIOR. Bem, se nos preocupamos apenas com nós mesmos e nada mais do que para nós, esquecendo tantos milhões de seres que povoam o mundo, inquestionavelmente nos encerramos em nosso próprio egoísmo. Dessa forma, o Eu do egoísmo não nos permitiria a Iluminação.
O egoísmo pode vir de formas altamente refinadas e deve ser eliminado. Porque enquanto tivermos egoísmo dentro de nós, pois, a iluminação não será possível.
O egoísmo é formado por múltiplos “Eus” nos quais a consciência foi enfrascada. Que é preciso desintegrar essa multiplicidade de Eus egóicos, é verdade! Bem, se não o fizermos, a Consciência continuará engarrafada, estreita, limitada, condicionada e qualquer possibilidade de Iluminação seria anulada.
Devemos entender que toda HUMANIDADE É UMA GRANDE FAMÍLIA. Infelizmente, estamos presos em muitos afetos e consideramos apenas algumas pessoas ao nosso redor como uma família, o que é egoísmo; porque todos os seres humanos, sem exceção de raça, credo, casta ou cor, são uma família; e essa família é chamada de “Humanidade”.
Se olharmos apenas para aqueles que nos cercaram desde o berço como irmãos, estamos indo muito mal. Se queremos apenas servir a essas pessoas que se dizem “nossos parentes”, marcharemos de forma egoísta. É essencial ver um irmão em cada pessoa.
O que eu digo não é por mero sentimentalismo… …mas porque na verdade somos todos irmãos. Não é uma frase meramente sentimental; é real, como parece: Somos uma única família, uma única grande família que não deve ser dividida, uma enorme família que povoa a Terra e se chama “Humanidade”.
A esses, nossos irmãos, precisamos levar o Conhecimento, mostrar-lhes o Caminho, para que, um dia, também eles possam percorrê-lo e chegar à LIBERAÇÃO FINAL.
Se queremos Felicidade, devemos lutar pela Felicidade dos outros. “Quanto mais se dá, mais se recebe, mas quem nada dá, até o que não tem lhe será tirado”…
Como poderíamos alcançar a autêntica FELICIDADE NIRVÂNICA ou PARANIRVÂNICA, aqui e agora, se não trabalhamos pela felicidade dos outros? A verdadeira Felicidade do Ser não pode ser egoísta; ela é alcançada somente por meio do Sacrifício por nossos semelhantes.
Assim, aqueles que alcançaram, por exemplo, estágios muito elevados do Ser, que entraram nos mundos Paranirvânicos, Mahaparanirvânicos, ou Monádicos ou Ádicos, ou aqueles que finalmente conseguiram fundir-se com o ETERNO PAI CÓSMICO COMUM, obviamente, se sacrificaram de alguma forma, no mundo, por seus semelhantes, e isso lhes deu méritos suficientes para alcançar, na verdade, a bem-aventurança que nunca tem limites, nem bordas. […]
Devemos pensar no bem comum, que devemos amar, sim, de forma extraordinária, todos os seres que povoam a face da Terra. Amar não só quem nos ama (porque qualquer um faria isso), mas também quem nos odeia. Aos que nos amam, porque nos compreendem, e aos que nos odeiam porque não nos compreendem…
NÃO DEVE EXISTIR, EM NÓS, aquilo a que se chama “ÓDIO”. Existem pessoas que destilam e bebem seu próprio veneno, e sofrem o indizível; e isso é sério. Não seja tão tonto. Aquele que destila e bebe seu próprio veneno é um tolo. Aquele que forjou um “inferno” em sua mente e que carrega a toda hora esse “inferno” em seu entendimento, é um tolo. É preciso pensar que o melhor é amar, porque se alguém faz de sua mente um inferno, nunca é feliz.
As pessoas estão cheias de ressentimentos e isso é extremamente sério, porque ONDE o Eu do RESSENTIMENTO EXISTE, O AMOR NÃO PODE FLORESCER. Não há ninguém que não tenha ressentimento; Todos guardam no coração palavras, atos ou acontecimentos dolorosos, acompanhados, naturalmente, por suas consequências ou corolários, que são os ressentimentos notórios que não levam a nada.
