A Ciência da Música · Livro
Prefácio
Errar é humano, mas permanecer no erro é burrice. A doutrina do Salvador nos liberta do erro, e assim deixamos de ser néscios. O estado evolutivo humano é o mais alto. A evolução como animal é quase completa se comparada ao estado humano. Existem muitas pessoas com maturidade espiritual, mas a maioria não possui, por isso não podem compreender estes sábios ensinamentos. Nós como animais prestamos um serviço inestimável ao nosso planeta Terra. Transformamos energia vibratória que vem do Cosmos e a adaptamos para Mãe Natureza para sua própria subsistência da mesma forma que nossos corpos físicos ao retornar a terra, decompõem-se em matéria prima que dá vida a novos seres. Se a espécie humana desaparecesse no tempo, de nosso planeta, a falta das vibrações que produzimos faria que nosso planeta se extinguisse na forma que vemos, como algumas plantas que com o tempo amadurecem a semente ou o fruto. Podemos perguntar ao agricultor o que acontece quando o milho, feijão, arroz, etc amadurecem. Ele nos responderá que a planta morre quase ao mesmo tempo. Por isso é impossível que as bombas atômicas possam exterminar o homem. Acima dos homens estão os deuses, e aqueles são como peças de xadrez em um tabuleiro da vida. Esses hierarcas algumas vezes dão apoio as peças negras, e outras as peças brancas.
Completada a evolução humana, temos diante de nós dois caminhos. O da involução ou desintegração, ou o caminho angélico ou dévico. Como humanos sempre fomos gerados por nossos progenitores, como anjos toca-nos gerarmos a nós mesmos conscientemente e seguirmos um novo processo evolutivo e imortal.
Ao Mestre Jesus se chama Salvador porque nos deu o ensinamento para evitar a desintegração do embrião de alma que gestamos como humanos. Seu corpo de doutrina vem a ser uma ponte entre a matéria e o espirito, e por esta ponte temos que passar do estado humano ao estado angélico, por isso Ele disse: Eu sou o Caminho. Eu sou a Verdade. Eu sou a Vida. É uma lástima que o homem com sua intelectualidade tenha complicado tanto os princípios da doutrina do Salvador do mundo.
Diz a Isis no ritual gnóstico de segundo grau: Quatro entradas tem um palácio (ou seja, seu palácio, seu corpo), e o Mestre responde: eu conheço essas entradas. No ritual Isis representa a esposa sacerdotisa e o sacerdote o esposo. Essas quatro entradas referem-se as quatro entradas que tem que fazer o oficiante no divino templo do amor e que denominamos quatro corpos do pecado.
No ritual gnóstico de primeiro grau diz o Mestre: “Fixa-te nisto, o que emana desta Lei, retira destas cinco fontes ao mesmo tempo, Luz, e respondem respectivamente o primeiro e segundo vigilante, o guardião e Isis: Amor, Vida, Liberdade, Triunfo, ou seja, os resultados do manejo do trabalho no templo da natureza quando trabalhamos com a Lei e que se conhece em nossos estudos como Castidade Científica. Os resultados são opostos quando o oficiante fornica recolhendo como colheita: Ódio, morte, escravidão e fracasso.
O estudante sabe que para entrar em todo templo de mistérios deve pronunciar as palavras de passe: “JACHIN e BOAZ”. Nestes templos existem guardiões que as vezes nos impedem a entrada e temos que respeitar. A mesma saudação devemos pronunciar frente ao altar vivo, que o estudante já conhece, evitando entrar quando a guardiã impede a entrada. Porém existem estudantes que querem entrar no templo quantas vezes lhe aprouver, sem considerar o requisito ou levar em conta o impedimento. Sem demora lhe vem o castigo por infringir a Lei. Recorrem aos Mestres para conseguir um novo templo, muitas vezes a guardiã não lhes permite a entrada e eles como ladrões pulam a cerca. Sem respeito, pureza e amor não se pode trabalhar no templo do amor.
Toda esta mensagem de Natal é uma instrução para o devoto do Sendeiro. Nosso Mestre está dando generosa e fartamente a instrução e no entanto, o estudante perde lastimosamente o tempo fiscalizando uns e outros ou lamentando-se de seu próprio fardo. O lamento é sinal de debilidade, há que tonar-se forte com a instrução e assim aliviar nossa própria carga.
Nesta mensagem damos ao estudante chaves claras em nosso esforço para formar o exército de salvação.
Movimento, calor, cor e som, são a mesma coisa. É maravilhoso observar como no infinitamente pequeno, podemos comprovar as mudanças que ocorrem na matéria sutil. Quando esfregamos uma mão sobre a outra executamos um movimento, o calor deste pequeno movimento aumenta à medida que aumentamos a velocidade e continuidade; esse calor é luz, a luz é cor e som e o som é a nota. Há que aprender a tocar o diapasão da vida, nossa espinha dorsal é como um clavicórdio que recebe toda nota, todo movimento, todo calor e toda cor. Com justa razão na Bíblia se conhece como a Árvore da Vida. As notas agudas recebem as vértebras superiores, que estão na região do pescoço, as baixas como as do tambor, nas vértebras do quadril, que por este movimento desesperador motiva o corpo com o bum bum bum dos tambores.
É preciso conhecer as quatro entradas do palácio real ou da realidade. Ao pronunciar as palavras passe “JACHIN, BOAZ”, são abertas as portas do templo e entramos o templo vivo. São quatro os corpos de pecado que devemos vencer. O Mantra HIAO movimenta nosso diapasão ou clavicórdio. A letra H corresponde ao suspiro profundo com o qual enchemos nossos pulmões para pronunciar de forma separada cada letra. Observe abaixo:
H – Corpo Físico: Quando unem-se produzem AMOR. Estado: TERRA
I – Corpo Vital: Quando unem-se produzem VIDA. Estado: AGUA
A – Corpo Astral: Quando unem-se produzem LIBERDADE. Estado: AR
O – Corpo Mental: Quando unem-se produzem TRIUNFO. Estado: FOGO
Quando o devoto do Sendeiro pratica no ritual de alta magia, pode fazer na mesma operação a conexão dos quatro corpos de pecado. Com justa razão diz o corpo de doutrina cristã que o sangue do Cordeiro lava os pecados do mundo. Ponham muita atenção todos que choram e sofrem para que aprendam a combater seus próprios males.
O ritual no primeiro templo realiza-se segundo a ciência já conhecida, com a letra H enchemos os pulmões de ar e logo cantamos as notas IAO, cada letra com uma exalação completa, ou seja, separadamente. A letra I com som agudo vai direto para região da cabeça e ali move as glândulas pineal, pituitária, tireoides e etc. até terminar no coração. Depois segue o Mantra A que engendra e de imediato o Mantra O que gesta. Como a união no físico produz amor, leve em conta todos os que tenham problemas amorosos em seu lar e desintegrem a oposição. Neste templo pode-se trabalhar com os gnomos da terra cujo gênio chama-se CHANGAM. Desta forma podemos entrar no paraíso elemental da natureza. Toda vez que pedimos algo, devemos pronunciar o maravilhoso mantra IAO, que é poderoso para a união terráquea ou carnal. Mas leve em consideração que primeiramente deve-se chamar KITICHI, que é o deus dos gnomos ou elementais da terra, e imaginemos que toda ajuda nos vem do norte que é a posição correspondente a terra. Existem pessoas tontas que se molestam por chamar-nos deuses a esses hierarcas. Diante destes tontos pode-se chamar hierarcas para não incomodar o vizinho molesto.
Após este trabalho, é preciso conseguir entrada no corpo vital da seguinte maneira. Faz-se a saudação J.B., dá os sete passos e prosterna-te ante aos pés do templo. Este tem relação com a água. Fazer o mantra IAO e chamar VARUNA, deus dos elementais da água e pedir-lhe permissão para trabalhar com as ondinas e nereidas. A letra mántrica deste reino é a M. Vocalizar de forma prolongada esta letra até exalar completamente o ar enquanto imaginamos que a ajuda vem do oeste.
Continuando pode-se seguir com a conexão astral que tem relação com o ar realizando os mesmos processos anteriores. O resultado de um bom trabalho é a liberdade, assim que tenhamos em conta que temos algo de que nos libertar. Aqui podemos invocar a PAVANA que é o deus dos elementais do ar e assim poder trabalhar com os silfos. Usar a letra H pronunciando como um suspiro profundo. Também pode-se pedir aos gênios MICHAEL E SABATIEL. Por estes meios, podemos aprender a sair em corpo astral pedindo sempre ao Íntimo que nos leve ao local desejado. Quando não pedimos ao Íntimo a saída é um fracasso, porque poderemos ir para qualquer lugar.
A conexão com o mental nos conduz ao triunfo porque a mente material é a caverna do desejo. Depois das palavras de passe, de prostrar-nos frente ao altar e de haver pronunciado o mantra do arcano AZF, devemos invocar o deus AGNI para podermos trabalhar com as salamandras do fogo; as quais exorcizam-se com a letra S. Aqui podemos usar o poderoso mantra INRI e imaginar que a ajuda vem do sul.
Quando o mago consegue trabalhar nestes quatro templos, liberta-se dos quatro corpos do pecado obtendo poderes maravilhosos.
Quando fazemos bom uso de nossa semente, somos guardiões de um grande tesouro, onde nem a fuligem e corrupção podem entrar.
A igrejas ou templos são reminiscências desta sabedoria. Na antiguidade suas torres eram redondas porque representavam o bendito falo viril do varão. A porta tinha similaridade com os órgãos femininos e sempre estiveram ao pé da torre, mostrando sempre o sexo à primeira vista. As campanhas com seus sons agudos de clarim representam a luz e o som grave as trevas, pelas quais nos corresponde passar para chegar frente ao altar da divindade. As torres também trazem similaridades com o membro viril, as duas cordas similares aos cordões espermáticos, os ladrilhos brancos e negros representando as duas forças.
O púlpito de onde o sacerdote fala para os fiéis representa o coração, de onde o Pai fala ao Filho e como o mesmo, encontra-se a esquerda. As sete colunas lado a lado do templo, representa os sete graus de poder do fogo ou sete serpentes dos sete corpos do homem, sete ascendentes e sete descendentes. A cúpula dos templos tem similaridade com nosso centro gonádico, onde abaixo da mesma está o altar onde venera-se a Divindade. O esperma é o azeite, em nosso próprio azeite é onde arde a chama da Divindade. A hóstia é a semente de trigo de nossa própria semente. Há palavras que ainda perduram e vemos como o aro onde guarda-se a sagrada hóstia no altar, o chamam viril porque dali emanou. É impossível que haja tantas casualidades em todas estas reminiscências.
E a humanidade alcançou maturidade espiritual e por isso podemos com maior clareza e predicar que nossa redenção está no sexo. Com razão o Cristo disse: De mil que me buscam, um me encontra; de mil que me encontram, um me segue; de mil que me seguem, um é meu.
GARGA KUICHINES
Sumum Supremum Santuário
Dezembro de 1965
Capítulo I – A Música
“No princípio era o Verbo, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas por Ele foram feitas, e sem Ele nada do que foi feito, se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. A Luz resplandeceu nas trevas, mas as trevas não compreenderam”.
Em todo cosmos existe uma escala sonora dos sete sons. Em todo o Universo ressoam os sete sons da grande escala com os ritmos maravilhosos do fogo.
O Mahavan e o Chotavan são ritmos do fogo que sustem o Universo firme em sua marcha.
Os sete Cosmocratores da Aurora da Criação celebraram os rituais do fogo cantando nos templos.
Sem o Verbo criador, sem a magia da palavra, sem a música, o universo não existiria. No princípio era o Verbo”.
Velhas e arcaicas tradições dizem que o conhecimento relativo a sagrada Heptaparaparshinokh (a Lei do Sete), foi revivido muitos séculos depois da grande catástrofe da Atlântida, por dois santos irmãos iniciados chamados Choon-Kil-Tez e Choon-Tro-Pel, que atualmente encontram-se no Planeta Purgatório quase prontos para entrar no Absoluto.
Em linguagem oriental se diz que o Planeta Purgatório é a região de Atala, a primeira emanação do Absoluto.
Estes dois santos mencionados eram irmãos gêmeos. O avô destes dois iniciados foi o rei Konuzión, que governou sabiamente o antiquíssimo país asiático chamado naquela época de Marapleice.
O avô rei Konuzión descendia de um sábio iniciado atlante, membro distinto da Sociedade Akhaldansm. Tal sociedade de sábios existiu na submersa Atlântida antes da segunda grande catástrofe transapalniana.
Os dois sábios irmãos santos viveram os primeiros anos de suas vidas na arcaica cidade de Gob, no país chamado Marapleice, mas tempos depois, refugiaram-se para o país que mais tarde chamou-se China.
Os dois irmãos iniciados viram-se obrigados a emigrar saindo de se povoado natal quando as areias começaram a sepulta-lo. Gob foi sepultado pelas areias e hoje esse lugar é o deserto de Gobi.
Os dois irmãos a princípio somente se especializaram em medicina, mas depois tornaram-se grandes sábios e viveram no lugar que mais tarde chamou-se China. Coube a estes irmãos iniciados a alta honra de haver sido os primeiros investigadores do ópio. Descobriram os dois irmãos que o ópio consiste em sete cristalizações independentes e subjetivas com propriedades bem definidas. Trabalhos posteriores vieram mostrar que cada uma destas sete cristalizações independentes consistia por sua vez em outras sete propriedades ou cristalizações subjetivas independentes e que estas por sua vez em outras sete e seguindo assim indefinidamente.
Pode-se comprovar que existia íntima afinidade entre a música e a cor, por exemplo; um raio colorido correspondente direcionado sobre qualquer elemento do ópio, o transformava em outro elemento ativo. Obtinha-se o mesmo resultado se em lugar dos raios coloridos se direcionassem as correspondentes vibrações sonoras das cordas de um instrumento musical, conhecido naquela época com o nome de dzendvokh. Verificou-se cientificamente que se fizermos passar qualquer raio colorido através de qualquer elemento ativo do ópio, o mesmo raio muda de cor, a saber, as mesmas cores cujas vibrações correspondem ao elemento ativo.
Ao se fazer passar qualquer raio colorido através das vibrações das ondas sonoras das cordas do dzendvokh, o mesmo muda para a cor correspondente as vibrações emitidas por meio da respectiva corda. O dzendvokh foi um instrumento musical formidável, com o qual logrou-se verificar o poder das notas musicais sobre o ópio e em geral sobre todo o criado.
Se um determinado raio e colorido e uma determinada vibração sonora com exatidão, fossem dirigidas sobre qualquer elemento ativo do ópio, escolhido entre os que possuíam menor número de vibrações que a totalidade das vibrações de um raio colorido e o mencionado som, o elemento ativo do ópio transformava-se em outro elemento ativo do ópio.
É interessante saber que as sete cristalizações subjetivas do ópio correspondem a outras sete e essas outras sete e assim sucessivamente. Também é interessante saber que a septenária escala musical corresponde-se com as septenárias cristalizações subjetivas do ópio. Muitos experimentos vieram comprovar que a cada septenária classificação subjetiva do ópio, correspondiam-lhe septenárias escalas subjetivas do subconsciente humano.
Se a música pode atuar sobre as cristalizações septenárias do ópio, e lógico pensar que também pode atuar sobre as correspondentes classificações septenárias subjetivas do homem.
O ópio é maravilhoso, pois capta todas as potentes vibrações do Protocosmos Inefável. Infelizmente as pessoas tem utilizado o ópio de forma daninha e prejudicial para o organismo. São muitos aqueles que empregaram o ópio para fortalecer as propriedades tenebrosas do abominável órgão Kundartecedor.
Muitos séculos depois do sagrado rascooarno (morte) dos irmãos santos, houve um rei muito sábio que baseando-se nas mesmas teorias dos iniciados mencionados, construiu um instrumento musical chamado lav-merz-nokh, com o qual pode verificar muitas maravilhas relacionadas com a música. O maravilhoso do citado instrumento musical, é que tinha quarenta e nove cordas, sete vezes sete, correspondente as sete vezes sete manifestações da energia universal. Este instrumento foi formidável, tinha sete oitavas musicais que estavam relacionadas com as sete vezes sete formas de energia cósmica. Assim foi como a raça humana daquela época conheceu em carne e osso o “Hanziano Sagrado”, o som Nirioonossiano do mundo.
Todas as substâncias cósmicas que surgem de sete fontes independentes, estão saturadas pela totalidade de vibrações sonoras que o mencionado instrumento musical podia fazer ressoar no espaço. Não esqueçamos jamais que nosso universo está constituído por sete dimensões e que cada uma destas tem sete sub planos ou regiões.
O instrumento musical construído pelo rei Too-Toz, fazia vibrar intensamente as sete dimensões e as quarenta e nove regiões energéticas.
Atualmente já temos música revolucionária formidável e maravilhosa baseada no som 13, mas necessitamos com urgência de instrumentos musicais como o do rei Too-Toz.
Necessitamos vivificar as vibrações do som Nirioonossiano de nosso mundo para avivar as fontes cósmicas das substancias universais ou iniciar com êxito uma nova Era.
O mundo foi criado com a música, com o verbo, e devemos mantê-lo e revitaliza-lo com a música, com o verbo.
A santa lei sagrada do Heptaparaparshinokh serve de fundamento para toda a septenária escala musical.
É urgente que todos os irmãos gnósticos compreendam neste Natal de 1965 a necessidade de estudar música. É urgente que todos os irmãos gnósticos cantem sempre as cinco vogais, I,E,O,U,A. É necessário compreender o valor da palavra e não profana-la com pensamentos indignos. É tão mal falar quando se deve calar, como calar quando se deve falar. As vezes falar é um delito, como também as vezes calar é um delito. Há silêncios delituosos e palavras infames.
Os deuses criam com o poder do verbo, porque no princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.
Existe uma língua universal de vida que só é falada pelos anjos, arcanjos, serafins e etc. Quando o fogo sagrado floresce em nossos fecundos lábios feito verbo, a palavra se faz carne em nós. Todos os mantras que os ocultistas conhecem são unicamente sílabas, letras, palavras isoladas da linguagem da Luz.
“Ao que sabe a palavra dá poder, ninguém a pronunciou, ninguém a pronunciará, senão somente aquele que O tem encarnado”.
Capítulo II – O Dervixe Bojaro Hadji-Asvatz-Troov
Certa vez, enquanto viajava pelo continente asiático um grande sábio vindo de ignotos lugares, na região que denominava-se Bojara, resolveu estabelecer cordiais relações com um dervixe dançante cujo nome era Hadji-Zephi-Bogga-Eddin.
Este homem era um entusiasta do esoterismo sagrado e toda vez que encontrava alguém em seu caminho falava-lhe destes estudos. Quando encontrou nosso sábio a alegria foi grande, sorria feliz e o tema a tratar versou sobre a ciência chinesa antiga chamada “Shat-Chai-Mernis”.
O que hoje sabe-se sobre essa ciência misteriosa conhecida pelos gêmeos chineses iniciados dos quais falamos no primeiro capítulo desta mensagem, são somente fragmentos de uma totalidade formidável.
Noutros tempos quando ainda vivia na China estes gêmeos iniciados, denominava-se a citada ciência como “TOTALIDADE DA INFORMAÇÃO VERDADEIRA ACERCA DA LEI DE NONAPLICIDADE.
Certos fragmentos desta augusta ciência permaneceram intactos e passaram de geração em geração através de muitos irmãos iniciados nos grandes mistérios.
O sábio de nossa história sentiu-se muito feliz ao conversar cm o dervixe sobre essa antiquíssima ciência chinesa, da qual nada sabem os sabichões modernos de tipo ocidental. O nosso sábio chegou ao cumulo do entusiasmo ao ser informado pelo dervixe sobre outro dervixe amigo deste, que segundo informações residia em Bojara Superior, longe de todos e que somente dedicava-se a certos experimentos misteriosos relacionados com esta mesma ciência.
O dervixe convidou nosso sábio para dar um passeio por aquelas montanhas da Bojara Superior com o são e belo propósito de visitar o anacoreta. Três dias de viagem pelas montanhas escarpadas e caminhos solitários conduziram os dois homens desta história até uma pequena garanta situada entre os montes da Bojara Superior.
Na citada montanha de acordo com o relato que chegou até nós, o dervixe pediu ao sábio que o ajudasse a afastar uma pequena lâmina de pedra e quando o fizeram, apareceu frente aos dois homens uma pequena abertura de cujas bordas partiam duas barras de ferro.
O relato diz que o dervixe uniu ambas as barras e começou a escutar muito atentamente o que ao cabo de breves instantes surgiu das mencionadas barras um estranho som, e para surpresa do sábio desta história, o dervixe pronunciou então sobre a abertura algumas palavras em uma linguagem que era totalmente desconhecida. Quando o dervixe terminou de falar, os dois homens deste relato colocaram a lâmina de pedra em seu lugar e seguiram avançando. Foi ainda muito o que tiveram que caminhar por entre vales e montanhas profundas até chegar a certo lugar onde detiveram-se frente a uma grande rocha.
O dervixe em estado de grande tensão parecia estar aguardando algo muito especial, imediatamente uma enorme pedra abre-se e forma uma entrada misteriosa que conduz a uma espécie de caverna. Os dois homens penetraram na caverna e avançaram para o fundo misterioso podendo observar que o caminho estava iluminado alternadamente por gás e eletricidade. Depois de haver percorrido uma distância considerável dentro da caverna, se encontraram com um ancião de idade indecifrável e de copo demasiado alto e magro, que os recebeu com as costumeiras saudações e os conduziu até o interior da caverna.
Este era o amigo do dervixe e seu nome era Hadj-Asvats-Troov. O ancião ermitão conduziu os dois homens até uma seção muita cômoda da caverna e logo sentaram-se em um feltro que cobria o piso e comeram isso que se chama na Ásia de “Frio da Bojara”, Shila-Plav, servido em panelas de barro que o ancião trouxe. Os dois homens conversaram com o ancião ermitão durante a refeição. O tema foi naturalmente a apaixonante ciência chinesa chamada Shat-Chai-Mernis.
A ciência deste velho é a ciência das vibrações. Tudo o que é, tudo que foi e tudo o que será está submetido a ciência das vibrações. O ermitão dedicou sua vida ao estudo das vibrações, ao Shai-Chai-Mernis. O ermitão estudou profundamente a teoria assíria do grande Mal-Manash e a teria árabe do famoso sábio Selnehhe-Avaz, como também a grega de Pitágoras e em geral todas as teorias chinesas.
Este homem construiu de forma modificada o monocórdio de Pitágoras, o famoso instrumento musical com o qual Pitágoras realizava seus experimentos. Tal instrumento é muito complexo e está repleto de vibrômetros que servem para medir as vibrações das cordas. O ancião ermitão era um verdadeiro sábio e havia construído muitos aparelhos para medir com exatidão as vibrações. O ancião disse que na antiquíssima civilização de Tikliamish existiam muitíssimos aparelhos especiais para medir vibrações.
O ermitão logo fez várias demonstrações com as vibrações musicais. Soprou ar com um pequeno fole sobre os tubos de um aparelho musical de sopro, os quais iniciaram uma monótona melodia de cincos tons. Os vibrômetros indicaram com exatidão o número de vibrações. Junto ao aparelho musical colocou-se um maço de flores. Quando o ermitão terminou sua monótona música, as flores do maço estavam intactas. Depois o velho ermitão mudou do antigo monocórdio para o piano de cauda, provido também com o vibrômetro para medir as vibrações e começou a tocar determinadas teclas do piano produzindo a mesma monótona melodia. Quando o ancião parou de tocar, não restavam senão somente restos de flores murchas do maço que antes estavam cheias de vigor e beleza. Desta forma o ancião demonstrou o poder vibratório das ondas musicais sobre a matéria.
Aquele ermitão dividia as vibrações em duas classes: vibrações criadoras e vibrações impulsoras. Disse o ancião que com tripas de cabra se podia fabricar cordas especiais para a produção de vibrações criadoras e com os instrumentos de sopro como as trombetas, flautas e etc, obtinham-se vibrações impulsoras.
Depois de dar algumas outras explicações, segundo o relato que chegou até nós, aquele ermitão trouxe um envelope, papel e lápis para outro experimento. Escreveu algo no papel e logo o colocou no envelope. Após pendurou-o fechado em um gancho e pôs diante dos sois visitantes. Sentou-se frente ao piano e tocou novamente uma monótona melodia, mas desta vez, dois sons da oitava mais grave do piano repetiam-se paralela e constantemente.
Após alguns instantes, o dervixe visitante não podia permanecer imóvel e retorcia-se agitando a perna esquerda na qual sentia uma espantosa dor. O ermitão parou de tocar depois de algum tempo a monótona melodia e dirigindo-se ao sábio visitante disse: Amigo de meu amigo, tenha a bondade de pôr-se de pé, retire o envelope do gancho e leia o que está escrito dentro. O sábio fez o indicado e quando leu o papel que estava dentro do envelope viu que estava escrito: “Em cada um de vocês se formará devido as vibrações provenientes do piano m furúnculo na perna esquerda, uma polegada abaixo do joelho e meia polegada à esquerda da metade da perna”.
O ancião fez com que os dois homens deixassem cada um, descoberta sua perna esquerda. Qual foi o assombro ao ver que o furúnculo estava na perna esquerda do dervixe visitante inquestionavelmente, mas não encontrava-se na perna esquerda do sábio visitante. Este último tinha uma vibração diferente porque era um Mestre vindo de outro planeta e é claro que a vibração deste gênero era de outra frequência, diferente da que o sábio levava em seu corpo.
Quando o ermitão convenceu-se de que faltava o furúnculo na perna esquerda do sábio, saltou imediato de seu assento dizendo: “Não pode ser”. E olhava assombrado com olhos de louco. Foi então necessário que o sábio vindo de outro planeta o fizesse compreender que não faltava nada, e que depois a sós contaria seu segredo.
Para muitos leitores parecerá impossível que por nossa terra caminhem habitantes de outros planetas e o mais possível é que riam agora ceticamente, mas assim é. Em todas as épocas nosso planeta tem sido visitado por habitantes de outros planetas.