O ressentido não sabe amar, é vingativo, não sabe amar. Quem odeia está muito perto da maldição.
É preciso SABER COMPREENDER OS OUTROS, aprender a olhar o ponto de vista do outro, se quisermos saber amar. As pessoas não são compreensivas, as pessoas não querem entender as outras pessoas; simplesmente porque não sabem ver o ponto de vista de outra pessoa. Se você se colocar no ponto de vista de outra pessoa, você aprenderá a PERDOAR. Quando você sabe perdoar, aprende a amar; se alguém não é capaz de perdoar a ninguém, não sabe amar.
Agora, perdoar de maneira mecanicista é inútil. Pode-se perdoar, simplesmente porque aprendeu na Doutrina Gnóstica que é preciso perdoar, mas isso é automático, não funciona. No fundo, ele continuaria com o mesmo ressentimento, com o mesmo ódio e até com o mesmo desejo sufocado ou reprimido de vingança.
Não se pode perdoar se não eliminar o Eu do ressentimento, se não anular o Eu do ressentimento, se não reduzir a pó cósmico o Eu da vingança, esse Eu que quer “vingar” e assim por diante. Enquanto você não tiver eliminado tais Eus (por meio da compreensão e com a ajuda de Kundalini Shakti), não será possível para você perdoar verdadeiramente. E se perdoa, é porque é automático; e o perdão automático não é perdão.
Devemos ser honestos conosco mesmos, se quisermos saber como amar. Se você não for sincero consigo mesmo, se não for verdadeiro consigo mesmo, nunca poderá amar. Amar implica trabalho dispendioso sobre si mesmo. Como pode alguém amar o outro se não trabalha sobre si mesmo, se não elimina de dentro de si os elementos da discórdia, da vingança, do ressentimento, do ódio, etc.? Quando esses elementos subumanos existem em nossa psique, a capacidade de amar é anulada.
Precisamos amar, sim, todos os nossos semelhantes. Mas, repito, isso envolve trabalho. Não se pode amar enquanto os elementos do ódio existirem em nós mesmos. Se queremos amar, devemos ser sinceros, nos AUTO EXPLORAR, nos AUTO INVESTIGAR para descobrir aqueles elementos que nos incapacitam para amar.
Há muito amor fingido nas diferentes Escolas do tipo Pseudo-Esotérico e Pseudo-Ocultista; isso não funciona. Nós, gnósticos, não devemos aceitar o amor fingido; Devemos ser exigentes conosco: vamos amar nossos semelhantes ou não vamos amá-los? Sejamos honestos. Não é que nos deixemos levar por um sentimentalismo sublime. Podemos acreditar que amamos, quando na verdade não amamos.
AMOR é algo muito sublime. Vou dar um exemplo, ou alguns exemplos sobre o amor: O fundador de Nova York era um homem muito inteligente. Ele tinha uma esposa muito digna. Então, quando ele fundou Nova York, aquilo parecia um paradoxo: lá havia apenas vegetação, árvores, montanhas, etc., etc…
Mas, ele concebeu a ideia de uma grande cidade, contemplando aquela região. Mas era a “idade de ouro”, a época em que as pessoas tinham sede de ouro nos Estados Unidos (embora sempre tenham, mas naquela época a ganância por ouro físico, minas de ouro, etc. era muito manifesta.).
E ele, partindo para o mundo, cometeu um erro que considero muito grave: abandonar a esposa no meio da montanha. Ele não a abandonou por nenhuma outra mulher, não; mas pelo ouro, para ir procurar as minas…
Por fim, ele ouviu falar dela: Alguém disse a ele que ela já havia morrido. Ele não se importava muito com isso, porque não tinha nada além de um desejo insaciável por ouro.
Mais tarde, com o tempo, ele encontrou uma mulher e casou-se com ela (com outra mulher). Ele fez ferrovias, estabeleceu bancos. Quando já era um grande homem, falando diante de uma plateia, de repente descobriu (entre as pessoas que estavam lá) aquela que ele havia abandonado… Aquele homem não conseguia nem falar, travou, estava confuso, porque ele pensou que ela estava morta. E ela foi informada de que ele havia se casado novamente, que tinha seis filhos.