Velhas tradições dizem que o Mestre Sanat Kummara, fundador do Grande Colégio de Iniciados da Grande Loja Branca, veio de Vênus com seu corpo físico.
O sábio de nossa história era um Mestre vindo de outro planeta, mais guardava segredo.
Em outros tempos existiram maravilhosos instrumentos musicais com os quais fizeram-se formidáveis experimentos. Sabendo-se manejar as ondas vibratórias do som, pode-se atuar sobre toda substância, sobre toda a vida. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”, diz João.
Realmente, sem o som, sem o verbo, sem a palavra, o sistema solar no qual vivemos nos movemos e temos nosso Ser, não existiria. No amanhecer da vida os Cosmocratores trabalharam me seus templos com a Magia Sexual do Verbo.
As duas forças fundamentais por si não podem criar, necessitasse de uma terceira força de acordo com a Magia Sexual do Verbo. Qualquer Mestre forte em meditação pode estudar Cosmogênese nos registros Akháshicos e verificar por si mesmo o trabalho litúrgico dos Cosmocratores no amanhecer da vida. Diante de todo iluminado apresentam-se nos registros Akháshicos os templos dos Cosmocratores e seu trabalho com as vibrações.
Dentro de cada templo aparecem sentados em seus tronos do oriente interno, um sacerdote e uma sacerdotisa. Em cada templo há um plano inferior sobre o qual estão todos os setiais e as colunas do templo. Os Elohim mencionados pelas sagradas escrituras ocupam esse plano inferior.
Esta é a Maçonaria Primeva, estes são as oficinais dos Cosmocratores. Canta o sacerdote e canta a sacerdotisa e cantam todos os Elohim do templo e suas vozes ressoam no Caos.
Desta forma realizam-se os rituais de fogo no amanhecer da vida, e as três forças, masculina, feminina e neutra vibram cientificamente produzindo múltiplos fenômenos na Matéria Primordial. Faz-se fecunda a Grande Mãe, a matéria prima da Grande Obra e brotam germens de toda a criação. É assim que nasce o universo do Pleroma, assim nasce todo sistema solar.
A Magia Sexual do Verbo criou este universo no qual vivemos, nos movemos e temos nosso Ser. Nosso sistema solar a princípio foi sutil, depois foi tornando-se cada vez mais denso até tomar a consistência física atual. Este universo é portanto um produto das vibrações do verbo, da música.
Capítulo III – A Lei Do Três
Amadíssimos. É necessário que neste Natal de 1965 conheçamos a fundo a Lei do Três. É urgente saber qual é o posto que ocupamos neste raio maravilhoso da Criação.
O Filho veio ao mundo para salvar-nos e é necessário saber o que é o Pai, o Filho e o Espirito Santo. As Trimurtis sagradas de todas as religiões correspondem as três forças primárias do Universo. O Pai, o Filho e o Espirito Santo constituem uma trindade dentro da Unidade da Vida.
Isis, Osiris e Horus; Brahma, Vishnú e Shiva, etc. São as Trimurtis sagradas que representam sempre as mesmas três forças primárias. Todos os fenômenos cósmicos, toda a criação tem sua base nas três forças primárias.
Os cientistas contemporâneos reconhecem a força e a resistência, a força positiva e a força negativa. As células positivas e negativas, ou seja, as células masculinas e femininas, etc. Porém ignoram que sem uma terceira força neutra é impossível todo fenômeno, toda criação. É correto e verdadeiro que uma ou duas forças não podem produzir nenhum fenômeno, mas os cientistas creem que as forças positivas-negativas podem produzir todos os fenômenos.
Se mesmo assim estudarmos profundamente, poderemos descobrir as três forças em ação. A eletricidade não é somente positiva e negativa, existe a eletricidade em sua forma neutra. Uma ou duas forças não podem produzir jamais nenhum fenômeno e cada vez que observamos uma detenção no desenvolvimento de qualquer coisa, podemos dizer com absoluta certeza que ali falta a terceira força.
As três forças primarias separam-se e novamente unem-se, dividem-se e multiplicam-se cosmicamente. No Absoluta Imanifestado, as três forças primarias constituem uma unidade indivisível e autoconsciente de forma integra.
Durante a manifestação cósmica as três forças primarias separam-se e unem-se, e naquele ponto onde as três concorrem, criam-se fenômenos, mundos, universos, etc. Estas três forças no Raio da Criação parecem três vontades, três consciências, três unidades. Cada uma destas três forças contem em si mesma todas as possibilidades das três, mas em seu ponto de conjunção, cada uma delas manifesta somente um princípio, o positivo, o negativo e o neutro. É interessantíssimo ver as três forças em ação, elas separam-se, afastam-se e logo reencontram-se para formar novas trindades diferentes que originam novos mundos, novas criações cósmicas.
No Absoluto as três forças são o Logos Único, a variedade dentro da unidade total, o Pai, o Filho e o Espirito Santo, constituindo um Todo Omnisciente misericordioso.
O Mestre G., falando a seus discípulos sobe a Lei do Três disse: “Imaginemos Absoluto com um círculo no qual há um número de outros círculos, ou seja, mundos de segunda ordem, tomemos um destes círculos, designemos o Absoluto com o número um porque as três forças constituem um todo n’Ele. Designaremos os pequenos círculos com o número três porque é um mundo de segunda ordem, as três forças estão divididas. As três forças divididas em mundos de segunda ordem criam, fabricam novos mundos. Os mundos de terceira ordem criados, fabricados pelas três forças que já atuam semi-mecânicamente, deixam de depender da vontade única do absoluto e passam a depender de três leis mecânicas. Estes três mundos foram criados pelas três forças e havendo sido criados, manifestam três forças novas e próprias, assim temos que o número de forças que atuam nos mundos de terceira ordem serão seis no total. No diagrama designa-se o círculo de terceira ordem com o número seis (3+3).
Por sua vez, estes mundos criam novos mundos, mundos de uma quarta ordem. Nos mundos de quarta ordem atuam três forças do mundo de segunda ordem, seis forças de um mundo de terceira ordem e três forças próprias, no total são doze forças. Tomemos um destes mundos e designemo-lo com o número doze (3+6+3). Como estão sujeitos a um maior número de leis, estes mundos encontram-se ainda mais afastados da vontade do Absoluto e são ainda mais mecânicos. Os mundos criados dentro destes últimos estarão sob governo de vinte e quatro forças (3+6+12+3). Os mundos criados dentro destes estariam por sua vez governados por 48 forças e desta soma resulta o seguinte: Três forças resultantes do mundo imediatamente após o Absoluto, as 6 do seguinte, 12 do que segue-se a este, 24 do que segue a este último e 3 próprias (3+6+12+24+3) ou seja, as 48 no total.
Os mundos criados dentro dos mundos de 48, estarão sob governo de 96 forças (3+6+12+24+48+3). Os mundos da ordem seguinte estarão sob o governo de 192 forças e assim sucessivamente.
Se analisarmos a fundo estes cálculos matemáticos do Mestre G., devemos compreender que o mundo de 96 leis é o primeiro plano submerso do abismo e que o mundo de 192 leis corresponde ao segundo plano submerso do Abismo. O abismo é o Reino Mineral e está situado sob a superfície da terra. O abismo é o Tartarus grego, o Avitchi hindu, o Averno romano, o Inferno cristão, etc.
O abismo possui sete regiões atômicas submersas, estes são os infernos atômicos da Natureza. A Lei do Três permite-nos saber quantas leis governa cada região submersa do Inferno. Se no mundo de 48 leis que é o mundo celular onde vivemos, já é tudo mecânico e nem remotamente faz-se a vontade do Absoluto, o que diremos do reino mineral? No reino mineral vivem os perdidos, a vida no reino mineral está muito afastada da vontade do Absoluto. No reino mineral submerso nem sequer recorda-se a vontade do Absoluto. O Raio da Criação começa no absoluto e termina no inferno. A ordem do Raio da Criação é essa:
1º ABSOLUTO
2º TODOS OS MUNDOS
3º TODOS OS SÓIS
4º O SOL
5º TODOS OS PLANETAS
6º A TERRA
7º O INFERNO
(Nota: Posteriormente o V.M. Samael Aun Weor em seu livro Sim, há inferno, diabo e carma, afirma que são nove círculos e não somente sete como consta nesta Mensagem de Natal)
Lamentamos ter que divergir do Mestre G. na questão da Lua. O Mestre G. acredita que o Raio da Criação começa no Absoluto e termina na Lua.
O Mestre G. supõe que a Lua é um fragmento desprendido da Terra em um remoto e arcaico passado. O Mestre G. crê que a Lua é um mundo que está nascendo e que alimenta-se da vitalidade terrestre.
Os que estivemos no passado Dia Cósmico, sabemos muito bem que a Lua foi um mundo como a Terra, um mundo submetido a muitos processos evolutivos e involutivos, um mundo que teve vida em abundancia e que já morreu, a Lua é um cadáver. A Lua pertence ao passado Raio da Criação. A Lua não pertence a nosso atual Raio da Criação
A influência lunar é de tipo subconsciente submerso e controla as regiões tenebrosas do abismo terrestre. Por isso ditas regiões são chamadas em esoterismo regiões sublunares submersas. Essas são as trevas exteriores onde há choro e ranger de dentes.
Nós normalmente vivemos neste mundo celular das 48 leis e é muito interessante saber que a célula animal da qual provém por gestação o organismo humano, tem 48 cromossomos. Se no mundo e em todos os mundos de terceira ordem criados pelas três forças já atuam semi-mecânicamente, não faz-se a vontade do Absoluto, muito menos faz-se tal vontade neste mundo de 48 leis no qual vivemos, nos movemos e temos nosso Ser. Só nos resta um consolo (embora no fundo seja terrível), é que por debaixo de nós, sob a superfície da terra existem mundos de 96 e 192 forças e ainda muito mais, que são tremendamente mais complicados e terrivelmente materialistas, onde nem sequer recorda-se que existe a vontade do Absoluto.
O Absoluto cria seu plano cósmico no mundo da três Leis e depois continua mecanicamente. Nós estamos separados do absoluto pelas 48 Leis Mecânicas que nos fazem a vida espantosamente mecânica e terrivelmente aborrecedora.
Se nós fabricarmos um corpo astral verdadeiro (não confunda este com o corpo de desejos de que fala Max Heindel), nos liberamos da metade destas leis e ficamos submetidos a 24 ordens de Leis que governam sabiamente o mundo planetário. Fabricar um Corpo Solar, quer dizer, um Corpo Astral autentico, significa estar um passo mais próximo do Absoluto. Se depois de haver fabricado o Corpo Astral, nos damos ao luxo de fabricar o Corpo Mental (não confundir este com o mental que usam normalmente os vivos e os mortos que é de tipo lunar-animal), damos outro grande passo rumo ao Absoluto e ficamos submetidos a 12 leis solares. Se fabricamos o Corpo da Vontade Consciente ou Corpo Causal, (não confunda este com a essência anímica depositada dentro da mente lunar) então nos liberamos das 12 leis solares e ficamos submetidos a 6 ordens de leis cósmicas, isto significa dar um terceiro passo rumo ao Absoluto.
O quarto passo nos leva ao próprio Absoluto, ao Protocosmos divino, o qual está governado por nada mais do que 3 leis. O Protocosmos é espirito divino e acha-se submerso no seio do Absoluto. Todos os sóis e mundos do Protocosmos estão constituídos pela divina substancia do Espirito Divino.
Nós podemos subir ou baixar, regressar ao Absoluto ou descer ao Reino Mineral. As almas que entram no reino mineral ficam submetidas primeiro a 96 ordens de leis, depois a 192 e conforme vão involuindo neste reino submerso, vão complicando-se com cada vez maior número de leis. Os que entram no abismo mineral involuem, retrocedem, passando pelos reinos animal, vegetal e mineral. Quando os perdidos chegam ao estado mineral, quando fossilizam-se totalmente sob a superfície da terra, então de fato se desintegram, se reduzem a pó. O abismo é o crisol de fundição, é necessário que os tenebrosos se desintegrem no abismo para que a Essência, a alma, libere-se e regresse a seu Espirito Divino de ode um dia saiu. No crisol de fundição das almas petrificadas são fundidas pelo processo cósmico que Ibsen simbolizou como o fundidor de botões em “Peer Gynt”.
Tal fundição das formas petrificadas e rígidas que perderam o poder de desenvolver-se, é claro que leva em si mesmo espantosos sofrimentos e terríveis e indescritíveis amarguras. O crisol de fundição tem objetivo de restaurar o produto psíquico defeituoso, retorná-lo a seu estado natural de pureza primitiva e liberta-lo dos corpos lunares depois de desintegrar o Eu por meio da involução submersa. No crisol de fundição cósmica reduzem-se a pó os corpos lunares e o Ego. Só reduzindo a pó o Ego e seus corpos lunares, pode-se liberar do abismo a Essência, a Alma, o princípio psíquico.
Um sábio autor dizia: “A descida ao inferno, é portanto, uma viagem para trás na involução; uma submersão em densidade sempre crescente, em obscuridade, rigidez e um tédio inconcebível de tempo. Uma queda para trás através das idades, ao caos primitivo, de onde a infinita ascensão até o conhecimento de Deus tem que começar novamente desde o princípio”.
O livro Tibetano dos Mortos cita referindo-se ao abismo. “Ao cair aí, terás que sofrer padecimentos insuportáveis e de onde não há tempo determinado para escapar”. Dante situa o inferno dentro do interior da Terra e o considera formado por esferas concêntricas de densidade crescente. Essas esferas são de tipo sublunar. Cada uma destas esferas submersas está governada por uma extenuante quantidade de leis que podem começar por 96 e continuar com 192 e multiplicar-se sucessivamente de acordo com a Lei do Três.
Um Mestre falando do inferno dizia: “Este é o Naraka hind, situado debaixo da terra e debaixo das águas. Este é o Aralu babilônico. A terra do não retorno, a região da obscuridade, a casa na qual o que entra não segue adiante, o caminho do qual o viajante nunca regressa, a casa cujos habitantes nunca veem a luz, a região onde o pó é seu pão e o lodo seu alimento. Este é o tartarus grego, o que conduz a boca da terra de onde flui uma quantidade de fogo, onde há enormes rios de fogo e muitos rios de lodo. Uma caverna na terra, que é a maior de todas e que ademais atravessa toda a terra”.
“Aqueles considerados incuráveis são lançados pelo anjo no tartarus e daí não saem mais. É o Amenti egípcio, representado no plano cósmico da grande pirâmide por uma câmara pétrea obscura, aos cem pés sob a superfície, cujo piso se deixou informe e do qual um passadiço final conduz a parte alguma”.
Inferno vem da palavra latina “Infernus”, que significa região inferior. A região inferior não é a região celular que vivemos, a região inferior é o Submundo, o Reino Mineral submerso sob a superfície da crosta terrestre. O inferno é pois, um submundo com sete regiões dentro da terra. A litosfera é o reino dos minerais e a barisfera é o reino dos metais.
Todos os seres humanos mais cedo ou mais tarde identificam-se com o reino mineral por sua persistência no crime e terminam por entrar no reino mineral para viver a sorte dos minerais. Os processos geológicos e o tempo geológico são espantosamente lentos e dolorosos. Raros são os seres humanos que decidem libertar-se das 48, 24, 12, 6 leis para entrar no Absoluto. A humanidade no geral prefere sempre passar das 48 leis para as 96. É mais fácil entrar no mundo das 96 leis que liberar-se das 48, e a humanidade prefere sempre o mais fácil. A humanidade encanta-se em ter coração de pedra, etc. A humanidade gosta de identificar-se com o reino mineral e compartilhar sua sorte.
Todos os infernos religiosos são símbolos do reino mineral, os infernos atômicos da natureza constituem o submundo mineral. O normal, é que a humanidade em sua quase totalidade entre no reino mineral. O estranho, o revolucionário é que alguns se auto realizem e depois libertem-se de todas as leis e entrem no Absoluto.
Libertar-se das 48 leis, das 24, das 12 e das 6, significa fazer tremendos super esforços e as pessoas não gostam desses super esforços. A pessoas querem sempre o mais cômodo, o mais fácil, e por isso é que quase todos os seres humanos mais cedo ou mais tarde deixam de nascer para entrar no Submundo das 96 leis.
Só por meio da Revolução da Consciência podemos libertar-nos das 48,24,12, e das 6 leis, mas as pessoas não gostam da Revolução da Consciência. As pessoas preferem dançar, beber, fornicar, adulterar, embriagar-se, conseguir muito dinheiro, etc. Isto sim as pessoas gostam, é mais cômodo do que a Revolução da Consciência.
A Revolução da Consciência tem três fatores que as pessoas não gostam.
1º Morrer
2º Nascer
3º Sacrifício pela humanidade
Isto é muito difícil para as pessoas, raro é aquele que quer morrer, quer dizer, desintegrar seu querido Eu. Raro é aquele que decide efetuar a conexão sexual sem ejaculação de sêmen com o propósito de fabricar o legítimo Corpo Astral, o autêntico Corpo Mental e o verdadeiro Causal ou Corpo da Vontade Consciente. Raro é aquele que esteja decidido a sacrificar-se pela salvação do muno. As pessoas preferem gozar os prazeres da terra e logo entrar no submundo mineral para viver a sorte dos minerais. Isso é o mais fácil, mais cômodo, mais suave. A Revolução da Consciência requer tremendos super esforços e as pessoas não gostam de nada que as incomode.
Capítulo IV – A Materialidade Cósmica
A ciência da música com a devida combinação cientifica e matemática das vibrações, atuando sobre a matéria prima da Grande Obra, sobre o Ens-Seminis caótico e pré-cósmico, origina sete ordens de mundos com sete estados de materialidade. As escolas esotéricas ensinam que no mundo há sete planos de consciência cósmica.
Não podemos esquecer também que dentro de nosso mundo, sob a superfície da terra, existem sete regiões atômicas submersas, esses são os infernos atômicos da natureza.
A Santa Heptaparaparshinokh (A Lei dos Sete), é fundamental em todo o criado.
As vibrações sonoras de sete centros de gravidade originam todos os processos Trogo-autoegocráticos (alimentação recíproca do o existente). Ditos processos vem por último dar cristalização a todas as concentrações de mundos.
A música, o verbo, originam as chamadas sucessões de processos da fusão mútua das vibrações. Graças a essa lei da mútua alimentação de todo o existente sob o impulso cientifico das vibrações sonoras, umas vibrações fluem de outras substancias cósmicas de diferente densidade e vivificação, unem-se e desunem-se entre elas formando concentrações grandes e pequenas relativamente independentes, resultando de tudo isso o Universo.
A primeira ordem de mundos é muito espiritual e está no seio d’Aquele que não tem nome. A segunda ordem de mundos tem um tipo maior de materialidade. Na terceira ordem de mundos a materialidade aumenta e assim sucessivamente em cada uma das sete ordens há um escalonamento septenário materialidade.
O mundo e o universo em geral são constituídos de vibrações e matérias. “Energia é igual a massa multiplicada pela velocidade da luz ao quadrado”. A massa transforma-se em energia e a energia transforma-se em massa.
A matéria acha-se em estado vibratório, a velocidade da vibração é inversamente proporcional a densidade da matéria.
Cada átomo da primeira ordem de mundos só contém dentro de si um átomo do Absoluto, por isso a primeira ordem de mundos é cem por cento espiritual. Cada átomo da segunda ordem de mundos conte três átomos do absoluto e por isso tem um pouco mais de materialidade ainda que todavia, seja muito espiritual. Cada átomo da terceira ordem de mundos contem dentro de si seis átomos do absoluto e é claro que a materialidade é ainda maior. Cada átomo da quarta ordem de mundos contém dentro de si doze partículas primordiais, quer dizer, doze átomos do Absoluto e por isso é lógico dizer que a quarta ordem de mundos tem maior materialidade que as três ordens precedentes. Cada átomo da quinta ordem de mundos tem dentro de si vinte e quatro átomos do absoluto e por isso claramente a materialidade é muito maior.
Nós, os pobres animais intelectuais condenados por desgraça a pena de viver, temos realmente a má sorte de existir neste longínquo e obscuro rincão do Universo, que pertence a sexta ordem de mundos. Cada átomo de nosso mundo de 48 leis, contem dentro de si 48 átomos do Absoluto. A materialidade de nosso mundo é horrível e tudo que se consegue por si mesmo e com suprema facilidade nos mundos de 6,12 ou 3, aqui só se consegue sangrando e com sofrimentos indizíveis.
Sob nós está o submundo onde a materialidade é espantosamente horrível. A primeira região do abismo tem átomos que contem cada um dentro de si, nada menos que 96 leis, noventa e seis partículas primarias, noventa e seis átomos do Absoluto. Na segunda ordem da região do reino mineral, cada átomo tem cento e noventa e sois átomos do Absoluto e assim sucessivamente.
O reino mineral é espantosamente materialista, e por isso a vida abaixo da terra é realmente um inferno. Porém é bom esclarecer que o inferno tem sua missão, é o crematório cósmico e por isso é necessário. Alguém disse: “Inferno vem da palavra latina “Infernus”, região inferior, e por isso o inferno é este mundo no qual vivemos”. Esse alguém equivocou-se, porque esta região celular em que vivemos não é a região inferior.
Vivemos na sexta ordem de mundos governados por 48 leis e o inferior é o sétimo de acordo com a Lei dos Sete. Já sabemos que o sétimo mundo é o Submundo cuja primeira região está governada por 96 leis.
O inferno não é um lugar com chamas, o inferno é o submundo, mas é lógico dizer que no submundo ardem as chamas passionais. Todos os infernos religiosos são inicamente símbolo do submundo. O tempo no reino mineral é o tempo das rochas, tempo espantosamente lento e terrivelmente aborrecedor. Cada pequeno acontecimento no submundo equivale a 80 anos, 800 anos, 8.000 e 80.000 anos.
Os perdidos da antiga Terra-Lua, chamado Lucifers, Ahrimanes e Anagarikas de turbantes vermelhos, todavia ainda vivem neste reino mineral submerso e creem que vão muito bem, que estão progredindo. Os perdidos sempre creem que vão muito bem e estão cheios de muitas boas intenções.
Capítulo V – A Natureza
O pobre animal intelectual falsamente chamado homem, pode desenvolver todas as suas possibilidades ocultas se assim o quiser, mas o desenvolvimento de todas essas possibilidades não é realmente uma lei. A lei para o homem-máquina é nascer, crescer, reproduzir-se e morrer dentro do círculo vicioso das leis mecânicas da Natureza.
Jesus o Cristo cujo Natal celebramos esta noite com rituais e festa, disse o seguinte: “Esforçai-vos para entrar pela porta estreita, porque vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão”. Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz ao desenvolvimento de todas as possibilidades do homem, mas pouquíssimos são os que encontram essa porta e esse caminho.
O caminho que conduz ao desenvolvimento de toda as possibilidades ocultas do homem, vai de fato contra a Natureza, contra o Cosmos, contra a vida social comum e corrente, contra si mesmo, contra tudo e contra todos. Isto explica porque o caminho é tão difícil e exclusivista. Por esse motivo é chamado “A Senda do Fio da Navalha”. Este caminho é muito amargo, mais amargo que o fel, o oposto da vida corrente, a vida de todos os dias baseia-se em outra classe de princípios, está submetida a outras leis.
O pobre animal intelectual equivocadamente chamado homem pode desenvolver todas suas possibilidades se quiser, mas também podem suas possibilidades permanecer sem desenvolvimento algum e até podem perder-se totalmente. Muito pseudo-ocultistas e pseudo-esoteristas supõe equivocadamente que tais possibilidades podem desenvolver mediante a sábia lei da evolução, mas esse conceito é totalmente falso, porque nenhuma mecânica pode desenvolver todas as nossas possibilidades latentes.
A Auto-Realização íntima do homem não é jamais o produto de nenhuma mecânica, senão o resultado de um trabalho consciente feito com paciência e dor por nós mesmos e dentro de nós mesmos. Só mediante sucessivos e ininterruptos trabalhos autoconscientes dentro de nós mesmos, poderemos desenvolver todas as nossas possibilidades ocultas.
A lei da evolução, progresso, involução e retrocesso são leis mecânicas que trabalham de forma harmoniosa e coordenada em toda a natureza. Tudo evolui e involui, avança e retrocede. Existe evolução em todos os organismos que nascem e desenvolvem-se. Existe involução em os organismos que envelhecem e morrem.
Na vida diária de todos os dias com todas estas escolas pseudo-esoteristas, pseudo-ocultistas, espiritualistas, cientificas, etc., não existe nada que tenha todas as possibilidades do Caminho e mais cedo ou mais tarde só podem conduzir-nos a morte. Não podem levar-nos a nenhuma outra coisa. A Sendo do Fio da Navalha está cheia de perigos por dentro e por fora. É muito raro aquele que encontra o Caminho, mas ainda mais raro é encontrar alguém que não abandone o Caminho e chegue a meta.
No mundo existem muitas escolas pseudo-esotéricas e pseudo-ocultistas com muitas boas intenções e preciosos estudos que a ninguém prejudicam e a todos beneficiam, porém esse não é o Caminho. Certamente o Caminho é demasiado oculto, estreito, e o que é pior, espantosamente difícil. O Caminho só gostam uns poucos, os pseudo-esoteristas, pseudo-ocultistas membros de muitas seitas muito bonitas, tem aversão ao Caminho e o qualificam de magia negra.
A evolução mecânica do animal intelectual equivocadamente chamado homem, é necessária para a natureza até certo ponto muito bem definido. Mas além deste ponto, a evolução mecânica do bípede humano torna-se não somente desnecessária para a natureza como também prejudicial para ela.
Os processos evolutivos e involutivos da humanidade se correspondem com os períodos de evolução e involução dos planetas no espaço. Falando essencialmente diremos que em realidade a humanidade não evolui, produzem-se muitas modificações na periferia da Consciência humana, mas nenhum no centro da Consciência humana.
As multidões que aplaudiam Nero e pediam a crucificação do Cristo Jesus, as multidões que gozavam apedrejando os profetas são as mesmas, só mudaram de corpo e de costumes, a Essência permanece igual, não progrediu.