E quando ele deixou o auditório, ele se viu “boquiaberto” com ela; ele não conseguia encontrar o que fazer.
– “Não se preocupe, eu sei que você se casou”…
Ele ficou perplexo, porque é claro, quando a viu, lembrou-se de seu primeiro amor. E ele a amava, apenas a sede de ouro o fez deixa-la… Ele não conseguia encontrar o que fazer. Ela disse: – “Você pode sair, siga seu caminho.” Ela também o adorava.
Quando ele tentou se afastar e não conseguiu, ele sentiu que era difícil deixá-la ir. Mas ela deu-lhe coragem: – “Não olhe para trás”, disse ela, “vá em frente, não pare por mim. Você deve ter sucesso, eu te amo muito e quero o seu sucesso”…
Ele estava andando como um sonâmbulo, até que ela se foi. Ela o amava muito. Ele poderia ter deixado a outra mulher imediatamente e ido com esta, mas ela preferia sua Felicidade. Isso é amor…
Qual de vocês se sente capaz de fazer isso? Poder renunciar ao que é mais amado, pela própria Felicidade do mais amado. É que o Amor não quer recompensas, é um dom de si mesmo, trabalha com a renúncia dos frutos, só quer o bem dos outros, mesmo à custa da própria Felicidade.
Compreender o amor é um pouco difícil. Se estiver definido, está desfigurado. É mais como uma emanação, surgida, digamos, do fundo da consciência, um funcionalismo do Ser.
Devemos entender, devemos compreender, então, a necessidade de saber como amar nossos semelhantes. Porque ATRAVÉS DO AMOR PODEMOS NOS TRANSFORMAR e, amando, distribuir bênçãos; levar o Ensinamento a todos os povos da Terra, guiar os demais com o máximo de paciência; saber perdoar os defeitos dos outros.
Inquestionavelmente, ao levar o Ensinamento a outros, encontrará muitas resistências. Sem dúvida, choverá (em muitas ocasiões) pedras; mas você tem que saber amar e perdoar a todos, NÃO REAJA TANTO.
As pessoas vivem reagindo aos impactos que vêm do mundo exterior. […]
Existe essa tendência de todos reagirem contra todos. Como as pessoas são engraçadas!: Basta mover um botão e elas “trovejarão” e “piscarão”. E se outro botão for movido, elas sorriem docemente.
Os “humanoides” são máquinas que todos operam à vontade; são como um instrumento musical, onde cada um toca sua própria canção. Se alguém quiser que sorria, apenas diga palavras doces e dê um tapinha no ombro (sorri docemente). Se quiser que elas “trovejem” ou “relampejem”, basta dizer algumas palavras duras e franzem a testa e reagem imediatamente.
Eu mesmo, aqui estou conversando com vocês e vejo vocês um pouco sorridentes. Se eu os repreender neste ponto, o que aconteceria? Mudariam imediatamente, não estariam mais tão sorridentes e as sobrancelhas pareceriam franzidas. Que triste, mas é assim mesmo! Por quê? São máquinas, um instrumento que todos tocam ou instrumentos como o violão. Quem quiser vê-los felizes dirá algumas palavras doces, e aí estarão felizes. Mas quem quiser vê-los furiosos, diga algumas palavras duras e serão terríveis.
Portanto DEPENDEMOS DOS OUTROS, NÃO TEMOS LIBERDADE, NÃO SOMOS PROPRIETÁRIOS DOS NOSSOS PROCESSOS PSICOLÓGICOS, cada um faz de nós o que quer. Algumas pequenas palavras de elogio e imediatamente: Ah, nós nos sentimos importantes; mas uma palavrinha de humilhação, e como nos sentimos tristes e pequenos! Se todos nos fazem o que querem, então onde está nossa autonomia, quando deixaremos de ser máquinas?
Acontece que para aprender a amar é preciso adquirir AUTONOMIA, porque se não se possui seus próprios processos psicológicos, nunca poderá amar, como? Se outros forem capazes de nos retirar do Estado de Paz para o Estado de Discórdia, quando poderíamos amar? Enquanto dependermos psicologicamente dos outros, não seremos capazes de amar. A dependência impede o amor. Precisamos acabar com a dependência, para nos tornarmos mestres de nós mesmos, mestres de nossos próprios processos psicológicos.
Quando tive a reencarnação como TOMÁS DE KEMPIS, escrevi no meu livro “Imitação de Cristo” (naquela antiga reencarnação), uma frase que diz: “Não sou mais porque me elogiam, nem menos porque me desaprovam, porque eu sempre sou o que sou”..
Portanto, devemos permanecer impassíveis diante do elogio e da reprovação, diante do triunfo e da derrota; sempre sereno, impassível, sempre senhores de nós mesmos, de nossos próprios processos psicológicos.
Então, sim, marchando por esse caminho, sempre estaremos estáveis no que é chamado de “AMOR”. Precisamos nos estabelecer no Reino do Amor, mas não poderíamos fazer isso se não fossemos mestres de nossos próprios processos psicológicos. Bem, se os outros são capazes de nos irritar quando querem, se os outros são capazes de nos fazer sentir ódio, se os outros são capazes de nos fazer sentir o desejo de vingança, obviamente não somos donos de nós mesmos. Nessas condições, nunca poderíamos estar estabelecidos no Reino do Amor. Estaríamos no Reino do Ódio, no da Discórdia, no do Egoísmo, no da Violência, mas nunca no Reino do que se chama “Amor”. Devemos permanecer estáveis no Reino do Amor; temos que possuir nossos próprios processos psicológicos.
Se batermos em uma porta, por exemplo, e eles nos receberem com pedras porque vamos dar o Ensinamento Gnóstico, e se nos afastarmos dali, diríamos, com o desejo vingança, ou terrivelmente confuso pela dor, então não serviríamos para Missionários Gnósticos. Se viéssemos a uma cidade para pregar a palavra e o Senhor “sacerdote” nos expulsasse, e então ficássemos aterrorizados, por acaso serviríamos para missionários gnósticos?
O MEDO NOS INCAPACITA PARA AMAR. Do que temos medo? Da morte? Se nascemos para morrer, e daí? Que morra, alguns dias antes ou alguns dias depois, e o quê? Sempre tem que morrer. Então, do que temos medo? Além disso, a morte é tão natural quanto o nascimento. Se temos medo da morte, devemos tê-lo também ao nascer, pois são os dois extremos do mesmo fenômeno denominado “vida”.
Ter medo da morte? Por que, se tudo que você faz tem que morrer? As plantas nascem e morrem, os mundos nascem e morrem. Esta mesma Terra nasceu e um dia será um cadáver, será uma Nova Lua.
Então, temer a morte, por quê? “A MORTE É A COROA DE TODOS”, e aliás, é até muito bonita. Nunca se deve olhar para a morte com horror; você tem que olhar para ela como é…
Ver um cadáver em um caixão (no meio de uma sala) não é ter entendido o Mistério da Morte. O MISTÉRIO DA MORTE é muito sagrado. E a origem da vida, o MISTÉRIO DA VIDA, nunca poderia ser compreendido se o Mistério da Morte não tivesse sido totalmente compreendido antes. Quando alguém realmente entende o que são os Mistérios da Morte, entende os Mistérios da Vida. E a morte nos oferece momentos deliciosos. Com a morte vem a PAZ.
Vale a pena, então, não ter medo de morrer. E se alguém morreu no cumprimento do dever, trabalhando pela humanidade, esse alguém seria generosamente recompensado nos mundos superiores.
ALGUÉM DAR A VIDA POR SEUS SEMELHANTES, É ALGO SUBLIME. Assim fez o Divino Rabino da Galileia, foi o que fizeram todos os Santos, os mártires: Santo Estêvão, apedrejado por ensinar a palavra; Pedro, crucificado com a cabeça para baixo e as pernas para cima, para indicar o trabalho na Forja dos Ciclopes. Isso é o que eles são: verdadeiros mártires. Esses são os que desapegam, esses são os que surgem depois, entre os Maha-Manvantara, como Deuses.