Os planetas as vezes produzem modificações evolutivas, as vezes involutivas na periferia do animal intelectual. Caem e levantam-se novas civilizações, mas a Alma, a Essência permanece a mesma. Este triste formigueiro humano vive sobre a superfície da Terra para cumprir com os propósitos e necessidades da natureza. A Terra não desperdiça nada, porque quer viver e utilizar igualmente tanto os produtos da evolução como da degeneração, ainda que em cada caso, os propósitos sejam diferentes.
O animal intelectual pode converter-se em Homem de verdade mediante a Auto-Realização Íntima, mas a Auto-Realização de todas as massas não é somente algo impossível, como também algo prejudicial para o planeta em que vivemos. A natureza não necessita de Auto-Realização Íntima do homem, isto é até contrário a seus próprios interesses. Por esse motivo existem determinadas forças muito especiais, desafortunadamente negras, que opõem-se violentamente a Auto-Realização Íntima das multidões humanas.
Em geral a vida da humanidade dividiu-se em duas correntes desde a época da famosa civilização Tikliamishiana que existiu muitos séculos antes que nascesse a Babilônia. O evangelho cristão nos fala de rebanhos. O rebanho das ovelhas e o rebanho dos cabritos. Não cabe dúvida alguma que quase a totalidade de seres humanos que povoam a Terra pertencem de fato e por direito próprio ao reino dos cabritos.
A natureza traga seus próprios filhos, a natureza come seus cabritos que são tão numerosos com as areias do mar. A vida humana na Terra flui em duas correntes: a das ovelhas e a dos cabritos.
O homem que possui realmente e verdadeiramente o Ser, o Íntimo, segue a corrente do rio da vida. O homem que não possui o Ser segue a corrente do rio tenebroso da morte. O rio da vida se perde no oceano do Espirito Universal de Vida. O rio da morte se perde entre as gretas das regiões profundas da terra. Aterra necessita de alimento, e o rio da morte o leva entre suas águas negras.
Não poderia existir a construção involutiva que tem lugar no interior do planeta Terra sem a atividade dos homens com pele de cabrito no mundo subterrâneo. Por trás de todo esse mecanismo vital do mundo, detrás de todos esses processos químicos que estruturam a dura rocha, está a psique coletiva dos homens com pele de cabrito. São os tenebrosos que dão consistência física ao ferro, a pedra ao granito. Se por qualquer procedimento extraíssemos do inferno (Reino Mineral) todos os tenebrosos que o habitam, a dura rocha perderia sua consistência, sua dureza e tornar-se-ia elástica, plástica, inútil, então seu final um fato inevitável.
A primeira liberação do homem consiste precisamente nesta possibilidade de passar a corrente tenebrosa que está predestinada a desaparecer entre as profundezas da terra. A corrente luminosa deve desembocar em meio ao oceano da Grande Luz.
Não é fácil passar da corrente negra para a corrente branca. Para essa passagem é urgente renunciar a tudo aquilo que nos agrada e parece uma benção. A tudo isso que nos parece muito romântico e preciosos. É necessário morrer para o mundo, dissolver o Eu, abandonar aquilo que tenha sabor de delicias e paixões, etc.
É necessário nascer, e este é um trabalho com o grão, com a semente, é uma questão sexual. É indispensável amar nossos semelhantes e sacrificarmos totalmente por eles. O Caminho é mais amargo que o fel e não convém a Natureza o contrário de seus desígnios.
O Reino Mineral (Inferno), alimenta-se da humanidade, a humanidade é parte da vida orgânica da Terra, o alimento da Terra. Se toda a humanidade se auto realizasse, isto seria fatal para o Reino Mineral. A Natureza opõe-se a Auto-Realização Íntima do homem porque isto é contrário a seus próprios interesses. O normal, o natural é que o Reino Mineral trague a humanidade.
Jesus o Cristo disse: “De mil que me buscam um me encontra, de mil que me encontram um me segue, de mil que me seguem um é meu”.
Capítuo VI – A Revolução Da Consciência
A Revolução da Consciência é o QUINTO EVANGELHO. Nós necessitamos com urgência uma mudança radical, total e definitiva, e isto só é possível com a Revolução da Consciência. A Auto-Realização Íntima só é possível em indivíduos isolados com ajuda de conhecimentos e métodos adequados. Semelhante revolução íntima pode ocorrer somente dentro do indivíduo e está de fato contra os interesses da Natureza.
O desenvolvimento de todas as possibilidades ocultas no animal intelectual, não é só necessária senão a única e exclusivamente para o mesmo. Nem a natureza nem a ninguém interessa o desenvolvimento de tais possibilidades individuais. O mais grave de tudo isso é saber que ninguém tem a obrigação de ajudar a um indivíduo revolucionário. Ninguém tem a mais leve intenção de ajudar um revolucionário desta classe. Se está completamente só e se um Mestre revolucionário resolve orientar-nos, é realmente haver tido muita sorte.
As forças tenebrosas que opõem-se resolutamente a Auto-Realização Íntima das grandes massas humanas, também opõem-se resolutamente e até de forma violenta contra a Auto-Realização Íntima do indivíduo revolucionário. Todo homem revolucionário tem que ser suficientemente astuto para burlar as forças tenebrosas. Porém as massas humanas infelizmente não podem fazê-lo. Só o indivíduo revolucionário pode ser engenhoso o bastante para ser mais esperto que estas forças tenebrosas.
Não existe Auto-Realização obrigatório nem mecânica. A Auto-Realização Íntima do homem é o resultado da luta consciente. A natureza não necessita da Auto-Realização Íntima do ser humano, não a quer, a desgosta e luta contra ela com suas melhores armas. A Auto-Realização Íntima só pode ser uma necessidade urgente para o homem revolucionário quando este dar-se conta de sua horrenda situação e da abominável sorte que o aguarda, que é ser tragado vorazmente pelo Reino Mineral.
A Revolução da Consciência só é possível no sentido de ganhar, de conquistar nossas próprias possibilidades latentes, nossos próprios tesouros escondidos. Se toda a espécie humana quisesse obter o que lhe corresponde por direito próprio, a Auto realização Íntima tornar-se-ia impossível, porque o que é possível para o indivíduo revolucionário, é impossível para as massas.
A vantagem que tem o revolucionário isolado, é que realmente é insignificante para os fins da grande Natureza. Não tem a menor importância a existência de uma máquina a mais ou uma máquina a menos. Se uma célula microscópica de nosso corpo se revoluciona-se contra nós, isso não teria a menor importância, mas se todas as células de nosso corpo se revolucionassem, aí sim, a coisa ficaria grave e iriamos ao médico para combater contra dita revolução com todas as armas da ciência. Exatamente a mesma coisa ocorre com um indivíduo isolado, é demasiadamente pequeno para influenciar toda a vida do organismo planetário no qual vivemos, nos movemos e temos nosso Ser.
Aqueles que afirmam que todos os seres humanos mais cedo ou mais tarde chegarão a Auto-Realização Íntima mediante a evolução da natureza são uns tremendos mentirosos, farsantes, embusteiros; porque jamais existiu e nunca existirá Auto-Realização mecânica.
A Auto-Realização Íntima é a revolução da consciência e está jamais pode revolucionar-se inconscientemente. A revolução do homem é a revolução de sua vontade e jamais poderia ser uma revolução involuntária de tipo mecânico. A Auto-Realização Íntima é o resultado de supremos auto esforços voluntários e perfeitamente auto conscientes. A Auto-Realização Íntima exige tremendos super esforços individuais e estes só são possíveis mediante a revolução da consciência Jesus o Cristo cujo Natal celebramos nesta noite de 1965 jamais prometeu o Reino a todos os seres humanos. Jesus faz ênfase a dificuldade de entrar no Reino.
“Árvore que não dá fruto é cortada e lançada ao fogo”. “Muitos são os chamados e poucos os escolhidos”. “O Reino do Céu é semelhante a uma rede, que é lançada no mar, recolhe toda classe de peixes, e uma vez cheia, atiram-na à praia, e sentados recolhem o bom em cestas e o mau jogam fora. Assim será o fim do ciclo, sairão anjos e apartarão os maus dentre os justos e os lançarão dentro do forno de fogo (o Reino Mineral), e haverá choro e ranger de dentes.
Só o homem verdadeiramente revolucionário pode entrar no Reino da Magia Branca, no reino do Esoterismo, no Magis Regnun, Regnun Dei. Jesus disse: “O Reino do céu se toma por assalto, os valentes o tem tomado”.
O normal, o natural é que a raça de animais intelectuais falsamente chamados homens, cai no abismo e seja devorado por Ammit, o devorador dos mortos cujas mandíbulas de crocodilo são uma pré-figuração de todas as bocas do inferno da Idade Média. Este monstro abominável (símbolo do reino Mineral, com suas sete regiões atômicas submersas), em parte réptil, leão e hipopótamo, que surge no dizer dos egípcios de um lago de fogo ardente, é o devorador de corações, o devorador dos não vingados, e para os egípcios simbolizava uma espécie de terrível abutre cósmico, cujas funções era consumir os detritos e despojos da humanidade.
Não é raro que alguém entre no reino mineral, isso é o normal, e o reino mineral o necessita para seu alimento psíquico. O que sim é raro é que alguém entre no reino da Alta Magia, porque em dito Reino só entram os revolucionários da Consciência, ardentes como o fogo.
Capítulo VII – Os Três Fatores
Os Três Fatores de Revolução da Consciência são os seguintes:
1º Nascer
2º Morrer
3º Sacrifício pela humanidade
É claramente impossível celebrar o Natal do Coração se não nasce em nós o Cristo. Quem quiser celebrar com jubilo o Natal do Coração deve fabricar os Corpos Existenciais Superiores do Ser. Só fabricando os Corpos Existenciais Superiores do Ser podemos encarnar o cristo Íntimo.
Já em todas as nossas passadas mensagens dissemos que os atuais corpos internos mencionados por escolas pseudo-esotéricas e pseudo-ocultistas, não servem para nossa Auto-Realização Íntima porque são corpos lunares. Nós necessitamos com urgência fabricar corpos solares, os Corpos Existenciais Superiores do Ser. A fabricação de tais corpos solares só é possível praticando o Maithuna (Magia Sexual), com o objetivo de transmutar o famoso hidrogênio sexual Si-12. Só com o hidrogênio sexual Si-12 podemos fabricar os Corpos Existenciais Superiores do Ser.
É totalmente impossível encarnar o Ser se não possuímos corpos solares, se não os fabricamos por meio do Maithuna (Magia Sexual). A chave do Maithuna já temos dito muitíssimas vezes mas temos que repeti-la nesta Mensagem de 1965-1966 para aqueles que não a conhecem. Conexão sexual do Lingam-Yoni sem derramar jamais o Ens-Seminis e durante toda a vida.
Muito temos esclarecido, muito temos dito também em passadas mensagens sobre a necessidade de saber morrer. É urgente a Morte Mística, a morte do Eu, do mim mesmo, do si mesmo. Temos explicado demasiado que o Eu é legião de diabos. É urgente desintegrar esse Eu, reduzi-lo a pó, com o único propósito de que dentro de nós só exista o Ser. É claro que para desintegrar o Eu se necessita de uma ética revolucionária baseada na psicologia. Nós temos ensinado essa ética, nós temos ensinado essa psicologia. A dissolução do Eu é revolução radical, total e definitiva.
O terceiro fator básico da revolução da Consciência consiste em sacrificar-se pela humanidade, de mostrar o caminho a outros, esse é a caridade bem entendida, isso é o Amor.
Muito tempos explicado e muito temos dito em nossas passadas Mensagens sobre os três fatores básicos da revolução da consciência, mas as pessoas são mornas e Cristo disse: “Sede frios ou quentes, porém não mornos, porque os mornos serão vomitados de minha boca”.
Os pseudo-esoteristas e pseudo-ocultistas reagem ante os três fatores de nosso quinto evangelho. Cada qual segundo sua idade, condicionamento mental, preconceitos, paixões, debilidades, etc.
As pessoas cheias de potência sexual preferem começar o trabalho com o Maithuna porém deixam no esquecimento a morte do Eu e o sacrifício pela humanidade.
Os pobres velhos decrépitos, anciões e anciãs, assim como os enfermos e impotentes, preferem começar o trabalho com a dissolução o Eu, mas cometem o erro de confundir nossa ética revolucionária com essa falsa ética moral morna, subjetiva insipida, incoerente, absurda, tão alardeada por todos os irmãozinhos das distintas escolas pseudo-esoteristas e pseudo-ocultistas. Por último existem alguns irmãozinhos das escolas antes citadas que preferem começar o trabalho sacrificando-se pela humanidade, fazendo algo por seus semelhantes, mas cometem o erro de esquecer a dissolução do Eu e o Maithuna.
Existem também muitíssimos casos de pessoas sexualmente potentes e cheias de vida que preferem começar o trabalho com a dissolução do Eu, mas não são revolucionárias, querem dissolver o Eu com essa falsa moral dos mentecaptos, com essa moral antiquada anteriormente citada e que abunda como já dissemos entre os irmãozinhos de todas as escolas pseudo-esotéricas e pseudo-ocultistas. Normalmente estas pessoas costumam dizer: “O primeiro que necessitamos é a moral, porque sem esta não há nada, tudo o mais que venha depois”, e assim escapam fugindo para refugiar-se nesta inércia pesada e horrível da falsa moral.