Portanto, o medo é um absurdo. O máximo que nos pode acontecer é que nos levem para o pelotão de fuzilamento, e daí? Afinal, o quê? Morrer, alguns dias antes ou alguns dias depois, é algo que não tem a menor importância. Vale a pena pensar em todas essas coisas…
Por medo, os homens se armam para matar outros; por medo há guerras entre nações, porque cada nação teme que outra a invada e se arma, e vem o desastre; por medo existem ladrões, que têm medo da vida; por medo, há prostitutas, que têm medo da fome; por medo, um homem mata outro. O medo, então, é a raiz de muitas maldições na Terra.
É preciso ACABAR COM O EU O MEDO. No limiar do Templo, devemos deixar o medo. Mas, infelizmente, existem diferentes tipos de medos…
Quem tem medo nunca poderá enfrentar a prova do GUARDIÃO DA GRANDE REGIÃO. Como você pode lidar com isso se estiver com medo? Aquele que tem medo, ao se ver fora do corpo físico, acaba “gritando”… “Parece que já morri, que deixei a mamãe e o papai, os meus irmãozinhos, o vovô. Enfim, agora o que eu faço”…
Pode ter certeza que estamos sozinhos (cada um de nós), e que a única família que temos se chama “Humanidade”.
Deve-se, depois da morte, chegar à conclusão de que o sobrenome que levava, a boa fama de pai e mãe, o carinho de seus irmãos mais novos, de seus amigos, tudo isso fica para trás. Descobrimos que somos apenas mais uma criatura da Natureza, e isso é tudo; sem nomes ou sobrenomes terrenos, terrivelmente solitária, porque pai e mãe, e os irmãos mais novos, eram apenas o fascínio de um dia; nada disso temos, estamos assustadoramente sozinhos.
No longo prazo, a única coisa que temos que olhar para dentro é o PAI QUE ESTÁ EM SEGREDO e nossa MÃE ETERNA e SEMPRE DIVINA (KUNDALINI), e o SENHOR CRISTO.
E família? Todos os milhões de seres humanos! Não me refiro apenas aos da Terra, mas aos de todos os mundos do espaço. Somos uma grande família; E essa é a realidade. E é uma dura realidade o que estou lhe dizendo, mas é a realidade. Ruim, porque você ama muito sua família, certo? Agora, se eu não tivesse família, diriam: “Bem, já que você não tem, o que isso importa para você?” Não, eu também tenho, e percebo que tudo isso é vão. Não quero dizer que não amo meus parentes. Eu os amo, como você, só que já experimentei, diretamente, a realidade do que é a família e cheguei à convicção de que a família é toda a humanidade.
Não tenho ressentimentos contra minha família. Não vá acreditar que estou falando com algum ressentimento, não. Quando digo que “eu experimentei o realidade do que é a família”, quero referir-me, de forma transcendental, ao Ensinamento.*
Fora do corpo físico, aprendi os Mistérios da Vida e da Morte. Ocasionalmente, eu sentia a morte antecipadamente. Sai do corpo físico. Já fora do corpo me fizeram adiantar no tempo para me ver morto. O que vi? Um cadáver. O que havia naquele caixão? Um corpo. Qual? O meu. Quem estava ante aquele caixão, na sala cheia de flores e grinaldas dos mortos? Os familiares. Entre meus parentes, minha mãe terrena estava lá. Aproximei-me dela, beijei sua mão e disse: “Obrigada pelo corpo que você me deu; Aquele corpo me serviu muito, foi maravilhoso, obrigada!” Aproximei-me de todos os outros parentes, despedindo-me deles. Deixei aquela morada e mergulhei no seio da Natureza, convencido de que estava desencarnado…
Que havia? Natureza, vales, montanhas profundas, oceanos, nuvens, ar, sol. E meus parentes, o quê? Isso foi no passado, não tinha mais parentes. Os nomes e sobrenomes, minha linhagem, meu povo, minha língua, como eles ficaram? Coisas do passado! Agora estava imerso em uma natureza selvagem, absolutamente sozinho. E então minha querida família, e o quê? Só pude exclamar: “Não tenho mais família!” E os seres que me cercam? Isso foi no passado; agora estou sozinho, assustadoramente sozinho. Eu sou apenas uma criatura da Natureza, uma natureza selvagem. O que há são vales, montanhas, uma terra molhada de chuva! “E minha casa? Qual casa? Você não tem mais uma casa. E bens? Muito menos bens terrenos. De onde vou obtê-los? Então quem é você? Uma partícula da Natureza, uma Natureza selvagem que nada tem a ver com assuntos familiares”…“Conclusão: Minha família é toda a humanidade ou todas as humanidades, ou todos os mundos das humanidades planetárias, e isso é tudo”…
Senti, no entanto, um pouco de tristeza, ao perceber que o Cordão de Prata ainda não havia sido rompido. Ele queria quebrá-lo, mas permaneceu intacto. Não tive escolha a não ser voltar. Achava que já estava totalmente desligado da minha forma física, disse a mim mesmo, e tinha que voltar de novo… E voltei, sim, entrei no meu corpo.
Essa é a realidade, então, em relação aos familiares, parentes, amigos próximos, primos, irmãos, tios, sobrinhos, netos, bisnetos, tataranetos e, enfim, tudo o que nos fascina no fundo.
Precisamos elevar um pouco nossos corações com a frase “SURSUM CORDA!” (“LEVANTA CORAÇÃO”), e sabendo que somos todos uma grande família; ver em cada pessoa um irmão, sentir cada um dos nossos irmãos como a carne da nossa carne, como o sangue do nosso sangue; não ver os outros como estranhos, como indivíduos, como pessoas diferentes, porque isso é um absurdo.
Somos todos uma enorme família chamada “Humanidade”. Então devemos nos sacrificar por essa imensa família, com verdadeiro Amor. Se assim o fizermos, marcharemos com o Terceiro Fator da Revolução da Consciência na íntegra.
* Samael Aun Weor disse em outra conferência: “É claro que, para trilhar o Caminho que nos levará à Transformação Íntima do Ser, é preciso, antes de tudo, ser um bom cidadão [ou dona de casa], cumprir um com seus deveres, para com a esposa [ou marido], para com os filhos, para com os seus ”.
Samael Aun Weor
“AQUELE QUE DESEJA SE AUTORREALIZAR TEM QUE SACRIFICAR-SE…
Todo sacrifício é assustador: você tem que estar disposto a perder o que é mais caro…
O próprio sacrifício é doloroso. Se pensássemos que criar uma empreitada como no Canadá e Europa não é dolorosa, a missão do Canadá e da Europa seria levada à Entropia…
Entre [a nota] MI e o FÁ há uma pausa para poder prosseguir para o outro objetivo. As batalhas devem continuar, não importa a dor, até que todas as Forças Inferiores sejam transformadas em Forças Superiores. A própria palavra sacrifício nos torna Apóstolos…
Cristo se sacrificou para vencer a Lei da Entropia, e esta crucificação e sacrifício devem ser realizados em cada um de nós. Você tem que sempre tentar ser diferente, VOCÊ TEM QUE SACRIFICAR SUA PRÓPRIA IDENTIDADE. O CORAÇÃO DEVE SER DESTRUÍDO PARA QUE NASÇA O HOMEM SOLAR.
Temos que oferecer tudo, absolutamente tudo… Todas as Forças devem se transformar em algo diferente.
O Verdadeiro Homem tem que se sacrificar para se tornar o Super-Homem de Nietzsche. Todo sacrifício é doloroso por natureza; O sacrifício do Super-Homem custa muito sangue.
Portanto, vale a pena entender, pois com esse alicerce podemos suportar todos os contratempos da vida. Qualquer empresa que trabalha sem sacrifício não tem sucesso, e é uma empresa qualquer.
O MOVIMENTO GNÓSTICO INTERNACIONAL foi feito sobre o Sacrifício, é por isso que terá sucesso.”
Samael Aun Weor
Congresso Internacional de 1976