É claro que todas essas pessoas fracassam inevitavelmente ainda que tenham neste mundo milhões de vidas. Por fim deixam de nascer para entrar no reino mineral. O abismo está cheio de equivocados sinceros e de pessoas cheias de muitas boas intenções.
É correto que um ancião impotente adie o Maithuna para sua futura vida e que comece o trabalho dissolvendo o Eu, mas não é correto querer dissolver o Eu baseando-se em santarronices. É correto que as pessoas cheias de potência sexual comecem agora mesmo a trabalhar com o Maithuna para fabricar seus corpos solares, mas não é correto que tais pessoas não se preocupem pela dissolução do Eu nem pelo sacrifício pela humanidade. É correto que nos sacrifiquemos pela humanidade, mas não é correto esquecer a dissolução do Eu e a fabricação de corpos existências superiores do Ser. A Auto-Realização Íntima só é possível trabalhando com os três fatores básicos da Revolução da Consciência.
Capítulo VIII – O Abuso Sexual
É urgente que este Natal de 1965-1966 compreendamos de forma integral a necessidade de libertar-nos deste mundo de 48 leis em que vivemos, se é que não queremos degenerar para cair no mundo horroroso das 96 leis.
O estudo das 48 leis em que vivemos realmente é um estudo muito profundo. Se quisermos nos libertar das 48 leis devemos estudar estas em nós mesmos.
A princípio compreenderemos que estamos controlados por inumeráveis leis criadas por nós mesmo e pelas pessoas que nos rodeiam. Depois compreenderemos que estamos escravizados por ditas leis. Quando começarmos a nos libertar-nos de todas essas leis aborrecedoras criadas pela sociedade, é claro que nossos semelhantes convertem-se em nossos inimigos porque já não coincidimos com eles na forma equivocada de pensar, sentir e agir.
A revolução da consciência é terrível e nossos semelhantes a odeia mortalmente de forma instintiva pois não há conhecem. Fazer regressar a energia sexual para dentro e para cima, dissolver o Eu, dar a vida pelos demais, é algo estranho e exótico para os cabritos e eles são tão numerosos como as areias do mar, e vivem conosco. Para os abusadores do sexo a revolução da consciência é impossível e os homens com pele de cabrito não estão dispostos a deixar seus abusos sexuais.
A máquina humana tem sete centros, cinco inferiores e dois superiores que as pessoas nem sequer suspeitam. Vamos estudar os cinco centros inferiores: o primeiro é o Centro Intelectual, o segundo é o Centro Emocional, o terceiro é o do Motor, o quarto é o Instintivo, e o quinto é o Sexual.
Não cabe dúvida que o sexo é o centro de gravidade de todas as atividades humanas. As pessoas vão a igreja movidas pelo sexo, reúnem-se em um café movidas pelo sexo, dançam movidas pelo sexo. Quando o homem encontra sua companheira e unem-se sexualmente, a sociedade começa. A mecanicidade do sexo é espantosa e o animal intelectual não quer compreender. Quando nos fazemos conscientes do sexo e suas funções, quando trabalhamos com o Maithuna (Magia Sexual), a mecanicidade desaparece e entramos pelo caminho da regeneração sexual. O sexo tem o maior poder de escravidão e o maior poder de libertação total. O novo nascimento do qual falou Jesus a Nicodemus, depende totalmente do sexo. O Anjo Interno deve nascer do sexo e só com o Maithuna podemos conseguir, se quisermos o Natal verdadeiro necessitamos que o Menino Deus de Belém nasça dentro de nós e isso só é possível com o Maithuna.
O maravilhoso hidrogênio Si-12 é a matéria com a qual trabalha o sexo e que fabrica o sexo. É a semente, a semente dentro da qual se está em estado latente o Anjo Interno. Já explicamos que com a transmutação do hidrogênio Si-12 podemos fabricar o verdadeiro Corpo Astral, o verdadeiro Corpo Mental e o legítimo Corpo Causal. Em nossas passadas mensagens falamos muito claro sobre isto. Nenhum abusador do sexo pode fabricar os Corpos Existenciais do Ser e por isso esses infelizes continuam depois da morte com os veículos lunares. Só fabricando os Corpos Solares, os Corpos Existenciais Superiores do Ser, podemos nos libertar das 48 leis.
Existe abuso sexual na ação do sexo através dos outros centros da máquina humana ou a ação dos outros centros através do centro sexual. Cada centro da máquina deve funcionar com sua própria energia, mas infelizmente os outros centros da máquina roubam a energia do sexo. Quando os centros intelectual, emocional, motor e instintivo roubam a energia sexual, existe então abuso sexual. O mais grave de tudo isto é que o centro sexual tem que por sua vez roubar energia dos outros centros com o propósito de poder trabalhar, tudo isto é abuso sexual.
Quando o sexo trabalha om seu próprio hidrogênio Si-12, pode então transmutar para fabricar os Corpos Existenciais do Ser. Infelizmente as pessoas abusam da energia sexual, as pessoas adoram a desordem e malgastar o hidrogênio Si-12.
É fácil descobrir o abuso sexual das pessoas, quando existe abuso sexual, o intelecto, emoção, movimento e instinto tem um “sabor” especial, certo matiz inconfundível, certa paixão, certa veemência que não deixa lugar a nenhuma dúvida. Pode-se ver tudo isso nos planos mentais dos senhores da guerra. Nas corridas de touro, no apaixonante esforço dos futebolistas durante a olimpíada, nos violentos instintos passionais das pessoas. Onde quer que haja esbanjamento do intelecto diabólico, emoções violentas, movimentos passionais, corridas passionais automobilísticas, de cavalo, bicicleta, jogos olímpicos, etc. Ou também instintos bestiais em ação, é claro que existe então abuso sexual. O mais grave de todo este abuso, é que o centro sexual se vê então obrigado a trabalhar com hidrogênios mais pesados que correspondem a outros centros.
Quando o sexo se vê obrigado a trabalhar com hidrogênio como o 48 ou 24, ´impossível então fabricar os Corpos Existenciais Superiores do Ser.
Aqueles que se divertem com os filmes, novelas e pinturas pornográficas, utilizam a energia sexual no centro pensante, e é claro que ficam com a tendência de satisfazer-se unicamente com a fantasia sexual e mais cedo ou mais tarde adquirem a impotência de tipo psico-sexual, e quando verdadeiramente vai efetuar o ato sexual, fracassa lamentavelmente. Quando o centro emocional rouba energia sexual, em os sentimentalismos estúpidos, os ciúmes, a crueldade, etc. Quando o centro motor trabalha com o hidrogênio Si-12 roubado do sexo, aparecem então os abusadores do centro motor, os jogadores de futebol, os acrobatas de circo, os ciclistas de grandes corridas, etc. Quando o centro instintivo rouba energia do centro sexual, há então esbanjamento em atos instintivos, passionais, violentos. O abuso sexual termina em verdade quando estabelecemos dentro de nós mesmos um “centro de gravidade permanente”.
Já temos dito e voltamos a repetir, que o Eu é legião de diabos. O Eu existe de forma pluralizada, os cincos cilindros da máquina humana dão origem e força as legiões de pequenos Eus que em seu conjunto constituem isso que se chama Ego, Eu, o mim mesmo. O Eu pluralizado gasta torpemente a Essência que temos dentro de nós para fabricar a Alma. Quando dissolvemos o Eu pluralizado, eliminamos o gastador e então a Essência acumula-se dentro de nós convertendo-se em um centro de gravidade permanente. Quando estabelecemos dentro de nós um centro de gravidade permanente, o sexo então trabalha com sua própria energia, com seu próprio hidrogênio Si-12. O esoterismo gnóstico ensina que quando o sexo trabalha com sua própria energia, com seu próprio hidrogênio, termina o abuso sexual, porque cada centro vem então a trabalhar com a energia que lhe corresponde, com o hidrogênio que lhe corresponde e não com o hidrogênio Si-12 roubado do sexo.
É necessário dissolver o Eu se quisermos que termine o abuso sexual. Muitos iniciados do passado dissolveram o Eu em parte e graças a isto fabricaram os Corpos Existenciais Superiores do Ser. Infelizmente logo esqueceram da necessidade de desintegrar totalmente o Eu, de forma radical. O resultado de semelhante esquecimento foi o novo robustecimento do Eu pluralizado. Semelhante classe de iniciados converteram-se em Hanasmussianos com “duplo centro de gravidade”. Dita classe de sujeitos, tem nos mundos internos dupla personalidade, um branca e a outra negra. Um exemplo é Andramelek; quando invocamos este mago no Mundo Molecular, pode vir a nós um Grande Adepto da Loja Branca ou também um Grande Adepto da Loja Negra. São dois adeptos e sem dúvida o mesmo indivíduo. Andramelek é um HANASMUSSIANO com duplo centro de gravidade, é mago branco e negro ao mesmo tempo.
Quem verdadeiramente não quiser ter a horrível sorte de Andramelek, tem que trabalhar intensivamente com os Três Fatores básicos da Revolução da Consciência. Quem quiser libertar-se das 48 leis deve acabar com o abuso sexual. Quem quiser acabar com o abuso sexual deve aniquilar o Eu, reduzi-lo a pó. É urgente estabelecer um equilíbrio nos cinco centros da máquina e isto só é possível dissolvendo o Eu.
Capítulo IX – O Eu E O Ser
Em matéria de psicologia devemos fazer uma diferenciação exata entre Eu e o Ser. O Eu não é o Ser, nem o Ser é o Eu. Tudo mundo diz: meu Ser, pensa em seu Ser, mas não sabe o que é o Ser e o confundo com o Eu.
Quando batemos uma porta, se alguém nos questiona dizendo – Quem é que bate? Nós respondemos sempre dizendo: Eu. Nisto não cometemos erro e a resposta foi exata, mas quando dizemos: todo meu ser está triste, enfermo, abatido, etc, aí sim, erramos torpemente, porque o pobre animal intelectual falsamente chamado homem, todavia não possui o Ser.
Só o Ser pode fazer, o homem máquina, o pobre animal intelectual não é capaz de fazer nada, tudo acontece a ele, é um simples joguete mecânico movido por forças que desconhece. O animal intelectual tem a ilusão de que faz, mas em verdade nada faz, tudo acontece através dele. Se nos agridem, reagimos agredindo, se nos cobram o aluguel da casa, reagimos buscando dinheiro com ansiedade. Alguém nos fere o amor próprio e reagimos cometendo loucuras, etc.
O pobre animal intelectual é sempre vítima das circunstâncias, não é capaz de originar conscientemente as circunstancias, mas crê equivocadamente que as origina. Realmente só o Ser (o Íntimo), pode determinar conscientemente as circunstancias, mas infelizmente o animal intelectual falsamente chamado homem não possui todavia o Ser (o Íntimo).
Muitos estudantes de escolas pseudo-esoterica e pseudo-ocultistas, cheios de refinadas ambições metafisicas, cometem o erro de dividir seu querido Eu em duas metades arbitrarias e absurdas. A primeira metade o qualificam de Eu Superior, e a segunda metade a olham depreciativamente dizendo, este é o Eu inferior. O mais curioso de tudo isso, o mais cômico e trágico ao mesmo tempo, é ver esse desgraçado Eu inferior lutando desesperadamente para evoluir e aperfeiçoar-se para conseguir algum dia a ansiada união com o Eu Superior.
É ridícula a pobre mente do animal intelectual fabricando o Eu Superior, conferindo-lhe atributos divinos, dando-lhe poderes arbitrários para controlar a mente e o coração. O mesmo Eu dividindo-se em dois, o mesmo Eu querendo mesclar-se depois de haver se dividido em dois. O mesmo Eu separando-se e querendo juntar novamente. As ambições do Eu não têm limites, querem e desejam fazer-se Mestres, Deva, Deus, etc.
O Eu divide-se em dois para voltar a juntar-se e ser um, assim crê equivocadamente o Eu que pode ver coroadas suas ambições super divinas. Todas estas tretas do Eu são sutis enganos da mente, besteiras sem valor algum. A mente fabrica o cômico Eu Superior a seu gosto, veste-o de Mahatma e lhe põe um sonoro nome e logo se auto engrandece caindo na mitomania.
Conhecemos o caso de um mitômano que deixou crescer a barba e cabelo, vestiu-se com túnica Jesus Cristiana, e disse a todos que era nada menos que a reencarnação de Jesus Cristo. Naturalmente foram muitos os imbecis que não somente o adoraram senão que ainda o seguem adorando.
A mente, ao ter o mau gosto de criar o Eu Superior como um ente separado e super divino, costuma falsear a realidade supondo equivocadamente que dito ente é o Ser, o Íntimo, o Real. Quer a mente arbitrariamente que o Eu Superior fabrica por ela seja o ser, e lhe atribui estupidamente coisas fabricadas por ela, coisas que nada tem a ver com o Ser. Estas besteiras da mente são parecidas a falsificação de moedas. A mente falsifica um falso ser, dita nota falsa é o Eu Superior. Os mitômanos têm um amor próprio terrível e espantoso, vivem muito apegados a si mesmos, adora sua nota falsa, seu tão cacarejado Eu Superior.
Todo mitômano é um psicopata ridículo. Todo mitômano superestima-se de maneira exagerada e considera-se um deus que as pessoas estão obrigadas a adorar. Nem todos os que fabricam um Eu Superior caem na mitomania, abundam os fanáticos que não são mitômanos e só desejam evoluir para chegar a união com o Eu Superior.
Esses fanáticos não comem um pedaço de carne nem bebem um copo de vinho e criticam espantosamente aqueles que comem um pedacinho de carne ou tenha um copo e vinho em sua mão pronto para fazer um brinde. Esses fanáticos são insuportáveis, comumente são vegetarianos cem por cento, se creem muito santos mas em casa são cruéis com a mulher, com os filhos, etc. Essas pessoas adora fornicar, adulterar, ambicionar, mas eles se creem muito santos.
A mente só serve de estorvo ao Ser (ao Íntimo), nada sabe sobre o Real, se o pensamento conhecesse o Real, o Íntimo, o Ser, todas as pessoas seriam compreensivas. Somente através da meditação profunda podemos experimentar o Ser, o Íntimo. A experiência do Ser, o Íntimo, nos transforma radicalmente. Os mitômanos costumam falsificar dita experiência com auto projeções mentais inconscientes que logo se apressam a relatar a todos. Os mitômanos costumam ser vítimas dos autoenganos e crendo-se deuses aspiram que todo mundo os adore.
É completamente impossível experimentar o Ser, o Intimo, o Real, sem haver chegado a ser verdadeiros Mestres técnicos e científicos nesta ciência misteriosa chamada meditação. É completamente impossível experimentar o Ser, o Íntimo, o Real, sem haver chegado a uma verdadeira Maestria nisto da quietude e silencio da mente. Mas não devemos auto enganarmos e confundir gato por lebre, o Eu também ambiciona e cobiça esses silêncios e até os fabrica artificialmente.
Necessitamos durante a meditação profunda, quietude e silencio total da mente, mas não necessitamos desta quietude e deste silencio falso fabricado pelo Eu. Não devemos esquecer que o diabo rezando missa pode enganar as pessoas mais astutas. É logico dizer que se quisermos silenciar a mente a força, na marra, se quisermos aquieta-la torturando-a, amarrando-a, movidos pela cobiça de experimentar o Ser, somente conseguiremos silêncios artificiais e quietudes arbitrárias produzidas pelo Eu. Quem verdadeiramente quiser um legitimo silencio e ão um falso silencio, uma verdadeira quietude e não uma falsa quietude, o melhor que deve fazer é ser integro, no cometer o erro de dividir a si mesmo entre sujeito e objeto. Pensador e pensamento, Eu e não Eu, controlador e controlado, Eu Superior e u Inferior, Eu e meu pensamento, etc.
Saber meditar é estar no caminho da iluminação interior. Se quisermos apender a meditar devemos compreender que não existe diferença alguma entre Eu e meu pensamento, quer dizer, entre pensador e pensamento.
A mente humana não é o cérebro, o cérebro está feito para elaborar o pensamento mas não é o pensamento. A mente é energia e sutil, mas nós cometemos o erro de autodividirmos em milhares de pequenos fragmentos mentais, que em seu conjunto compõem isso que é a legião de Eu Pluralizado. Quando tratamos de unir todos esses fragmentos mentais durante a mediação com o são propósito de ser íntegros, então todos esses fragmentos formam outro grande fragmento com o qual temos que lutar fazendo então impossível a quietude e o silêncio da mente.
Não devemos dividir-nos mediante a meditação entre Eu Superior e Eu Inferior, Eu e meus pensamentos. Minha mente e Eu, porque a mente e o Eu, meus pensamentos e o Eu, são todos um só, o Ego, o Eu pluralizado, o si mesmo, etc.
Quando compreendermos de verdade que o tal Eu Superior e o Eu Inferior, assim como meus pensamentos e Eu, et são todos o Ego, o mim mesmo, é claro que por compreensão de fundo nos libertamos do pensamento dualista, e amente fica então quieta de verdade e em profundo silencio. Somente quando a mente está quieta realmente, somente quando a mente está em verdadeiro silencio, podemos experimentar isso que é a realidade, isso que é o Ser autêntico, o Íntimo.
Enquanto a mente estiver engarrafada neste dualismo, é totalmente impossível ser íntegros. A Essência da mente (o Budhata), é preciosíssima mas infelizmente esta enfrascada em meio ao batalhar das antíteses. Quando a Essência da mente escapa durante a meditação da garrafa dos opostos, podemos experimentar o Real, o Ser, o Íntimo. Há dualismo quando eu trato de reunir todos os fragmentos de minha mente em um só. Há dualismo quando minha mente é escrava do bem e do mal, do frio e do calor, do grande e do pequeno, do agradável e do desagradável, do sim e do não, etc. Há dualismo também quando nos dividimos entre Eu Superior e Eu Inferior e aspiramos que o Eu Superior nos controle durante a meditação.
Quem alguma vez experimentou o Ser durante a meditação, fica curado para sempre do perigo de cair na mitomania. O Ser, o Íntimo, o Real é totalmente distinto disso que os pseudo-esoteristas e pseudo-ocultistas chamam de Eu Superior ou Eu Divino. A experiência do Real é completamente diferente, distinta de tudo aquilo que a mente já experimentou. A experiência do Rela não pode ser comunicada porque não se parece a nada do que a mente já tenha experimentado. Quando alguém experimentou o Rela, compreende então muito profundamente o estado desastroso que encontra-se e só deseja conhecer a si mesmo se desejar ser mais do que é.
Hoje em dia, o pobre animal intelectual falsamente chamado homem, só tem dentro um elemento útil, tal elemento é o Budhata, A Essência da mente, com a qual podemos experimentar o Ser. O Íntimo, o Real. Este precioso elemento está metido em dentro da garrafa do intelecto animal. Durante a meditação interior profunda, fica a mente totalmente quieta e em absoluta silencio por dentro e por fora, não somente em nível superficial, senão também em todos os distintos níveis, camadas, zonas e terrenos subconscientes. Então a Essência, o precioso elemento, escapa da garrafa e fusiona-se com o Ser, com o Íntimo, para experimentar o Rela
Capítulo X – A Verdade
Muitas pessoas creem em Deus e muitas pessoas são ateus, não creem em Deus. Existem também muitos indivíduos que nem creem nem não creem. Estes últimos procuram portar-se bem na vida se por acaso exista Deus. Nós dizemos que a crença em Deus não significa haver experimentado isso que é a Verdade, isso que chama-se Deus. Nós dizemos que negar a Deus não significa haver experimentado isso que é a verdade, isso que chama-se Deus. Nós dizemos que duvidar da existência de Deus não significa haver experimentado a verdade. Necessitamos experimentar Isso, que pode transformar-nos radicalmente, Isso que muitos chamam Deus, Alá, Tao, Zen, Brahama, Inri, etc.
A mente do crente esta engarrafada na crença e esta última não é experiência d’Isso que é a Verdade, Deus, Alá ou como queiram chamar. A mente do ateu está engarrafada na incredulidade e está última tampouco é a experiência d’Isso que é a Verdade, Deus, Brahama, etc. A mente do que duvida da existência de Deus está engarrafada no ceticismo e isso não é a Verdade. O que É, aquilo que é a Verdade, Deus, Alá, como queiramos chamar a Isso que não tem nome, é totalmente distinto da crença, da negação e do asceticismo. Enquanto a mente esteja enfrascada em qualquer destes três fatores da ignorância, não pode experimentar Isso que os chineses chamam Tao, Isso que é Divinal, Isso que é a Verdade, Deus, Alá, Brahama, etc. Quem experimentou alguma vez Isso que não se pode definir porque se se defini desfigura-se, Isso que alguns chamam Deus, é claro que passa por uma transformação radical, total e definitiva.
Quando Pilatos perguntou a Jesus: O que é a Verdade? Jesus guardou silencio. Quando fizeram a mesma pergunta a Budha, ele deu as costas e retirou-se. A Verdade é incomunicável como é incomunicável o sublime êxtase que sentimos quando contemplamos um belo pôr do sol. A Verdade é questão de experiência mística e somente através do êxtase podemos experimenta-la. Todo mundo pode dar-se ao luxo de opinar sobre a Verdade, mas a Verdade nada tem a ver com as opiniões. A Verdade nada tem a ver com o pensamento, a verdade é algo que somente podemos experimentar na ausência do Eu. A Verdade vem a nós como o ladrão na noite, quando menos se espera. Realmente a Verdade é algo muito paradoxo, quem a sabe não a diz, e quem a diz não a sabe. A Verdade não é algo quieto e estático, a Verdade é o desconhecido de momento a momento. A Verdade não é uma meta onde devemos chegar a Verdade encontra-se escondida no fundo de cada problema da vida diária. A Verdade não pertence ao tempo nem a eternidade A Verdade está mais além do tempo e da eternidade. A verdade, Deus, Ala, Brahama ou como queiram chamar Isso que é a Grande Realidade é uma série de vivencias sempre expansivas e cada vez mais e mais profundamente significativas.
Algumas pessoas têm sobre a Verdade uma ideia e outras pessoas outras. Cada qual tem sobre a Verdade suas próprias ideias, mas a Verdade nada tem a ver com as ideias. É totalmente distinta de todas as ideias. No mundo existem muitas pessoas que creem ter a Verdade sem havê-la experimentado jamais na vida. Essas pessoas comumente querem ensinar a Verdade a quem de fato à experimentou alguma vez. A experiência da Verdade sem a sábia concentração do pensamento, faz-se impossível. Existem dois tipos de concentração, a primeiro é de tipo exclusivista e a segundo de tipo pleno, total, não exclusivista. A verdadeira concentração não é o resultado da opção com todas as lutas, nem escolher tais ou quais pensamentos. Esses de que eu opino, que este pensamento é bom e aquele é mal ou vice-versa. Isso de que não devo pensar nisso e que é melhor pensar naquilo, etc. De fato forma conflitos entre a atenção e a distração e onde há conflitos não pode existir quietude e silencio da mente.
Nós devemos aprender a meditar sabiamente e conforme surja na mente cada pensamento, cada recordação, cada imagem, cada ideia, cada conceito, etc., devemos olha-lo, estudá-lo, extrair de cada pensamento, recordação, imagem, etc., o melhor.
Quando o desfile de pensamento terminar, a mente ficar quieta e em profundo silencio, então a Essência escapa da mente e vem a experiência d’Isso que é a Verdade. Nosso sistema de concentração nada exclui, é pleno, total, integral. Nosso sistema de concentração inclui tudo e não exclui nada. Nosso sistema de concentração é o caminho que nos conduz a experiênciada Verdade.
Capítulo XI – Os Níveis Ocultos Do Subconsciente
Certa noite, não muito distante de outono, um estudante gnóstico dizia a seu Mestre. “Não me interessa auto realizar-me ou aperfeiçoar—me, a única coisa que me interessa é trabalhar para libertação do proletariado, e quanto ao resto, que nos leve o Diabo”, e o Mestre respondeu: “Água e sabão não prejudicam a ninguém. Continue trabalhando pelo proletariado, mas lava-te com bastante água e sabão”. O estudante compreendeu a parábola do Mestre e guardou então respeitoso silencio.
Existem pessoas que asseiam-se por fora, não comem carne, não bebem, não fumam, presumem-se de castas, mas a noite tem poluções. Há pessoas que cobiçam não ser cobiçosas. Essas pessoas detestas a cobiça, e no entanto, cobiçam não ser cobiçosos. São muitas as pessoas que cobiçam virtudes, o Eu adora as medalhas, as honras, as virtudes. As pobres pessoas creem que cobiçando as virtudes lograriam possuir as mesmas.
As pessoas não querem dar-se conta que o Amor não existe e que somente compreendendo todos os processos do ódio em distintos níveis, terrenos e regiões do subconsciente, então termina o ódio e nasce de forma natural, espontânea e pura isso que chama-se Amor, assim vem a existir o Amor.
As pessoas cobiçam a virtude do altruísmo, mas somente compreendendo a fundo como se processa o egoísmo nos distintos níveis do subconsciente, podemos aniquilar o egoísmo. Morto o egoísmo nasce em nós sem esforço algum, a flor preciosa do altruísmo. As pessoas cobiçam a virtude preciosa da humildade, não querem compreender as pobres pessoas que a humildade é uma flor muito exótica, com o simples fato de sentirmo-nos satisfeitos com essa virtude, ela deixa de existir em nós. É necessário compreender muito a fundo o processo do orgulho nos distintos níveis ocultos do subconsciente, assim acaba o orgulho e então nasce em nós sem esforço algum a flor exótica da humildade. As pessoas cobiçam a virtude da castidade, mas somente transmutando e sublimando a energia sexual e compreendendo todos os processos da luxuria em todos os níveis ocultos do subconsciente, aniquila-se o horrível vicio e nasce em nós de forma natural a sublime e exótica flor da castidade. As pessoas cobiçam a virtude da doçura, mas somente compreendendo todos os processos da ira nos corredores do subconsciente da mente, nasce então m nós a preciosa virtude da doçura. As pessoas cobiçam a virtude da diligencia, mas somente compreendendo de forma integral os processos da preguiça os ocultos níveis do subconsciente, nasce em nós a diligencia após a preguiça haver sido desintegrada. A inveja é a mola secreta da ação nesta sociedade que presume-se civilizada. Existem pessoas que cobiçam a virtude da alegria pelo bem alheio, mas somente compreendendo o que é a inveja; que a inveja é o pesar pelo bem alheio e que tal pesar processa-se em todos os departamentos do subconsciente da mente, desintegra-se al pesar e nasce em nós a alegria pelo bem alheio. Muitas pessoas cobiçam não ser gulosas, mas somente compreendendo todos s processos subconsciente da gula, deixamos de ser gulosos.
Os estudantes gnósticos devem aprender a explorar o subconsciente por meio da meditação. Não é suficiente compreender um defeito intelectualmente, há que estudar o subconsciente. Muitas vezes desaparece qualquer defeito no nível superficial do intelecto, mas este continua existindo nos distintos terrenos do subconsciente da mente. Necessitamos morrer de momento a momento, conforme os defeitos vão sendo aniquilados, o Eu vai morrendo de momento a momento. O Eu cobiça virtudes para robustecer-se, não cobice virtudes, elas vão nascendo em ti conforme os defeitos vão morrendo, conforme o Eu vai desintegrando-se.
Somente com a mente quieta e silenciosa, submergidos em profunda meditação interior, podemos extrair de dentro do sepulcro da memória do subconsciente toda a podridão milenar que trazemos dentro desde os antigos tempos. O subconsciente é memória, o subconsciente é a negra sepultura: bonita por fora e imunda por dentro. Não é nada agradável ver a sepultura do subconsciente com todos os restos e podridão do passado. Cada defeito escondido cheira mal dentro da negra sepultura do subconsciente, mais vendo-o, torna-se fácil queima-lo e reduzi-lo a cinzas, assim vamos morrendo de momento a momento. É necessário tirar do sepulcro da memória toda a podridão subconsciente. Somente com quietude e silêncio mental podemos extrair de dentro da sepultura negra do subconsciente toda a podridão do passado para reduzi-la a cinzas com o fogo maravilhoso da compreensão profunda.
Muitos estudantes gnósticos quando exploram o subconsciente cometem o erro de dividir-se entre intelecto e subconsciente, analista e analisado, sujeito e objeto, percebidor e percebido, eu e meu subconsciente, etc. Este tipo de divisões cria antagonismos, lutas, batalhas entre o que sou eu e o que é o subconsciente, entre intelecto e subconsciente. Semelhante tipo de lutas é absurdo, porque eu e meu subconsciente é tudo Eu, tudo eu subconsciente. Intelecto e subconsciente é tudo subconsciente, porque o intelecto também e subconsciente. O animal intelectual é subconsciente em noventa e sete por cento, todavia, o homem máquina não despertou a Consciência, por isso unicamente é o homem máquina.
Quando a mente divide-se entre intelecto e subconsciente, analista e analisado, etc, há antagonismos e lutas, e onde há antagonismos e lutas não existe quietude e silêncio da mente. Somente com quietude e silêncio mental perfeito, podemos extrair de dentro da negra sepultura mental subconsciente toda podridão do passado para queima-la e reduzi-la a pó com o fogo da compreensão. Não digamos: Meu eu tem ira, cobiça, luxuria, orgulho, preguiça, gula, etc. Melhor é dizer: Eu tenho ira, cobiça, etc.
Capítulo XII – O Mestre Chines Han Shan
Chegou até nós um resumo da autobiografia do mestre chinês chamado Han Shan, que bem vale a pena comentar para melhor compreensão desta Mensagem de Natal de 1965-1966.
O Mestre Han Shan, nasceu em Chuan Chia, na bonita comarca chinesa de Nanking. A Mãe Divina lhe anunciou em sonhos para uma mulher muito humilde desta comarca que conceberia um menino e certamente ela concebeu um bonito menino que nasceu no dia 12 de outubro de 1545. Esse menino foi o grande mestre chinês chamado Han Shan.
Quando o menino contava com poucos anos de idade, este a ponto de morrer devido a uma grave enfermidade, mas sua humilde mãe orou cheia de fé para a Divina Mãe Kundalini pedindo pela saúde do menino e prometendo de todo coração que se o menino sarasse, ela o entregaria ao monastério para que se tornasse monge. Quando o menino sarou, sua boa mãe fez anotar seu nome no monastério budista da Longevidade.
O menino Han Shan desde tenra idade demostrou ser realmente um Mestre. Depois da morte de um tio e do nascimento de um filho de uma tia, Han Shan preocupou-se intensamente por estudar os Mistérios da Vida e da Morte. A mãe de Han Shan foi realmente muito severa com este menino, em certa ocasião disse: tenho que vencer nele sua natureza demasiada delicada, afim de que possa estudar como se deve.
Ao atingir a idade conveniente, o menino ingressou no monastério e converte-se em um verdadeiro devoto de Kwanyin, a Mãe Divina. Em certa ocasião recitou frente sua mãezinha chinesa todo o Sutra do Bosdhisattwa Kwanyine como é natural, sua mãezinha encheu-se de assombro. Conta a tradição que quando o Mestre Ta Chou Chao viu este bonito menino, cheio de alegria exclamou: Este menino chegará a ser um Mestre dos homens e dos céus. Quando o citado Mestre interrogou o menino perguntando-lhe o que queria ser, se alto funcionário público ou um Buda, o menino respondeu com plena segurança: quero ser um Budha.
Já jovem Han Shan sentiu-se profundamente preocupado em seguir a carreira esotérica depois de haver lido a vida de um grande Mestre chinês chamdo Chung Feng. Desde então, dedicou-se a vida espiritual. Diz a tradição que o Buda Amida apareceu-lhe nos mundos internos juntos com os Bodhisattwas Kwanyin e Ta Shih, Não cabe a menor dúvida que tudo isto foi definitivo para que Han Shan se entregasse plenamente à vida esotérica.
Han Shan adotou o nome de Ching Yin depois de haver escutado uma maravilhosa conferencia sobre as dez portas misteriosas. Quando Ching Yin chegou a idade de vinte anos, o Mestre do monastério, seu grande Mestre, morreu, mas antes de morrer chamou todos os monges e lhes disse: Tenho oitenta e três anos e logo abandonarei este mundo, tenho atualmente oitenta discípulos, mas o discípulo que haverá de continuar minha obra é Han Shan (Ching Yin). Depois de minha morte haverá ode respeitar sua palavra, sem levar em conta sua idade. Assim foi como o Mestre chinês Han Shan iniciou neste mundo sua grande obra.
Quando estudou o livro de Shao Lung e corrigiu as provas, ficou iluminado ao ler uma frase de um Brahmin, que regressa à sua casa já muito velho e os vizinhos exclamam: “Vejam, aquele homem de então ainda existe”. Ao que responde o ancião Brahmin: “Ó, não, pareço ser um velho mas na realidade não sou”. Han Shan ao ler isto disse: “Em realidade os dharmas não tem começo nem fim”. Quão verdadeiro é isto, quão verdadeiro!
O mestre Fa Kuang, foi quem instrui profundamente Han Shan sobre a técnica cientifica da meditação. Ensinou-lhe também a dissociação da mente, a subconsciência e as percepções sensórias, e como manter-se afastado dos sendeiros sagrados e mundanos do conhecimento durante a meditação.
As associações da mente para formas frases, recordações, imagens, ideias, desejos e etc., constituem a causa fundamental do incessante falatório mental e de todo o batalhar das antíteses. S a base de compreensão logramos a dissociação mental, se a base de compreensão logramos a dissociação de todas as recordações subconscientes, se a base de compreensão logramos eliminar os elementos subjetivos de nossas percepções, então é claro que a mente permanece quieta e em silêncio, não só em nível superficial, senão também nos níveis mais profundos do subconsciente.
Han Shan logrou a quietude e silêncio da mente, converteu-se de fato em um Mestre de Perfeição iluminado. Os velhos sábios diziam: “Se não permites que tua mente se perturbe ao escutar o som da água que corre durante trinta anos, chegarás a compreensão milagrosa do Avalokitesvara”. Han Shan converteu-se em um atleta da medição interna e nada podia perturbá-lo. Sua comida consistia em grãos, verduras e arroz, em quantidade suficiente para viver. Han Shan converteu-se em um verdadeiro atleta da quietude e silêncio da mente e é claro que chegou a iluminação.
O resultado ou consequência da iluminação são os poderes que muitos cobiçam, mas que vem ao místico sem necessidade de cobiça-los quando realmente chegamos a iluminação. Conta Han Shan, que um dia depois de haver comido seu cozido a base de arroz, verduras, etc, saiu a caminhar, mas de repente deteve-se surpreendido ao ver que não tinha corpo nem mente. Então só viu um Todo Iluminado, Omnipresente, Perfeito, Lúcido e Sereno. A partir de então, todos os poderes de clarividência positiva, clariaudiência formidável, telepatia, intuição régia, etc., despertaram totalmente em Han Shan graças a quietude e silêncio da mente, e como consequência da iluminação. Han Shan compôs este precioso poema transcrito por Chan Chen Chi:
“Quando reinar a serenidade perfeita
Logra-se a verdadeira iluminação
Como a reflexão serena inclui todo o espaço
Posso voltar a olhar o mundo
Que está formado de sonhos e só sonhos.
Hoje compreendo realmente
A verdade e a justiça dos ensinamentos de Buda!”
Han Shan a base de muitíssima meditação íntima e com suprema quietude e silencio da mente, logrou despertar o Budhata, quer dizer, a Essência, a Consciência. Durante as horas de sono Han Shan deixou de sonhar e vivia nos mundos superiores totalmente desperto. Ao regressar ao corpo físico depois do descanso do sono, trazia ao seu cérebro físico todas as recordações de suas experiências nos mundos superiores. Tudo isto conseguiu a base de quietude e silencio mental.
Um certa noite enquanto seu corpo físico dormia, entrou Han Shan no templo da grande Sabedoria. Os Mestres Chin Yan e Miao feng em seus corpos astrais o receberam com imensa alegria. Nesse templo recebeu Han Shan o ensinamento preciosíssimo da entrada no Dharmadhatu. Por este ensinamento Han Shan soube o que são no fundo, as leis de Evolução ou progresso e Involução ou retrocesso.
Também compreendeu Han Shan que existem terras búdicas que penetram e compenetram mutuamente sem se confundir e que a principalidade e o serviço são fundamentais nessas terras. Compreendeu que o que em nós discrimina é a subconsciência e o que não discrimina é a sabedoria. Compreendeu também que a pureza ou a impureza dependem totalmente de nossa mente.
Han Shan esteve em corpo astral dentro do templo de Maitreya Boshisattwa. Foi este quem lendo um rolo que abriu disse: O que em nós discrimina é a subconsciência, o que não discrimina é a sabedoria. Se dependes da subconsciência te corrompes, se te apoias na sabedoria obterá a pureza. Da corrupção provem a vida e a morte. Se alguém alcança a pureza não haverá necessidade Budas.
Quando Han Shan regressou a sua casa depois de muitíssimos anos de longa ausência, os vizinhos perguntaram a sua mãe: Este de onde veio? Veio de barco ou por terra? A mãe responde: “Vem a nós desde o vazio”. Certamente Han Shan veio desde o Vazio iluminador. Assim está escrito e Chang Chen Chi assim conta.
A quietude e silencio absoluto da mente depois de grandes práticas provoca a ruptura da bolsa, a entrada de nós no Vazio Iluminador. Então entramos em êxtase, porque nossa Consciência desperta.
Saudaçãoes Finais
Envio com imenso amor minha fervorosa saudação de Natal e Ano Novo de 1965-1966 a todos os irmãos gnóstico de todo o mundo.
É necessário que todos vós meus irmãos, compreendam que estamos dando a segunda parte de nossa Mensagem.
Estudai amadíssimos, praticai a meditação em todos os Lumisiais e também individualmente.
Os Lumisiais gnósticos devem converter-se em centros de meditação. Praticai amadíssimos; orai, transmutai vossas secreções sexuais em luz e fogo. Dissolvam o Eu, lutai incansavelmente por abrir em todas as partes cada vez mais Lumisiais.
Vós haveis estabelecido um regulamento para eles, mas dentro desse regulamento deve estar incluído pelo menos uma hora de meditação em grupos. Recordai que a meditação em grupo forma um vórtice magnético formidável que por imantação cósmica terá o poder de atrair até vós certo tipo divinal de forças muito necessárias.
Todo Lumisial deve ser um centro de meditação, multiplicai por todas as partes os Lumisiais para o bem da Grande Obra do Pai.
É urgente que todo Lumisial tenha seus missionários e que estes trabalhem com intensidade abrindo por todas as partes mais e mais Lumisiais.
Amadíssimos, recebei minha saudação gnóstica: Paz Inverencial!
Que a Estrela de Belém resplandeça em vosso caminho. Desejo de todo coração feliz Páscoa e próspero Ano Novo.
Samael Aun Weor